127 anos do Marechal do Ar Eduardo Gomes
Nascido em Petrópolis (RJ), no dia 20 de setembro de 1896, Eduardo Gomes despontou desde cedo sua vocação patriótica. Foi aviador, militar e político brasileiro, além de Ministro da Aeronáutica nos governos de Café Filho, Carlos Luz e Castelo Branco. O jovem visionário teve uma caminhada marcada por sua intensa dedicação à vida militar e ao país. Com exemplos seguidos por brasileiros de todas as épocas, sem dúvida, o homenageado do mês é um ícone na história da Força Aérea Brasileira (FAB).
Praça na Escola Militar de Realengo, em 21 de abril de 1916, Eduardo Gomes foi servir em Curitiba, no 9º Regimento de Artilharia, onde permaneceu até 1922. Interessado pela Aviação, fez o primeiro Curso de Observador Aéreo em 1921. Em 4 de julho de 1922 apresentou-se no Forte de Copacabana aderindo ao movimento reconhecido como Revolução dos Tenentes.
Com imenso senso de brasilidade e sabedor das grandes distâncias territoriais, Eduardo Gomes trabalhou na criação do Correio Aéreo Militar (CAM), que viria a se tornar o Correio Aéreo Nacional (CAN). Pelas asas das linhas do CAN, as populações das cidades mais inóspitas viram chegar a provisão e, acima de tudo, a solidariedade.
Em 1941, com a criação do Ministério da Aeronáutica, foi promovido a Brigadeiro e transferido para a FAB. Participou da organização e construção das Bases Aéreas, que iriam desempenhar importante papel no esforço dos aliados na 2ª Guerra Mundial.
Lançou-se na política e com sua visão de futuro, em 1945 e 1950, foi candidato a Presidente da República.
Eduardo Gomes foi transferido para a reserva no dia 13 de setembro de 1960 e promovido ao posto de Marechal do Ar no dia 22 do mesmo mês e ano. Como ministro (1954- 1967), a indústria Aeronáutica Brasileira começou a ganhar asas quando, em 25 de junho de 1965, deu autorização para execução do projeto IPD-6504 Bandeirante, considerado o embrião da EMBRAER.
Seu trabalho pioneiro como impulsionador do CAN foi reconhecido nacionalmente no dia 12 de dezembro de 1972, quando foi proclamado Patrono do Correio Aéreo Nacional pelo Congresso Nacional.
Faleceu no dia 13 de junho de 1981 e deixou o legado de civismo e reconhecidamente a imagem de um homem à frente de seu tempo.
Diante de tudo que esse notável e exímio militar representou para a sua e para as futuras gerações, mesmo após a sua morte, o brasileiro é homenageado e tem seu legado lembrado. Em 1984, recebeu o título de Patrono da Força Aérea Brasileira. No mesmo ano, foi criada a Medalha Eduardo Gomes Aplicação e Estudo, destinada a incentivar a aplicação nos estudos e na instrução, premiar e dar relevo ao mérito intelectual de Oficiais e Praças da Aeronáutica que venham a distinguir-se nas atividades escolares.
A cidade do Rio de Janeiro também o homenageou dando o nome oficial de Parque Brigadeiro Eduardo Gomes ao aterro do Parque do Flamengo, já que este fica em frente ao Edifício Seabra, onde morou. Em Brasília (DF), o 11º Grupo de Artilharia Antiaérea do Exército Brasileiro tem a denominação histórica Grupo Brigadeiro Eduardo Gomes em homenagem ao Patrono da Força Aérea Brasileira.
Fotos: Arquivo FAB
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Considera-se que a história da Busca e Salvamento tem como raiz os sentimentos de solidariedade e humanidade de pessoas que procuravam ajudar seus pares em situações de perigo. Foi na II Guerra Mundial, quando o resgate de tripulantes ingleses abatidos em combate revelou extraordinário êxito ao diminuir as perdas humanas, sendo quando o moderno Serviço de Busca e Salvamento teve sua origem.
Na Força Aérea Brasileira, a atividade de Busca e Salvamento teve seu início com a criação do Ministério da Aeronáutica, em 1941 e ganhou celeridade a partir do final de 1947, frente às dificuldades enfrentadas nas buscas de uma aeronave da FAB que caiu, no município de Porto de Moz, no Pará. Três anos depois, uma aeronave Catalina, o PBY5-A-6516, foi destacada para o emprego exclusivo da atividade SAR na FAB.
Entretanto, a tragédia do C-47 FAB 2068 foi consagrada como um importante marco na história da Busca e Salvamento da aviação brasileira. No dia 26 de junho de 1967, o avistamento realizado pelo Suboficial Valin, a bordo do Albatroz FAB 6539 do 2° Esquadrão do 10° Grupo de Aviação, fez ecoar na eternidade a frase do então Tenente Velly, que até hoje norteia a mente dos guerreiros da Busca e Salvamento: "Eu sabia que vocês viriam!".
Esse dramático momento da Aviação Brasileira marcou, ainda, o início da operação dos helicópteros H-1H no Brasil, o “Sapão” ou simplesmente “Hagazão”, que foi considerado a espinha dorsal da Aviação de Busca e Salvamento da FAB, uma vez que operou por 50 anos, com mais de 700 mil horas voadas, em 76 aeronaves. Além dos lendários H-1H, outros vetores, com suas respectivas equipagens realizaram, diuturnamente, Ações de Busca e Salvamento dos quais alguns exemplares atualmente pertencem ao acervo histórico e se encontram em exposição no Museu Aeroespacial como por exemplo: C-130 Hércules, P-95M Bandeirulha, H-50 Esquilo, SA-16A Albatroz e C-10A Catalina dentre outros.
