Considera-se que a história da Busca e Salvamento tem como raiz os sentimentos de solidariedade e humanidade de pessoas que procuravam ajudar seus pares em situações de perigo. Foi na II Guerra Mundial, quando o resgate de tripulantes ingleses abatidos em combate revelou extraordinário êxito ao diminuir as perdas humanas, sendo quando o moderno Serviço de Busca e Salvamento teve sua origem.
Na Força Aérea Brasileira, a atividade de Busca e Salvamento teve seu início com a criação do Ministério da Aeronáutica, em 1941 e ganhou celeridade a partir do final de 1947, frente às dificuldades enfrentadas nas buscas de uma aeronave da FAB que caiu, no município de Porto de Moz, no Pará. Três anos depois, uma aeronave Catalina, o PBY5-A-6516, foi destacada para o emprego exclusivo da atividade SAR na FAB.
Entretanto, a tragédia do C-47 FAB 2068 foi consagrada como um importante marco na história da Busca e Salvamento da aviação brasileira. No dia 26 de junho de 1967, o avistamento realizado pelo Suboficial Valin, a bordo do Albatroz FAB 6539 do 2° Esquadrão do 10° Grupo de Aviação, fez ecoar na eternidade a frase do então Tenente Velly, que até hoje norteia a mente dos guerreiros da Busca e Salvamento: "Eu sabia que vocês viriam!".
Esse dramático momento da Aviação Brasileira marcou, ainda, o início da operação dos helicópteros H-1H no Brasil, o “Sapão” ou simplesmente “Hagazão”, que foi considerado a espinha dorsal da Aviação de Busca e Salvamento da FAB, uma vez que operou por 50 anos, com mais de 700 mil horas voadas, em 76 aeronaves. Além dos lendários H-1H, outros vetores, com suas respectivas equipagens realizaram, diuturnamente, Ações de Busca e Salvamento dos quais alguns exemplares atualmente pertencem ao acervo histórico e se encontram em exposição no Museu Aeroespacial como por exemplo: C-130 Hércules, P-95M Bandeirulha, H-50 Esquilo, SA-16A Albatroz e C-10A Catalina dentre outros.
No dia 24 de junho a Força Aérea Brasileira comemora o dia da Aviação de Reconhecimento que tem seu embrião na Guerra do Paraguai quando as Forças Brasileiras aplicaram um conceito que, desde a antiguidade, sempre foi determinante para o sucesso de qualquer conflito bélico: o conhecimento sobre o inimigo. Tal fato ocorreu em 24 de junho de 1867, determinando assim a data de comemoração da Aviação de Reconhecimento.
Na Força Aérea Brasileira, ela foi formalmente implantada em 1947, com a ativação do Primeiro Esquadrão do Décimo Grupo de Aviação (1º/10º GAV), o Esquadrão Poker. Para permitir a observação, as metralhadoras de defesa das aeronaves de ataque A-20, posteriormente denominadas R-20, foram substituídas por câmeras fotográficas
Hoje a sua atuação não se limita à produção de dados e conhecimentos para a Inteligência de Defesa. Essas unidades aéreas são empregadas, rotineiramente, para fazer aerolevantamento de áreas de interesse, na vigilância das fronteiras terrestres e das águas territoriais brasileiras, em operações de Garantia da Lei e da Ordem e em apoio às atividades de segurança pública em grandes eventos, como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos.
Durante a sua existência, a Aviação de Reconhecimento da FAB, operou diversas aeronaves. O Museu Aeroespacial, preserva e expõe alguns exemplares desses vetores aéreos: AMX A-1, Cessna L-19E (Bird Dog), Douglas A-20K (Havoc), Douglas A-26B (Invader), Neiva L-42 (Regente), Neiva N-56C (L-6C Paulistinha), North American NA 159 (T-28A) Trojan, Piper L-4H, Pilatus L-3 e AT-26 (Xavante).
Em 1973, ano do centenário do nascimento de Santos-Dumont, a União Astronômica Internacional (International Astronomical Union - IAU) fez uma homenagem ao Pai da Aviação – em 20 de julho daquele ano, dia do aniversário de Santos-Dumont (20/07/1873), uma cratera existente na Lua passou a ter seu nome.
Com 8,8km de diâmetro, a cratera Santos-Dumont fica próxima (54 Km) ao local de pouso da missão Apollo 15, em 1971, sendo a primeira a receber o nome de um brasileiro e a única no lado visível da lua.
A cratera Santos Dumont foi inicialmente conhecida como Hadley B, antes de sua última nomeação, que foi influenciada pela primeira aviadora brasileira, Anésia Pinheiro Machado (1902-1999).
Após o Reide São Paulo-Rio de Janeiro, a pioneira da aviação, Anésia Pinheiro Machado recebeu a visita de Santos-Dumont, de quem recebeu uma carta e uma medalha igual a que sempre o acompanhou.
