Criação da Prefeitura de Aeronáutica da Guarnição dos Afonsos
No dia 1º de junho de 1955, a Força Aérea Brasileira deu um passo significativo ao criar a Prefeitura de Aeronáutica da Guarnição dos Afonsos, por meio da Portaria nº 337/GM4. Essa iniciativa fortaleceu a organização e o suporte às unidades militares situadas no lendário Campo dos Afonsos, reconhecido como o berço da aviação brasileira.
Desde a inauguração da Escola Brasileira de Aviação em 1914, o Campo dos Afonsos tem sido palco de importantes marcos na história da aviação nacional. A criação da Prefeitura de Aeronáutica consolidou ainda mais essa trajetória, proporcionando uma administração eficiente e integrada para as diversas organizações ali estabelecidas, como a Base Aérea dos Afonsos, a Universidade da Força Aérea (UNIFA) e o Museu Aeroespacial (MUSAL) .
A Prefeitura desempenhou um papel crucial no apoio logístico, administrativo e de infraestrutura, garantindo o pleno funcionamento das atividades militares e educacionais no local. Sua atuação foi fundamental para o desenvolvimento e a excelência das operações aéreas no Brasil.
Hoje, celebramos esse marco histórico que reforça o compromisso da Força Aérea Brasileira com a inovação, a organização e o progresso da aviação no país.
"Tempestade nos Céus: A Corajosa Travessia Noturna de Santos Dumont em 1898"
Em 30 de maio de 1898, Alberto Santos Dumont realizou uma ascensão aerostática noturna que se tornaria uma das mais desafiadoras de sua carreira. Partindo de Péronne, na França, a bordo de um balão livre, ele enfrentou uma tempestade intensa durante o voo, sendo transportado pelos ventos até pousar próximo a Namur, no sul da Bélgica.
Essa experiência marcou um ponto de virada na trajetória de Santos Dumont, impulsionando-o a buscar maior controle sobre suas aeronaves. Determinado a superar os desafios enfrentados, ele passou a desenvolver balões dirigíveis equipados com motores, como o "Santos-Dumont Nº 1", testado em setembro de 1898 no Jardim da Aclimação, em Paris.
A coragem e a determinação demonstradas por Santos Dumont durante essa travessia noturna não apenas evidenciaram seu espírito pioneiro, mas também contribuíram significativamente para os avanços na aviação. Sua capacidade de enfrentar adversidades e transformar desafios em oportunidades solidificou seu legado como um dos principais inovadores da história da aeronáutica.
Escola Técnica de Aviação: O Berço dos Especialistas da FAB
Em 9 de abril de 1946, por meio da Portaria nº 144, foram aprovadas as instruções para o funcionamento da Escola Técnica de Aviação (ETAv), marcando um passo significativo na formação de especialistas para a Força Aérea Brasileira (FAB). A ETAv, posteriormente conhecida como Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR), tornou-se o principal centro de formação de sargentos especialistas da FAB. Ao longo de suas oito décadas de existência, a EEAR formou mais de 50 mil homens e mulheres, consolidando-se como o "Berço dos Especialistas".
A criação da ETAv em 1946 foi fundamental para suprir a necessidade de profissionais qualificados em diversas áreas técnicas da aviação militar brasileira. A escola evoluiu continuamente, adaptando-se às inovações tecnológicas e às demandas operacionais da FAB, mantendo-se como referência na formação de especialistas aeronáuticos.
Atualmente, a EEAR continua a desempenhar um papel crucial na capacitação de militares, oferecendo cursos que abrangem desde manutenção de aeronaves até controle de tráfego aéreo, garantindo que a FAB disponha de profissionais altamente qualificados para cumprir sua missão de defender e integrar o espaço aéreo brasileiro.
Pioneiras dos Céus: as primeiras aviadoras brasileiras
Em 8 de abril de 1922, o Brasil testemunhou um marco histórico na aviação feminina: Thereza de Marzo tornou-se a primeira mulher brasileira a obter o brevê de piloto, sendo seguida por Anésia Pinheiro Machado no dia seguinte. Essas conquistas abriram caminho para a participação ativa das mulheres na aviação nacional.
Nascida em 6 de agosto de 1903, em São Paulo, Thereza de Marzo apaixonou-se pela aviação ainda jovem. Sob a instrução do piloto alemão Fritz Roesler, realizou seu primeiro voo solo em 17 de março de 1922. Pouco depois, em 8 de abril do mesmo ano, recebeu o brevê número 76 da Fédération Aéronautique Internationale, tornando-se a primeira aviadora brevetada do Brasil.
Anésia Pinheiro Machado, nascida em 5 de junho de 1904, em Itapetininga (SP), também foi instruída por Fritz Roesler. Realizou seu primeiro voo solo na mesma data que Thereza — 17 de março de 1922 — e obteve o brevê número 77 em 9 de abril de 1922. Anésia destacou-se por realizar o primeiro voo interestadual feminino no Brasil, pilotando de São Paulo ao Rio de Janeiro em comemoração ao centenário da Independência. Ao chegar à capital fluminense, foi recebida por autoridades e homenageada por Santos Dumont com uma carta e uma medalha de ouro.
