O INCAER promove mensalmente, de março a novembro, o "Encontro no INCAER". O evento é aberto ao público em geral. Nessas ocasiões, personalidades ligadas à Aviação Civil e Militar encontram-se para debater temas da História Aeronáutica, bem como, aqueles ligados à atualidade da Aviação.
240º ENCONTRO NO INCAER
Encontro no INCAER discute as novas ameaças do século XXI
Além das constantes ameças terroristas de grupos radicais como Estado Islâmico, a recente possibilidade de ataques cibernéticos a infraestruturas estatais e uma nova geopolítica do poder com a ascensão da China, ainda paira no mundo o terror de um conflito atômico sem precedentes. Essas foram algumas questões abordadas pelo General de Exército José Benedito de Barros Moreira no 240º Encontro no INCAER, com a palestra “As novas ameaças do Século XXI”, realizada no dia 25 de novembro, na sede do Instituto.
Com a experiência de ter sido Secretário de Política, Estratégia e Assuntos Internacionais e Assessor do Ministro da Defesa, Conselheiro Militar na Representação Brasileira junto à Conferência do Desarmamento na ONU, Comandante da Escola Superior de Guerra e Conselheiro Nacional da Cruz Vermelha Brasileira, o General fez uma análise do cenário atual entre as nações, desde as implicações das mudanças climáticas até a moderna guerra cibernética.
O militar enfatizou também que estamos vivendo, atualmente, uma nova guerra fria, uma vez que a Estratágia Militar americana, de 2015, define a Rússia como um estado revisionista, e esta, em sua Doutrina de Guerra, define os EUA e a OTAN como uma ameaça militar à existência russa. “As divergências entre Rússia e EUA na Síria é sintomática, ainda mais agora com o abatimento de uma aeronave russa pela Turquia, que pertence à OTAN. A existência do bipolo China-Rússia, desde já, é um freio à pretensão dos EUA de liderar, sozinho, os destinos do mundo. Saber aceitar essa realidade pode ser a chave para impedir um holocausto nuclear que colocaria a humanidade em risco de extinção”, concluiu o General Barros Moreira.
239º ENCONTRO NO INCAER
Reencontro celebra 50 anos de criação da
Aviação de Reconhecimento e Ataque no Brasil
Há exatos cinquenta anos, nascia a Esquadrilha de Reconhecimento e Ataque (ERA) da Força Aérea Brasileira, que utilizava as lendárias aeronaves North American T-6 nas primeiras operações aéreas especiais do Brasil. Para resgatar parte dessa importante história da Aeronáutica brasileira e congraçar as novas e as velhas gerações, o Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica (INCAER) realizou um “Encontro no INCAER” especial, dedicando sua edição 239º ao tema: “Aviação de reconhecimento e ataque – A saga dos guerreiros polivalentes”.
Muitas histórias e emoções foram revividas. Cerca de 150 convidados de diversas localidades do Brasil, entre combatentes da ativa e da reserva, puderam realizar uma volta ao passado e rememorar a história das Esquadrilhas de Reconhecimento e Ataque (ERA), sua evolução para os Esquadrões de Reconhecimento e Ataque e para os Esquadrões Mistos de Reconhecimento e Ataque (EMRA), bem como a criação do Esquadrão Joker, escola de formação desses pilotos fundada em Natal/RN, em funcionamento até hoje.
Além de palestra, uma exposição foi montada no saguão do auditório do INCAER com as bolachas dos antigos esquadrões, quadros, fotografias, diplomas e maquetes das aeronaves; macacões de voo originais, capacetes, coldres e facas utilizadas nas missões; jornais de época, livros históricos e uma linha do tempo em formato eletrônico. Houve também o lançamento de um opúsculo intitulado Aviação de Reconhecimento e Ataque na FAB, a saga dos guerreiros polivalentes – Nem melhor, nem pior, nem diferente...polivalente e a entrega do registro oficial em encadernação de luxo da Canção do 3º EMRA ao 3º/8º GAv, herdeiro do 3º EMRA, representado pelo Oficial de Operações, Major Aviador Aislan Brum Cursi.
Memórias
O pesquisador aeronáutico e um dos ex-integrantes do EMRA, Cel Av Ref Aparecido Camazano Alamino, apresentou uma palestra com toda a evolução dos esquadrões e as operações reais por eles efetivadas. Segundo ele, as ERA foram criadas para executar operações aéreas especiais como missões de repressão ao contrabando, patrulhamento de fronteiras, campos de pouso clandestinos, destruição de plantações ilegais, combate a operações de guerrilha e ao roubo de gado. Como as atividades dos esquadrões estavam sendo implementadas, as missões envolviam muitos riscos, como conta o Coronel Aviador Renato Paiva Lamounier, um dos fundadores do ERA 20, em Santa Cruz/RJ.
