A Organização das Nações Unidas tem um calendário de Dias Internacionais sobre temas diversos ao longo do ano, com o objetivo de promover debate, conscientização e ações. O dia 26 de junho foi o escolhido, desde 1987, para ser o Dia Internacional contra o Abuso de Drogas e o Tráfico Ilícito, também conhecido como Dia Internacional de Combate às Drogas.
Para o ano de 2020, o tema escolhido para o dia foi “Melhor conhecimento para melhores cuidados”, objetivando melhorar o entendimento sobre o problema mundial das drogas, combater a desinformação e promover cooperação internacional para enfrentar seus impactos sobre saúde, administração pública e segurança.
Segundo o Relatório Mundial sobre Drogas 2019, estima-se que 271 milhões de pessoas, ou 5,5% da população mundial entre 15 e 64 anos de idade, fizeram uso de drogas no ano de 2016, sendo que 35 milhões dessas pessoas sofrem de dependência química ou outros transtornos mentais relacionados ao uso de drogas. Estima-se que 585 mil mortes em 2017 foram consequências relacionadas ao uso de drogas. Observou-se que o acesso a tratamento segue globalmente limitado para as pessoas que sofrem de transtornos relacionados ao uso de drogas.
Na véspera do Dia Internacional de Combate às Drogas deste ano de 2020, o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) fará a divulgação do Relatório Mundial sobre Drogas 2020, que fornece visão global da oferta e demanda de drogas ilícitas, seus impactos sobre a saúde, além dos efeitos da pandemia de COVID-19.
O UNODC publicou em maio de 2020 o Relatório sobre as tendências do mercado de narcóticos durante a Covid-19, abordando os impactos das medidas adotadas durante a pandemia sobre a produção, tráfico e consumo de drogas. Foi observada uma tendência de redução da disponibilidade de drogas em diversos países, o que pode levar a uma redução do consumo em geral, mas principalmente de substâncias consumidas em ambientes recreativos. Por outro lado, observou-se aumento do consumo de medicamentos benzodiazepínicos – mais conhecidos como ansiolíticos, que inclui fármacos como Clonazepam, Diazepam, Alprazolam, Bromazepam, entre outros. Também há potencial para substituição por drogas lícitas de mais fácil acesso, como o álcool. Outra preocupação apontada pelo relatório é o aumento de consumo de drogas injetáveis, compartilhamento de seringas e consequente transmissão de doenças como HIV, hepatite C e a própria COVID-19.
Antes mesmo da publicação desse relatório, o UNODC já havia alertado em abril de 2020 sobre a importância de garantir tratamento às pessoas com transtornos relacionados ao uso de drogas, inclusive no período de pandemia, uma vez que esse público pode ter imunidade comprometida e frequentemente tem acesso limitado a recursos básicos, tornando-se mais vulnerável às complicações relacionadas à COVID-19.
Confira o vídeo produzido pelo UNODC para esse alerta pode ser visualizado clicando aqui
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