SISCULT: A inovação cultural da Força Aérea Brasileira
Em 26 de fevereiro de 2010, o Comando da Aeronáutica deu um passo significativo na preservação e promoção de sua rica história e cultura ao instituir o Sistema de Patrimônio Histórico e Cultural (SISCULT) por meio da Portaria nº 119/GC3. Este sistema, com o Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica (INCAER) como órgão central, tem como objetivo centralizar e coordenar as atividades relacionadas ao patrimônio histórico e cultural da Força Aérea Brasileira.
O INCAER, fundado em 27 de junho de 1986, é uma organização subordinada diretamente ao Comandante da Aeronáutica, em conformidade com o Decreto nº 92.858, de 1986. O instituto dedica-se à pesquisa, preservação e divulgação da memória da A aviação brasileira é responsável por manter e promover o Museu Aeroespacial, que abriga uma vasta coleção de artefatos históricos relacionados à aviação.
A criação do SISCULT representa uma estratégia para integrar e fortalecer as iniciativas culturais dentro da Força Aérea, alinhando-se ao Sistema Nacional de Cultura e ampliando o alcance das atividades culturais da instituição. As atividades do SISCULT abrangem áreas como patrimônio histórico material e imaterial, museologia e heráldica, atualizações preservar e divulgar a história e a cultura aeronáutica brasileira.
Essa iniciativa reflete o compromisso da Força Aérea Brasileira em valorizar e compartilhar sua história, promovendo o conhecimento e o orgulho nacional em relação à aviação e às contribuições do Brasil para o campo aeronáutico.
DIA DA INSPEÇÃO EM VOO NO BRASIL
Atividade de Inspeção em Voo completa 66 anos no Brasil
Garantir a segurança das aeronaves em todas as fases de voo. É a partir desta premissa que os mais de 200 homens e mulheres do Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV), a unidade aérea do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), atuam diariamente ao aferir todos os sistemas de auxílio à navegação aérea, bem como os procedimentos de navegação aérea em uso no espaço aéreo brasileiro.
O dia 21 de fevereiro marca, desde 1959, a primeira inspeção em voo realizada no Brasil, com tripulação e aeronave nacionais. São 66 anos deste feito histórico e, ano após ano, acompanhando os avanços tecnológicos, o GEIV conduz com profissionalismo e alta qualidade as diversas missões nacionais e internacionais.
Somente em 2024, o Grupo realizou cerca de 1.400 horas de voos de inspeção e foi responsável pela aferição de 970 auxílios à navegação aérea. “Somos reconhecidos por executar uma das melhores e mais criteriosas inspeções em voo, sempre atendendo aos padrões estabelecidos pela Organização da Aviação Civil Internacional, o que credencia o Brasil em uma posição de destaque mundial no cenário da navegação aérea”, destacou o Diretor-Geral do DECEA, Tenente-Brigadeiro do Ar Maurício Augusto Silveira de Medeiros.
Esta atividade essencial para a segurança dos aeroportos do Brasil é desempenhada pela equipe de inspeção do GEIV, composta por seis militares altamente treinados: um piloto-inspetor (PI), um piloto operacional de inspeção em voo (1P), um operador de sistema de inspeção em voo (OSIV), dois operadores de sistema de posicionamento de aeronave (OSPA) e um mecânico de voo (MEC). Juntos, eles inspecionam a execução de perfis de voo e a qualidade dos sinais de equipamentos de solo, além de verificarem os procedimentos em voo, fazendo análises, medições e, quando necessário, correções para que estes atendam aos parâmetros previstos.
Atualmente, a frota do GEIV é composta por oito aeronaves, sendo quatro do modelo Hawker 800 XP e quatro Legacy 500, denominadas na Força Aérea Brasileira (FAB) como IU-93-M e IU-50, respectivamente. As aeronaves-laboratório são equipadas com o sistema de inspeção em voo embarcado UNIFIS 3000, que avalia os sinais eletrônicos dos auxílios à navegação aérea. Os consoles instalados nesses aviões são frequentemente calibrados para que possam avaliar, com alto grau de precisão, os sinais emitidos pelos instrumentos de solo.
“Os voos de inspeção possuem algumas características específicas e demandam intenso treinamento e alta habilidade da tripulação envolvida. São realizados longos sobrevoos na mesma localidade, assim como a execução de manobras e passagens baixas sobre as pistas dos aeródromos. É através deste trabalho incansável que garantimos a precisão, a confiabilidade e a segurança para que todos possam voar”, explicou o Comandante do GEIV, Major Aviador Rodrigo Pereira Drumond.
