Em 9 de abril de 1946, por meio da Portaria nº 144, foram aprovadas as instruções para o funcionamento da Escola Técnica de Aviação (ETAv), marcando um passo significativo na formação de especialistas para a Força Aérea Brasileira (FAB). A ETAv, posteriormente conhecida como Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR), tornou-se o principal centro de formação de sargentos especialistas da FAB. Ao longo de suas oito décadas de existência, a EEAR formou mais de 50 mil homens e mulheres, consolidando-se como o "Berço dos Especialistas".
A criação da ETAv em 1946 foi fundamental para suprir a necessidade de profissionais qualificados em diversas áreas técnicas da aviação militar brasileira. A escola evoluiu continuamente, adaptando-se às inovações tecnológicas e às demandas operacionais da FAB, mantendo-se como referência na formação de especialistas aeronáuticos.
Atualmente, a EEAR continua a desempenhar um papel crucial na capacitação de militares, oferecendo cursos que abrangem desde manutenção de aeronaves até controle de tráfego aéreo, garantindo que a FAB disponha de profissionais altamente qualificados para cumprir sua missão de defender e integrar o espaço aéreo brasileiro.
Em 8 de abril de 1922, o Brasil testemunhou um marco histórico na aviação feminina: Thereza de Marzo tornou-se a primeira mulher brasileira a obter o brevê de piloto, sendo seguida por Anésia Pinheiro Machado no dia seguinte. Essas conquistas abriram caminho para a participação ativa das mulheres na aviação nacional.
Nascida em 6 de agosto de 1903, em São Paulo, Thereza de Marzo apaixonou-se pela aviação ainda jovem. Sob a instrução do piloto alemão Fritz Roesler, realizou seu primeiro voo solo em 17 de março de 1922. Pouco depois, em 8 de abril do mesmo ano, recebeu o brevê número 76 da Fédération Aéronautique Internationale, tornando-se a primeira aviadora brevetada do Brasil.
Anésia Pinheiro Machado, nascida em 5 de junho de 1904, em Itapetininga (SP), também foi instruída por Fritz Roesler. Realizou seu primeiro voo solo na mesma data que Thereza — 17 de março de 1922 — e obteve o brevê número 77 em 9 de abril de 1922. Anésia destacou-se por realizar o primeiro voo interestadual feminino no Brasil, pilotando de São Paulo ao Rio de Janeiro em comemoração ao centenário da Independência. Ao chegar à capital fluminense, foi recebida por autoridades e homenageada por Santos Dumont com uma carta e uma medalha de ouro.
As trajetórias de Thereza de Marzo e Anésia Pinheiro Machado são testemunhos de coragem e determinação. Elas não apenas desafiaram as normas de sua época, como também pavimentaram o caminho para as futuras gerações de mulheres na aviação brasileira. Suas histórias continuam a inspirar e a lembrar da importância da igualdade de gênero nos céus — e além.
Você pode conhecer mais sobre o legado dessas pioneiras na exposição "Mulheres na Aviação", em cartaz na sala Demoiselle do Museu Aeroespacial.
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Em 4 de abril de 1936, o imponente dirigível alemão LZ 129 Hindenburg realizou sua primeira travessia transatlântica, pousando em Santa Cruz, Rio de Janeiro, após partir de Friedrichshafen, Alemanha. Sob o comando de Ernst Lehmann, a aeronave transportava 50 passageiros e 61 tripulantes, além de uma carga que incluía um automóvel Opel Olympia Cabriolet, simbolizando a capacidade de carga e luxo associados ao Hindenburg.
A chegada do Hindenburg ao Brasil foi um evento marcante, atraindo a atenção de autoridades e do público em geral. O dirigível foi recebido no aeródromo de Santa Cruz, onde um mastro de amarração e um hangar especialmente construído aguardavam sua chegada. Entretanto, o campo de pouso estava encharcado devido a chuvas recentes, e a equipe de solo enfrentou desafios para auxiliar no pouso e na movimentação do dirigível até o hangar.
Durante sua estadia no Rio de Janeiro, o Hindenburg sobrevoou pontos icônicos da cidade, proporcionando aos cariocas uma visão impressionante do gigante dos céus pairando sobre a paisagem urbana. Este momento histórico foi registrado em diversas fotografias e filmagens da época, capturando a magnitude e a elegância do dirigível em contraste com o cenário carioca.