No dia 24 de junho a Força Aérea Brasileira comemora o dia da Aviação de Reconhecimento que tem seu embrião na Guerra do Paraguai quando as Forças Brasileiras aplicaram um conceito que, desde a antiguidade, sempre foi determinante para o sucesso de qualquer conflito bélico: o conhecimento sobre o inimigo. Tal fato ocorreu em 24 de junho de 1867, determinando assim a data de comemoração da Aviação de Reconhecimento.
Na Força Aérea Brasileira, ela foi formalmente implantada em 1947, com a ativação do Primeiro Esquadrão do Décimo Grupo de Aviação (1º/10º GAV), o Esquadrão Poker. Para permitir a observação, as metralhadoras de defesa das aeronaves de ataque A-20, posteriormente denominadas R-20, foram substituídas por câmeras fotográficas
Hoje a sua atuação não se limita à produção de dados e conhecimentos para a Inteligência de Defesa. Essas unidades aéreas são empregadas, rotineiramente, para fazer aerolevantamento de áreas de interesse, na vigilância das fronteiras terrestres e das águas territoriais brasileiras, em operações de Garantia da Lei e da Ordem e em apoio às atividades de segurança pública em grandes eventos, como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos.
Durante a sua existência, a Aviação de Reconhecimento da FAB, operou diversas aeronaves. O Museu Aeroespacial, preserva e expõe alguns exemplares desses vetores aéreos: AMX A-1, Cessna L-19E (Bird Dog), Douglas A-20K (Havoc), Douglas A-26B (Invader), Neiva L-42 (Regente), Neiva N-56C (L-6C Paulistinha), North American NA 159 (T-28A) Trojan, Piper L-4H, Pilatus L-3 e AT-26 (Xavante).
Em 1973, ano do centenário do nascimento de Santos-Dumont, a União Astronômica Internacional (International Astronomical Union - IAU) fez uma homenagem ao Pai da Aviação – em 20 de julho daquele ano, dia do aniversário de Santos-Dumont (20/07/1873), uma cratera existente na Lua passou a ter seu nome.
Com 8,8km de diâmetro, a cratera Santos-Dumont fica próxima (54 Km) ao local de pouso da missão Apollo 15, em 1971, sendo a primeira a receber o nome de um brasileiro e a única no lado visível da lua.
A cratera Santos Dumont foi inicialmente conhecida como Hadley B, antes de sua última nomeação, que foi influenciada pela primeira aviadora brasileira, Anésia Pinheiro Machado (1902-1999).
Após o Reide São Paulo-Rio de Janeiro, a pioneira da aviação, Anésia Pinheiro Machado recebeu a visita de Santos-Dumont, de quem recebeu uma carta e uma medalha igual a que sempre o acompanhou.
Grande admiradora de Santos-Dumont, Anésia sugeriu Paul Garber – historiador, professor e curador do Smithsonian National Air and Space Museu, em Washington, D.C. – a ideia de que Santos-Dumont fosse de alguma forma vinculado a chegada do primeiro homem à lua. Paul Garber então enviou ao Comitê de Nomenclatura da IAU a solicitação formal para a designação do nome de Santos Dumont para um relevo lunar.
Importante destacar que 20 de julho é também o dia do aniversário do pai de Santos Dumont, Henrique Dumont (20/07/1832), e é a mesma data em que o primeiro ser humano, o astronauta Neil Armstrong (1930 – 2012) pisou em solo lunar, em 1969, inaugurando uma nova era espacial.
Imagens: Vaz Tolentino Observatório Lunar
Em 4 de julho de 1898, Santos Dumont fez a primeira ascensão com o seu balão livre “Brasil”, que ele mandou construir especialmente para o seu uso pessoal.
A subida ocorreu no Jardim da Aclimatação, pousando perto de Pithiviers, após 05 horas de voo.
O Balão “Brasil”, o menor já construído para a ascensão de uma pessoa a bordo, tinha o volume de apenas 113 metros cúbicos, com forma esférica e com diâmetro de 6 metros.
Durante a II Guerra Mundial os alemães destruíram um monumento em homenagem a Santos Dumont na cidade de Saint Cloud em Paris. O monumento foi novamente erguido e inaugurado durante as solenidades comemorativas ao Cinquentenário da Dirigibilidade dos Balões e contou com a presença de uma Comissão Brasileira chefiada pelo então Ministro Nero Moura.
Em junho de 1935, foram adquiridos para o Correio Aéreo Militar e para outras Unidades Aéreas 30 aviões Waco CPF F-5 (biplano, monomotor, triplace, equipado com motor Wright de 250 HP, radial, 7 cilindros, refrigerado a ar), sendo que os 8 primeiros chegaram ao Brasil em outubro do mesmo ano.
O WACO CPF é um avião com capacidade para um tripulante (cabina traseira) e dois passageiros (cabina dianteira), destinado ao emprego geral e treinamento de pilotos. Serviu às aviações Militar e Naval, a partir de 1935, cumprindo as funções de treinamento militar e Correio Aéreo Militar. Com a criação do Ministério da Aeronáutica, em 1941, os WACO CPF remanescentes foram incorporados ao Correio Aéreo Nacional, onde operaram até 1943.
No Museu Aeroespacial, no Rio de Janeiro (RJ), é possível conhecer pessoalmente um exemplar da aeronave WACO CPF-5 com número de matrícula C-80 (o “C” indicava Correio). Depois de desativado nas fileiras militares, o mesmo voou em aeroclubes, com a matrícula civil “PP-RAE”, de 1943 a 1961.
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