“Certa vez, decolamos de Cumbica/SP para Campo Grande/MT, com a missão de destruir plantações de maconha. Era o ano de 1964. Erámos cinco aeronaves carregadas de napalm. O tempo estava muito fechado e só a aeronave do líder operava por instrumentos. Desta forma, tínhamos que ficar de olho nele para não o perdermos, pois caso isso ocorresse, o elemento ficaria às cegas e não teria como voltar devido às condições meteorológicas. Lembro-me de ter sido uma das viagens mais tensas que já fiz em toda a minha vida. Uma experiência inesquecível”, relembra.
Lamounier participou também da Operação CATRAPO 1, realizada em 1965 na Base Aérea de Santa Cruz/RJ. “Nunca esquecerei de uma das instruções da Operação CATRAPO 1, que consistia em uma missão noturna em que as aeronaves voavam com todas as luzes apagadas. Nessa doutrina americana, trazida pelos pilotos recém-chegados do Vietnã, oriundos do 605th Air Command Squadron Compost, nossa única referência das alas eram as chamas que saíam do motor do avião. A grande dificuldade era que a pupila dilatada pela escuridão se comprimia rapidamente pela luz doflare utilizado para iluminar o alvo. Após o ataque, quando o flare se apagava, até que nossa vista se adaptasse novamente à escuridão, não víamos nada. Era literalmente um voo às escuras. Essas missões eram muito arriscadas, mas nunca houve qualquer incidente”, relata Lamounier.
Outro que teve a vida por um fio foi o Coronel Aviador Francisco José Degrazia Dellamora, um dos responsáveis pela transferência do ERA 1 de Canoas/RS para o EMRA 1, em Belém/PA. “No ano de 1974, passamos por uma situação muito delicada. Estávamos apoiando uma missão do Exército quando um cabo daquela força efetuou um disparo acidental de fuzil dentro do helicóptero, danificando o sistema hidráulico e o sistema de transmissão da aeronave. Esses são sistemas críticos e, segundo apuramos com um piloto de provas da fabricante do helicóptero, a empresa Bell, em um caso semelhante ocorrido no Vietnã, a aeronave explodiu em dez minutos devido a pressão de transmissão ser zero. Também estávamos com a pressão zero, mas tivemos a sorte de pousar na localidade de Cajueiro, entre Marabá e São Geraldo, após 7 minutos do incidente. Foi uma situação bastante difícil mas, graças a Deus, estamos aqui para contar essa história”, relembra.
O ex-Comandante da Aeronáutica, Ten Brig Ar Carlos Alberto Baptista, conta que comandava o 1º/14º Grupo de Aviação de Caça quando foi designado para criar o Esquadrão que receberia 16 aviões T-6 que formariam o ERA 51, em 1965. Foi uma missão muito difícil e ao mesmo tempo prazerosa, pois tive apenas três meses para organizar tudo, hangares, salas de comando, operações, sala das esquadrilhas, suprimentos, instrução etc. antes da chegada dos aspirantes. Foi uma loucura, pois deixei o comando do 1º/14º com o meu Oficial de Operações e me dediquei de corpo e alma à recepção dos novos aspirantes. Quando eles chegaram, tudo estava pronto. Para comemorar, fizemos um voo com todas as 16 aeronaves. Foi muito emocionante. Depois da criação do ERA, voltei a comandar o grupo de caça e meu operações foi designado como o primeiro comandante do ERA 51. Essa recordação trago com muito carinho pois tive a honra de preparar terreno para que o Esquadrão pudesse operar e tudo foi a contento”, relembra Ten Brig Baptista.
O resgate de uma história
Para o Subdiretor de Cultura do INCAER e idealizador da homenagem, Major-Brigadeiro do Ar José Roberto Scheer, umas das principais contribuições das ERA e dos EMRA foram as missões de segurança interna; a participação no Projeto RADAM e RADAM-BRASIL, que realizou a cobertura da Região Amazônica por imagens aéreas de radar, possibilitando um amplo estudo integrado do meio físico e biótico das regiões abrangidas pelo projeto; a contribuição ao Projeto DINCART (Dinamização da Cartografia), com a finalidade de elaborar cartas de navegação atualizadas de todo o Brasil; e a formação dos primeiros controladores de defesa aérea do país. “Esse importante capítulo da história da FAB não podia ficar esquecido. Reunir toda essa turma, de diferentes lugares do Brasil para reviver tantas histórias já valeu à pena, quanto mais o resgate da memória para o conhecimento e aprendizado das novas gerações, isso não tem preço”, conclui o Maj Brig Scheer.