Grande admiradora de Santos-Dumont, Anésia sugeriu Paul Garber – historiador, professor e curador do Smithsonian National Air and Space Museu, em Washington, D.C. – a ideia de que Santos-Dumont fosse de alguma forma vinculado a chegada do primeiro homem à lua. Paul Garber então enviou ao Comitê de Nomenclatura da IAU a solicitação formal para a designação do nome de Santos Dumont para um relevo lunar.
Importante destacar que 20 de julho é também o dia do aniversário do pai de Santos Dumont, Henrique Dumont (20/07/1832), e é a mesma data em que o primeiro ser humano, o astronauta Neil Armstrong (1930 – 2012) pisou em solo lunar, em 1969, inaugurando uma nova era espacial.
Imagens: Vaz Tolentino Observatório Lunar
Em 4 de julho de 1898, Santos Dumont fez a primeira ascensão com o seu balão livre “Brasil”, que ele mandou construir especialmente para o seu uso pessoal.
A subida ocorreu no Jardim da Aclimatação, pousando perto de Pithiviers, após 05 horas de voo.
O Balão “Brasil”, o menor já construído para a ascensão de uma pessoa a bordo, tinha o volume de apenas 113 metros cúbicos, com forma esférica e com diâmetro de 6 metros.
Durante a II Guerra Mundial os alemães destruíram um monumento em homenagem a Santos Dumont na cidade de Saint Cloud em Paris. O monumento foi novamente erguido e inaugurado durante as solenidades comemorativas ao Cinquentenário da Dirigibilidade dos Balões e contou com a presença de uma Comissão Brasileira chefiada pelo então Ministro Nero Moura.
Em junho de 1935, foram adquiridos para o Correio Aéreo Militar e para outras Unidades Aéreas 30 aviões Waco CPF F-5 (biplano, monomotor, triplace, equipado com motor Wright de 250 HP, radial, 7 cilindros, refrigerado a ar), sendo que os 8 primeiros chegaram ao Brasil em outubro do mesmo ano.
O WACO CPF é um avião com capacidade para um tripulante (cabina traseira) e dois passageiros (cabina dianteira), destinado ao emprego geral e treinamento de pilotos. Serviu às aviações Militar e Naval, a partir de 1935, cumprindo as funções de treinamento militar e Correio Aéreo Militar. Com a criação do Ministério da Aeronáutica, em 1941, os WACO CPF remanescentes foram incorporados ao Correio Aéreo Nacional, onde operaram até 1943.
No Museu Aeroespacial, no Rio de Janeiro (RJ), é possível conhecer pessoalmente um exemplar da aeronave WACO CPF-5 com número de matrícula C-80 (o “C” indicava Correio). Depois de desativado nas fileiras militares, o mesmo voou em aeroclubes, com a matrícula civil “PP-RAE”, de 1943 a 1961.
Na virada do Século XIX para o Século XX, o Aeroclube da França mantinha uma aeroestação no bairro de St. Cloud, em Paris. Essa aeroestação ficava na hoje denominada Avenue du Maréchal Jean de Lattre de Tassigny, entre as avenidas Clodoald e Longchamps. Esse local era a base de lançamento de balões dos sócios do Aeroclube, e era sempre muito movimentado, exceto durante os meses do inverno.
O Aeroclube da França foi fundado em 1898 e já contava com cerca de 400 membros em 1900. Santos-Dumont foi um dos seus fundadores e fazia parte do primeiro Comitê de Direção, integrado também por Henry de La Valx, Gustave Eiffel, Ernest Archdeacon e Paul Tissandier, entre vários outros. O Aeroclube era presidido pelo Conde Albert de Dion, que também havia fundado o Automóvel Clube da França alguns anos antes.
A personalidade prática e irrequieta de Santos-Dumont, no entanto, logo se fartou dos complicados e procedimentos de lançamento de balões. A cada voo, era necessário produzir o gás hidrogênio, estender cuidadosamente o invólucro do balão e enchê-lo para voar. Depois, era preciso esvaziar o balão e dobrá-lo novamente, já que não havia como mantê-lo cheio para outros voos, pois ficava exposto às intempéries. O hidrogênio era desperdiçado.
Santos-Dumont logo pensou, então, em construir um abrigo para os balões já inflados para evitar todo esse trabalho e desperdício de gás. Obteve autorização do Aeroclube para construir um grande galpão em madeira na Aeroestação de St. Cloud. Estava nascendo o primeiro hangar de aeronaves da história.
O termo "hangar" veio do inglês hangar, que originalmente significava "depósito de veículos de tração animal", e a palavra tem provável origem holandesa, uma modificação de ham-gaerd, que significa "galpão ao lado da casa".
Santos-Dumont concluiu a construção do seu hangar em junho de 1900. Era um grande galpão de madeira, de 30 metros de comprimento, 11 metros de altura e 7 metros de largura na base, excluindo os suportes das duas portas corrediças, uma grande novidade criada pelo inventor brasileiro.
Matéria extraída de http://culturaaeronautica.blogspot.com/2013/01/st-cloud-o-primeiro-hangar-do-mundo.html
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