As trajetórias de Thereza de Marzo e Anésia Pinheiro Machado são testemunhos de coragem e determinação. Elas não apenas desafiaram as normas de sua época, como também pavimentaram o caminho para as futuras gerações de mulheres na aviação brasileira. Suas histórias continuam a inspirar e a lembrar da importância da igualdade de gênero nos céus — e além.
Você pode conhecer mais sobre o legado dessas pioneiras na exposição "Mulheres na Aviação", em cartaz na sala Demoiselle do Museu Aeroespacial.
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Hindenburg: A Grandiosa Chegada do Gigante dos Céus ao Rio de Janeiro
Em 4 de abril de 1936, o imponente dirigível alemão LZ 129 Hindenburg realizou sua primeira travessia transatlântica, pousando em Santa Cruz, Rio de Janeiro, após partir de Friedrichshafen, Alemanha. Sob o comando de Ernst Lehmann, a aeronave transportava 50 passageiros e 61 tripulantes, além de uma carga que incluía um automóvel Opel Olympia Cabriolet, simbolizando a capacidade de carga e luxo associados ao Hindenburg.
A chegada do Hindenburg ao Brasil foi um evento marcante, atraindo a atenção de autoridades e do público em geral. O dirigível foi recebido no aeródromo de Santa Cruz, onde um mastro de amarração e um hangar especialmente construído aguardavam sua chegada. Entretanto, o campo de pouso estava encharcado devido a chuvas recentes, e a equipe de solo enfrentou desafios para auxiliar no pouso e na movimentação do dirigível até o hangar.
Durante sua estadia no Rio de Janeiro, o Hindenburg sobrevoou pontos icônicos da cidade, proporcionando aos cariocas uma visão impressionante do gigante dos céus pairando sobre a paisagem urbana. Este momento histórico foi registrado em diversas fotografias e filmagens da época, capturando a magnitude e a elegância do dirigível em contraste com o cenário carioca.
A missão do Hindenburg ao Rio de Janeiro não apenas demonstrou os avanços tecnológicos da aviação alemã, mas também fortaleceu as relações entre a Alemanha e o Brasil, evidenciando o potencial dos dirigíveis como meio de transporte transatlântico de passageiros e cargas. Embora a era dos dirigíveis tenha sido relativamente breve, eventos como este permanecem na memória coletiva como testemunhos de uma época de inovação e grandiosidade nos céus.
O Desafio dos Céus: O Prêmio Deutsch de la Meurthe e a Conquista de Santos-Dumont
Em 24 de março de 1900, o magnata do petróleo Henri Deutsch de la Meurthe lançou um desafio audacioso para os pioneiros da aviação: um prêmio de 100.000 francos seria concedido ao primeiro aeronauta que, entre 1º de maio de 1900 e 1º de outubro de 1904, conseguisse pilotar um balão dirigível do Parc de Saint-Cloud até a Torre Eiffel e retornasse ao ponto de origem, percorrendo 11 milhas em menos de 30 minutos, sem tocar o solo e utilizando apenas os próprios meios.
O brasileiro Alberto Santos-Dumont, já renomado por suas inovações aeronáuticas, aceitou o desafio. Após várias tentativas e contratempos, incluindo acidentes com seus dirigíveis anteriores, ele projetou o "Santos-Dumont Nº 6". Em 19 de outubro de 1901, Santos-Dumont decolou do Parc de Saint-Cloud, contornou a Torre Eiffel e retornou ao ponto de partida em 29 minutos e 30 segundos, cumprindo os critérios estabelecidos. Inicialmente, houve controvérsias sobre o tempo exato devido a pequenos atrasos na aterrissagem, mas, após aclamação pública e revisão, o prêmio foi oficialmente concedido a ele em 4 de novembro de 1901.
Demonstrando generosidade, Santos-Dumont destinou metade do prêmio aos seus mecânicos e outra metade aos pobres de Paris. Sua conquista não apenas marcou um avanço significativo na dirigibilidade aérea, mas também solidificou sua vantagem como um dos maiores pioneiros da aviação.
A Primeira Aventura Aérea de Santos Dumont: Uma Jornada Inesquecível nos Céus de Paris
Em 23 de março de 1898, Alberto Santos Dumont, então com 24 anos, realizou sua primeira ascensão aerostática, acompanhado pelo experiente aeronauta e construtor de balões Alexis Machuron.
A decolagem ocorreu no renomado Parque de Aerostação de Vaugirard, em Paris, um centro de inovação e diversão pela aviação na época.
Durante uma hora e quarenta minutos, a dupla navegou pelos céus parisienses, contemplando vistas panorâmicas e enfrentando os desafios insolúveis ao voo em balões.
Este marco não apenas simbolizou o início das contribuições revolucionárias de Santos Dumont para a aeronáutica, mas também evidenciou sua paixão inata pelo voo e sua determinação em explorar os céus.
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