Estiveram presentes ao Encontro no INCAER o Exmo. Sr. Ex-Comandante da Aeronáutica, Ten Brig Ar Carlos de Almeida Baptista, Ex-Diretor do INCAER, Ten Brig Ar Paulo Roberto Cardoso Vilarinho, Presidente da CFIAE, Ten Brig Ar Marco Aurélio Gonçalves Mendes, e o General de Exército Paulo César de Castro.
238º ENCONTRO NO INCAER
O Programa Estratégico de Sistemas Espaciais é apresentado
no 238º Encontro no INCAER
O Presidente da Comissão de Coordenação de Sistemas Espaciais, Maj Brig Ar Carlos Minelli de Sá, proferiu a palestra “Programa Estratégico de Sistemas Espaciais” no 238º Encontro no INCAER, realizado em 26 de agosto de 2015. O palestrante explicou que países sul-americanos como Argentina, Bolívia, Chile e Venezuela já possuem satélites de observação, e que o aproveitamento das poucas zonas orbitais disponíveis por satélites brasileiros é uma necessidade com fundamentação estratégica em tempo de paz e, principalmente, em operações de segurança nacional. Para tanto, o Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE) foi elaborado pela Comissão de Coordenação e Implantação de Sistemas Espaciais (CCISE), criada em 2012, responsável por coordenar os trabalhos referentes à definição e à implantação de sistemas espaciais, bem como da respectiva infraestrutura de apoio. A meta da CCISE é lançar um satélite de pequeno porte por ano, o que muito contribuirá para as telecomunicações, o mapeamento de informações, o monitoramento espacial e a observação da Terra.
237º ENCONTRO NO INCAER
Independência Tecnológica no Brasil
O Brasil é uma das maiores nações do mundo em população, território, riquezas naturais, diversidade biológica e energias renováveis. Mas o que nos falta para sermos independentes tecnologicamente e verdadeiramente soberanos? Esse foi o debate promovido pelo engenheiro Carlos Alberto Rayol, gerente da Divisão de Transmissão da Eletrobrás e autor do livro Independência e soberania – Uma escolha para o Brasil, no 237º Encontro no INCAER, que ocorreu no dia 29 de julho.
Com a palestra Independência tecnológica do Brasil, Rayol fez uma análise estratégica sobre tecnologia e progresso das nações, enfatizando a necessidade de o Brasil mudar sua matriz de exportação e valorizar a produção científica e tecnológica, passando a exportar mais produtos de maior valor agregado em relação às atuais commodities.
Em sua análise, o palestrante abordou também o processo de drenagem de cérebros para países desenvolvidos e o abismo entre o porte do Brasil e seu grau de desenvolvimento tecnológico.
Após a apresentação, seguiu-se uma intensa sessão de debates.
236º ENCONTRO NO INCAER
O Ensino Continuado e o Sistema de Pós-Graduação na Aeronáutica
O 236º Encontro no INCAER, realizado no dia 24 de junho, apresentou para a plateia de militares e civis os novos conceitos que estão orientando a formação e o aprimoramento da carreira profissional dos oficiais no âmbito do Comando da Aeronáutica. A palestra “O ensino continuado e o Sistema de Pós-graduação na Aeronáutica” foi proferida pelo Vice-Reitor da Universidade da Força Aérea (UNIFA), Brigadeiro Intendente R/1 Luiz Tirre Freire, que demonstrou a estrutura acadêmica da UNIFA, bem como suas linhas de pesquisa e projetos de qualificação acadêmica.
O Brig Tirre adiantou que está em andamento a ativação de novos grupos de pesquisa em Logística Operacional, Segurança Cibernética e Eficácia do Emprego do Poder Aéreo, bem como o Desenvolvimento dos Cursos de Mestrado Profissional em Desempenho Humano para o Poder Aeroespacial e em Gestão de Defesa, e a reativação do Curso de Doutorado em Ciências Aeroespaciais.