A missão do Hindenburg ao Rio de Janeiro não apenas demonstrou os avanços tecnológicos da aviação alemã, mas também fortaleceu as relações entre a Alemanha e o Brasil, evidenciando o potencial dos dirigíveis como meio de transporte transatlântico de passageiros e cargas. Embora a era dos dirigíveis tenha sido relativamente breve, eventos como este permanecem na memória coletiva como testemunhos de uma época de inovação e grandiosidade nos céus.
Em 24 de março de 1900, o magnata do petróleo Henri Deutsch de la Meurthe lançou um desafio audacioso para os pioneiros da aviação: um prêmio de 100.000 francos seria concedido ao primeiro aeronauta que, entre 1º de maio de 1900 e 1º de outubro de 1904, conseguisse pilotar um balão dirigível do Parc de Saint-Cloud até a Torre Eiffel e retornasse ao ponto de origem, percorrendo 11 milhas em menos de 30 minutos, sem tocar o solo e utilizando apenas os próprios meios.
O brasileiro Alberto Santos-Dumont, já renomado por suas inovações aeronáuticas, aceitou o desafio. Após várias tentativas e contratempos, incluindo acidentes com seus dirigíveis anteriores, ele projetou o "Santos-Dumont Nº 6". Em 19 de outubro de 1901, Santos-Dumont decolou do Parc de Saint-Cloud, contornou a Torre Eiffel e retornou ao ponto de partida em 29 minutos e 30 segundos, cumprindo os critérios estabelecidos. Inicialmente, houve controvérsias sobre o tempo exato devido a pequenos atrasos na aterrissagem, mas, após aclamação pública e revisão, o prêmio foi oficialmente concedido a ele em 4 de novembro de 1901.
Demonstrando generosidade, Santos-Dumont destinou metade do prêmio aos seus mecânicos e outra metade aos pobres de Paris. Sua conquista não apenas marcou um avanço significativo na dirigibilidade aérea, mas também solidificou sua vantagem como um dos maiores pioneiros da aviação.
Em 23 de março de 1898, Alberto Santos Dumont, então com 24 anos, realizou sua primeira ascensão aerostática, acompanhado pelo experiente aeronauta e construtor de balões Alexis Machuron.
A decolagem ocorreu no renomado Parque de Aerostação de Vaugirard, em Paris, um centro de inovação e diversão pela aviação na época.
Durante uma hora e quarenta minutos, a dupla navegou pelos céus parisienses, contemplando vistas panorâmicas e enfrentando os desafios insolúveis ao voo em balões.
Este marco não apenas simbolizou o início das contribuições revolucionárias de Santos Dumont para a aeronáutica, mas também evidenciou sua paixão inata pelo voo e sua determinação em explorar os céus.
Em 22 de março de 1900, Alberto Santos Dumont deu início à construção de seu quarto balão dirigível, o
"N°4". Com 39 metros de comprimento, 5,1 metros de diâmetro e capacidade de 420 metros cúbicos de gás, essa aeronave representou um avanço significativo em relação aos modelos anteriores.
Uma inovação notável foi a posição da hélice à frente da estrutura, uma tentativa de melhorar a propulsão, embora posteriormente tenha sido constatado que essa configuração não era a mais eficiente.
Além disso, o "N°4" foi equipado com um motor Buchet de 7 cavalos de potência, posteriormente substituído por um motor de quatro cilindros refrigerado a ar, aumentando o desempenho da aeronave.
O dirigível foi concluído em agosto de 1900 e, em 19 de setembro do mesmo ano, Santos Dumont realizou voos de demonstração aos membros do Congresso Internacional de Aeronáutica, impressionando os presentes ao voar repetidamente contra o vento, mesmo com o leme danificado.
Essas projeções reforçaram a confiança na dirigibilidade dos balões e pavimentaram o caminho para futuras conquistas na aviação.
Em 15 de março de 1881, o inventor brasileiro Júlio
César Ribeiro de Souza apresentou sua obra "Memória sobre a Navegação Aérea" ao Instituto Politécnico do Brasil, no Rio de Janeiro. Nessa apresentação, ele detalha suas observações e conclusões acumuladas entre 1874 e 1880, propondo um sistema inovador de dirigibilidade para balões.
Sua pesquisa destacou-se por introduzir um formato assimétrico para os balões, inspirado no voo das aves, permitindo maior controle e estabilidade durante o voo.
Essa abordagem pioneira contribuiu significativamente para os avanços na aeronáutica e consolidou Ribeiro de Souza como um dos precursores dos dirigíveis no cenário mundial.
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