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Página inicial > Últimas Notícias > A Terapia Ocupacional na linha de frente contra a COVID-19
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Atividade de escrita para escolha de itens de autocuidado/ AVDs, com objetivo de estimular o controle de tronco, coordenação motora fina e estimulação cognitiva.

A pandemia de COVID-19 deu uma nova perspectiva à sociedade sobre o sistema de saúde e da necessidade do envolvimento de diversos profissionais no cuidado ao paciente. Assim, a Terapia Ocupacional (T.O) do Hospital de Força Aérea de São Paulo (HFASP) teve sua importante atuação reconhecida na assistência hospitalar do paciente e no combate ao coronavírus.

Pacientes diagnosticados com a COVID-19 podem apresentar comprometimentos funcionais em decorrência das manifestações clínicas da doença, assim como pelo longo período de internação. O Conselho Federal de Fisioterapia e de Terapia Ocupacional (COFFITO), através da Resolução n° 429 de 08 de julho de 2013, reconhece e disciplina a especialidade de Terapia Ocupacional em contextos hospitalares e prevê que o terapeuta ocupacional deve atuar em parceria com a equipe multiprofissional.

O trabalho da Seção de Terapia Ocupacional do HFASP visa potencializar as capacidades funcionais do paciente, estimular o maior grau de autonomia e, consequentemente maior independência nas atividades de vida diária.

Durante a fase de hospitalização, seja na Unidade de Terapia Intensiva ou nas Unidades de Internação, a T.O. tem como foco de sua atenção as seguintes abordagens:

Adequação postural: 
 orientar o posicionamento no leito, utilização de dispositivos para prevenção de lesões por pressão e deformidades;
 avaliar a necessidade e confeccionar talas/órteses;
 propor estratégias de mobilização precoce para que o paciente consiga desempenhar sozinho funções básicas.

Capacidades sensório-motoras:
 realizar mobilização passiva, ativo assistida, mudanças de decúbito e treino de transferência, para diminuir impactos tardios nas capacidades sensório motoras;
 favorecer o contato visual dos membros superiores, evitando o negligenciamento unilateral;
 estimular a mobilização ativa através da cinesioatividade visando a melhora do controle de tronco, fortalecimento dos membros superiores e destreza manual;

Atividades da Vida Diária - AVDs:
 usar técnica de conservação de energia e simplificação das tarefas;
 promover estratégias para a facilitação da alimentação após extubação da
ventilação mecânica.
Intervenção cognitiva e abordagem no Estado Confusional (Delirium):
facilitar o diálogo entre paciente, equipe, família e demais envolvidos no processo de internação;
 utilizar recursos tecnológicos, como telefone celular, televisão ou tablet a fim de manter e estimular a atividade cognitiva;
 estimular a orientação espaço temporal;
 possibilitar um espaço de vivência de atividades significativas que reforcem os aspectos cognitivos através do uso de jogos de memória, livros, jornais, revistas, entre outros.

A Tenente Terapeuta Ocupacional Adriana Cardoso Rodrigues relatou sua experiência em atuar na linha de frente no combate à COVID-19 no HFASP: “Desde o início da pandemia, junto ao medo da doença desconhecida, vi vários amigos da saúde se contaminarem e até falecerem, mesmo assim, sentia que a Terapia Ocupacional poderia e deveria ajudar, tanto a equipe quanto os pacientes. Nós, da Seção de Terapia Ocupacional voltamos nossos esforços na confecção de materiais de estimulação, coxins e talas (para posicionamento de pacientes graves), além de desenvolver o trabalho na internação junto aos pacientes com COVID-19, o que nos trouxe grandes alegrias, apesar de algumas perdas. Acredito que todos nós profissionais da reabilitação nos realizamos em ver a evolução do paciente no dia a dia e, com tudo isso, tenho o sentimento de missão cumprida. ” 

Referências:
DE-CARLO, M. M. R. do P.; GOMES-FERRAZ, C. A.; REZENDE, G.; BUIN, L.; MOREIRA, D. J. A.; SOUZA, K. L. de; SACRAMENTO, A. M.; SANTOS, W. de A.; MENDES, P. V. B.; VENDRUSCULO-FANGEL, L. M. Diretrizes para a assistência da terapia ocupacional na pandemia da COVID-19 e perspectivas pós-pandemia. Medicina (Ribeirão Preto), [S. l.], v. 53, n. 3, p. 332-369, 2020. DOI: 10.11606/issn.2176-7262.v53i3p332-369. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/173471. Acesso em: 2 jun. 2021.

CONSELHO FEDERAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL. 
RESOLUÇÃO n° 429.Diário Oficial da União nº 169, Seção I de 02 de Setembro de 2013.

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