Para firmar a excelência do ensino promovido pela UNIFA e a atualização constante de seus conteúdos programáticos, o Vice-Reitor afirmou que a Pró-Reitoria de Extensão vem celebrando acordos, convênios e parcerias com instituições de ensino, agências fomentadoras e organismos públicos e privados, bem como ações de inserção do corpo docente nos programas de intercâmbio e parcerias acadêmicas que incluem bolsas de estudo, cursos, estágios, congressos, seminários e atividades de cooperação nacional e internacional.
235º ENCONTRO NO INCAER
Guerra Nuclear e suas implicações no Brasil
Nos últimos anos, dados oficiais de organismos internacionais tem apontado uma redução do arsenal nuclear em relação ao período da Guerra Fria. Entretanto, a ameaça não diminuiu. Essas armas estão cada vez mais letais e precisas. Essa é a constatação do professor Guilherme Pereira, que proferiu a palestra “A guerra nuclear – um fantasma do passado ou um pesadelo para o futuro?”, no 235º Encontro no INCAER, realizado no dia 27 de maio desse ano.
As características e as consequências de um conflito nuclear generalizado, a estratégia e as táticas de seu emprego nos diversos cenários de operação e as implicações para o Brasil foram traçadas pelo palestrante. O professor Guilherme revelou o risco representado pela disseminação de artefatos químicos e biológicos e das armas nucleares portáteis de baixa potência, que podem ser empregadas nas guerras assimétricas por grupos terroristas.
Na parte final de sua apresentação, o pesquisador traçou um histórico do programa nuclear brasileiro, apontando o atual estágio de desenvolvimento do domínio do ciclo atômico e os possíveis usos dessa tecnologia. Após a palestra, foi realizada uma sessão de debates com o publico participante. O próximo Encontro no INCAER, previsto para o dia 24 de junho, vai abordar “O Programa de Pós-Graduação na Aeronáutica”, implementado pela Universidade da Força Aérea (UNIFA).
234º ENCONTRO NO INCAER
Guerra Nuclear e suas implicações no Brasil
A palestra “A Educação do Oficial Combatente do Século XXI”, tema do 234º Encontro no INCAER, realizado no dia 29 de abril de 2015, teve como objetivos apresentar algumas considerações sobre questões que envolvem as atividades psicopedagógicas necessárias ao aperfeiçoamento da educação e do treinamento das futuras gerações de líderes da Força Aérea Brasileira, e evidenciar o aumento da complexidade na guerra aérea devido aos avanços exponenciais da tecnologia, do pensamento filosófico e dos recursos humanos.
Inicialmente, houve a apresentação do Brig Ar R/1 Teomar Fonseca Quírico, e, logo após, o tema foi desenvolvido pelo Ten Cel Av Refm Gilberto Pedrosa Schittini. Houve, ainda, a apresentação do Ten Brig Ar R/1 Marco Aurélio Gonçalves Mendes, convidado pelo Brig Quírico para manifestar a sua opinião sobre o resultado das mudanças realizadas durante a sua gestão como Comandante da Academia da Força Aérea.
O debate foi realizado com os três palestrantes e, pela importância e amplitude do tema, os questionamentos foram muitos e tiveram que ser interrompidos por falta de tempo hábil destinado para tal fim.
Ao final, o Diretor do INCAER, Ten Brig Ar R/1 Pohlmann, entregou a cada palestrante um diploma e uma lembrança deste Instituto.
233º ENCONTRO NO INCAER
Ciência, tecnologia e inovação na indústria aeroespacial
Os recentes conflitos na região dos Bálcãs e as questões geopolíticas que tornam tensas as relações entre Rússia e Ucrânia foram abordados no 233º Encontro no INCAER, realizado no dia 25 de março de 2015. “A Questão da Ucrânia e seus Desdobramentos” foi o tema da palestra apresentada pelo Capitão de Mar-e-Guerra Márcio Bonifácio Moraes, especialista no assunto, que atuou como observador da ONU na região.
Ao fim da palestra, o Comandante Márcio foi contemplado com um diploma e uma lembrança do INCAER, pelas mãos do Diretor do Instituto, Ten Brig Ar R1 Ailton dos Santos Pohlmann.
Houve, em seguida, sessão de autógrafos do livro O Poder Aéreo – Guia de Estudos, do Cel Av R1 Carlos Eduardo Valle Rosa. A principal finalidade da obra é analisar as definições teóricas e doutrinárias do poder aéreo e da guerra aérea, como um guia para estudantes, pesquisadores e profissionais interessados.
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