Risco de fauna é o risco decorrente da utilização do mesmo espaço, no solo ou no ar, por aeronave e a presença de fauna (aves e outros animais, tanto silvestres como domésticos) que podem resultar em danos à aeronave. No decorrer dos anos, estudos e pesquisas nos diversos segmentos da aviação, mostraram que o uso do mesmo espaço por fauna e aeronaves é uma questão que requer um olhar mais atento no que diz respeito ao gerenciamento deste tipo de risco. O aumento do tráfego aéreo e o desenvolvimento de motores de aeronaves mais silenciosos podem aumentar a probabilidade de uma colisão com fauna.
A ocorrência que melhor exemplifica o risco de fauna é o acidente ocorrido com o voo 1549 da US Airways em 15 de janeiro de 2009, que alcançou atenção mundial. Após decolar do aeroporto de La Guardia, New Jersey, EUA, a aeronave Airbus A 320 teve perda dupla de motor em voo após colidir com um bando de gansos canadenses (Branta canadenses), obrigando a tripulação a realizar um pouso no Rio Hudson. Todos os 150 passageiros, bem como os 05 tripulantes sobreviveram ao ocorrido.
Cada aeródromo possui características específicas, como o tipo e o volume de tráfego aéreo, distribuição interna e externa de atrativos, os quais definem espécies, quantidades e movimentos diários e sazonais de animais, especialmente aves. Portanto, o risco de fauna é único em cada aeródromo, onde o perigo identificado (espécie de fauna), pode incidir nas operações aéreas de formas diferentes e, neste contexto, medidas e ações são necessárias para um melhor entendimento das variáveis que agem neste cenário.
O processo de gerenciamento depende de informações precisas, a fim de identificar o perigo, possibilitando a análise de medidas de controle e desenvolvimento de estratégias que visem a diminuição do risco. Assim, uma cultura de reporte de eventos com fauna é extremamente necessária, a fim de garantir que o dado tratado (conhecimento) sobre os eventos com fauna sejam empregados de maneira correta por todos os stakeholders aeronáuticos.
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