História
A atividade de inspeção em voo no Brasil teve seu início em 1956, após a assinatura do projeto de Controle de Tráfego Aéreo (CONTRAF). Já no ano de 1958, formou-se a primeira tripulação operacional de inspeção em voo no País, quando foi adquirido o primeiro avião-laboratório. A primeira inspeção em voo em território nacional, com aeronave e tripulação da FAB, foi realizada em 21 de fevereiro de 1959, com o objetivo de verificar a adequação do sítio de Itaipuaçu, no Rio de Janeiro (RJ), para a instalação para instalação de um VOR, equipamento eletrônico usado na navegação aérea.
Fotos: DECEA
Criação do Correio Aéreo Nacional
Em 20 de fevereiro de 1941, a aviação brasileira testemunhou um marco histórico com a criação do Correio Aéreo Nacional (CAN), resultado da fusão do Correio Aéreo Militar e do Correio Aéreo Naval. Essa unificação visava integrar as diversas regiões do país, especialmente as mais isoladas, por meio de um serviço postal aéreo eficiente e seguro.
A origem do CAN remonta a 1931, quando o Correio Aéreo Militar iniciou suas operações, estabelecendo rotas aéreas para o transporte de correspondências e promovendo a integração nacional. Em 1934, o Correio Aéreo Naval foi criado, ampliando a cobertura e a capacidade de transporte aéreo. A fusão desses dois serviços em 1941 consolidou o CAN, que passou a operar sob a responsabilidade da Força Aérea Brasileira, desempenhando um papel crucial na comunicação e no desenvolvimento do país.
Ao longo das décadas, o CAN evoluiu, adaptando-se às novas demandas e tecnologias. Além de seu papel primordial no transporte de correspondências, o CAN expandiu suas funções para incluir missões de transporte logístico, apoio humanitário, busca e salvamento, e evacuação aeromédica, consolidando-se como um pilar essencial da infraestrutura nacional.
Denominação dos postos da hierarquia militar na Força Aérea Brasileira
Em 13 de fevereiro de 1941, o Brasil testemunhou uma transformação significativa em sua estrutura militar aérea com a promulgação do Decreto-Lei nº 3.047. Este decreto implementou as denominações dos postos da hierarquia militar das Forças Aéreas Nacionais, alinhando-os às nomenclaturas do Exército e da Marinha.
Antes dessa unificação, as forças aéreas brasileiras operavam sob denominações distintas, o que gerava confusão e dificultava a integração entre as diferentes forças armadas. A padronização dos postos visava não apenas uniformizar a classificação, mas também fortalecer a coesão e a eficiência das operações militares aéreas.
Essa mudança ocorreu em um período de intensas transformações para a aviação militar brasileira. Em 20 de janeiro de 1941, o presidente Getúlio Vargas havia criado o Ministério da Aeronáutica, unificando as aviações navais e militares e incorporando o Departamento de Aeronáutica Civil (DAC) e o Ministério da Viação e Obras Públicas.
A criação do Ministério da Aeronáutica e a unificação das forças aéreas brasileiras ocorreu em um contexto de crescente tensão internacional, especialmente com o avanço da Segunda Guerra Mundial. O Brasil, ao alinhar suas forças armadas e padronizar sua posição, buscava fortalecer sua defesa nacional e sua posição no cenário internacional.
MARECHAL HERMES DA FONSECA PARTICIPA DO PRIMEIRO VOO PRESIDENCIAL BRASILEIRO
Em várias ocasiões a Ilha do Governador, tradicional bairro da Cidade do Rio de Janeiro, foi pioneira em assuntos ligados à aviação no Brasil, como por exemplo a participação de Edmound Plaucht em um concurso promovido pelo jornal “A Noite”, em que os concorrentes deveriam percorrer de avião, o trajeto do Centro da cidade até a Praia do Zumbi.
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Em 15 de abril de 1913, foi a vez do ilustre piloto norte-americano David H. Mc Cullogh, que em seu hidroplano “Curtiss”, a partir da Ponta da Ribeira, onde havia sido construído um hangar, realizou alguns voos de demonstração nas proximidades da Ilha do Governador.
