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No dia 23 de Abril de 2019, aconteceu no auditório do HFASP mais uma palestra para os oficiais dentistas, onde o tema abordado pela tenente Mayara Cristina Yamasaki Caldas, doutora em radiologia odontológica, foi  osteorradionecrose.

A osteorradionecrose é um dos efeitos colaterais mais graves da radioterapia de cabeça e pescoço, podendo ser definida como uma necrose isquêmica do osso desencadeada pela radiação. O seu diagnóstico é basicamente clínico, no qual observa-se uma ferida em mucosa, com exposição óssea, que não cicatriza por pelo menos três meses e não está relacionada com o tumor primário, com recidiva do tumor ou com metástase. E sua incidência varia de 5% à 15% dos pacientes submetidos à radioterapia de cabeça e pescoço, sendo mais frequente nos três primeiros anos após o término do tratamento.

Entretanto, existem alguns fatores de risco que podem aumentar a incidência da osteorradionecrose, especialmente os relacionados a traumas após a radioterapia, como cirurgias ósseas, exodontias e próteses mal adaptadas. O que torna a osteorradionecrose tão grave e preocupante é o fato do seu tratamento ser desafiador, não existindo ainda hoje um tratamento definitivo com 100% de garantia de cura. Dessa forma, apesar dos estudos em andamento, o seu tratamento é basicamente paliativo, baseado na sintomatologia do paciente, visando uma melhor qualidade de vida.

Diante disso, é fundamental buscar meios de prevenir o desenvolvimento da osteorradionecrose, os quais dever ser aplicados antes da radioterapia, com adequação do meio bucal para remoção dos focos de infecção pré-existentes, e após a radioterapia, com manutenção da boa higiene bucal e acompanhamento odontológico frequente para prevenir o desenvolvimento de infecções extensas que possam evoluir para um quadro de osteorradionecrose.

A Divisão Odontológica do HFASP alerta a todos os pacientes oncológicos, não somente aqueles com tumores de cabeça e pescoço, a realizarem uma avaliação odontológica assim que diagnosticados com a doença.

Fonte: DOD HFASP

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