Não resistindo a participar de uma aventura inédita, o então Presidente da República, Marechal Hermes da Fonseca, chegou à Ponta da Ribeira, a bordo da lancha “Olga” para participar de um voo de 18 minutos sobre a Baía de Guanabara, cabendo-lhe a honra de ter sido o primeiro Presidente da República do Brasil a embarcar em um avião.
A Criação da Escola de Aperfeiçoamento e Preparação de Aeronáutica Civil (EAPAC)
Em meados da década de 50, já rareavam os recursos materiais que o pós-guerra proporcionara com facilidade para a Aeronáutica.
No tocante à mão-de-obra especializada – pilotos, mecânicos e comissários – a Real, a VARIG e a Cruzeiro do Sul criaram escolas próprias e nelas preparavam o seu pessoal necessário, embora com certa deficiência, em função da ausência de uma orientação didática cuidadosa e de uma padronização no ensino técnico-profissional, que nem sempre obedecia às exigências internacionais recomendadas pela Organização Internacional de Aviação Civil (OACI).
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Em 1955, visando sanar a precariedade pedagógica e técnica dessa aprendizagem específica, o Sindicato Nacional dos Aeronautas, o Sindicato dos Pilotos de Transporte Aéreo e o Sindicato Nacional dos Aeroviários iniciaram estudos conjuntos para a criação de um estabelecimento de ensino que melhor habilitasse os profissionais de Aeronáutica Comercial quer de voo quer de terra. Note-se que a esta época já se prenunciava a entrada da era dos motores a jato na Aviação Comercial.
Em breve, os sindicatos concluíram pela necessidade de criação da Escola de Aperfeiçoamento e Preparação de Aeronáutica Civil (EAPAC), onde cursos diversos, com instrutores bem selecionados e com programação mais tecnicamente elaborados, passariam a ser ministrados ao pessoal já formado, para incrementar e atualizar seus conhecimentos, além de proporcionar habilitação mais adequada aos novos candidatos à carreira.
O Ministério da Aeronáutica deu total apoio à iniciativa dos sindicatos e não só autorizou o funcionamento da nova escola, mas também lhes concedeu o prédio onde funcionara a Escola de Comando e Estado-Maior (ECEMAR), no bairro de Laranjeiras (RJ), para instalação da Sede da Escola. Assim, pela Portaria nº 199, de 12 de abril de 1956, a EAPAC iniciou suas atividades, sob controle e fiscalização da Diretoria de Aeronáutica Civil (DAC) e condução dos Sindicatos, que designaram o Piloto de Linha Aérea Élio da Fonseca Barros para ser o primeiro Diretor.
DIRIGÍVEL “HINDERBURG” CHEGA AO RIO DE JANEIRO
Em 30 de março de 1936, a empresa Zeppelin inaugurou uma linha regular de voos para o Rio de Janeiro com o maior e mais moderno dirigível da época.
Um gigante levantou voo nas proximidades do Lago de Constança, no dia 30 de março de 1936, e partiu com destino ao Rio de Janeiro, na América do Sul. O lendário dirigível LZ 129 Hindenburg tinha proporções até então inéditas, sendo o maior zepelim a ser utilizado para o transporte de passageiros: 245 metros de comprimento, 200 mil metros cúbicos de gás, quatro motores, velocidade de 131 quilômetros por hora e uma autonomia de 12 mil quilômetros.
Permissão dos Aliados
Fazia apenas alguns anos que Hugo Eckener, diretor da empresa Zeppelin, de Friedrichshafen, conseguira das potências vitoriosas na Primeira Guerra Mundial a permissão para construir os gigantescos balões movidos a gás hidrogênio.
O Tratado de Versalhes proibira sua construção, porque os dirigíveis – desenvolvidos pelo conde Zeppelin – haviam sido utilizados para lançar bombas sobre a Inglaterra durante o conflito. Em 1928, começou a era das viagens a bordo dos zepelins.
O começo foi difícil, mas Eckener não perdia a confiança de que o dirigível se tornaria o meio de transporte ideal para correspondências expressas e passageiros apressados em viagens transatlânticas. De fato, uma clientela abastada logo descobriu sua predileção pelas viagens a bordo dos balões silenciosos, e a imprensa contribuía para o mito, com suas reportagens sobre o luxo que reinava na cabine, com caviar servido pelas primeiras aeromoças da história da aviação.
No dia 4 de abril de 1936, chegou ao Rio de Janeiro (Santa Cruz) o dirigível alemão “Hindenburg”, realizando sua primeira viagem à América do Sul.
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