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Slideshow > ANIVERSÁRIO DE INAUGURAÇÃO DO MUSEU AEROESPACIAL
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O Museu Aeroespacial, localizado no Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro (RJ), é o maior museu de aviação do Hemisfério Sul e tem a missão de preservar e divulgar o patrimônio cultural da Aeronáutica Brasileira. A Instituição oferece ao público atividades culturais e educacionais, utilizando-se de diversas áreas expositivas, com vídeos e telas interativas, visitas mediadas, oficinas educativas e exibição de filmes históricos. É um espaço de construção de conhecimento e de entretenimento, de forma inclusiva.

A idéia de se criar um museu aeronáutico é anterior a própria criação do Ministério da Aeronáutica, tendo surgido no ano de 1933, após a organização da Feira Internacional de Amostras da Cidade do Rio de Janeiro. Os amantes da aviação sentiam falta de um local adequado para a guarda e preservação da documentação histórica relacionada ao assunto. Algumas décadas já haviam se passado desde o voo do mais pesado do que o ar e muitos países já possuíam um museu dedicado a esse setor. No entanto, o Brasil ainda não havia se mobilizado para tal organização. Acreditava-se que um museu ajudaria a defender o pioneirismo de Santos Dumont, o brasileiro que, em 1906, realizou o primeiro voo do mais pesado que o ar em Paris.

Até a criação do Ministério da Aeronáutica, em 1941, nada de concreto havia sido feito para a construção desse espaço nem para a organização de um acervo especializado. Por essa razão, em dezembro de 1943, Dr. Salgado Filho, o primeiro Ministro dessa pasta, designou por meio da Portaria n.º 237, o Aviador Civil José Garcia de Souza para reunir todo o material que a Escola de Aeronáutica, então sediada no Campo dos Afonsos, pudesse ter, a fim de viabilizar a criação de um futuro Museu da Aeronáutica, porém, ainda não existia um espaço físico para a construção do mesmo.

A partir desse momento, José Garcia publicou comunicados nas revistas de aviação da época, solicitando doações de fotografias e objetos que pudessem compor a primeira exposição de aeronáutica, que aconteceria no Ministério da Educação, no Palácio Gustavo Capanema. Com seus anúncios, o Aviador conseguiu reunir livros, documentos e vários objetos importantes para comporem o futuro museu, a fim de enaltecer e preservar a História da Aviação.

Com a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial e a saída de Getúlio Vargas do poder, a intenção de se criar um museu acabou ficando de lado, sendo retomada apenas na década de 50, com a volta de Vargas ao Governo Federal. Assim, o Brigadeiro Nero Moura, o então Ministro da Aeronáutica, assinou uma Portaria, designando a retomada do Aviador José Garcia para a organização do acervo do futuro museu, ainda sem local definido para a sua sede.

Muitos dos materiais recolhidos por José Garcia ficavam sob a posse da Escola de Aeronáutica, que, em 1967, criou o seu próprio museu no Pavilhão Van Ness, hoje o prédio do Centro de Documentação da Aeronáutica – CENDOC. Em 1969, a Escola de Aeronáutica passa a ser chamada Academia da Força Aérea, sendo esta transferida para Pirassununga, em 1971, deixando para trás suas instalações no lendário Campos dos Afonsos.

Finalmente, atendendo à exposição de motivos do Ministro da Aeronáutica, Tenente Brigadeiro do Ar Araripe Macedo, o Presidente Emílio Garrastazu Médici, cria o Núcleo do Museu Aeroespacial, em 31 de julho de 1973, por meio do Decreto n.º 72.553, ocupando as antigas instalações da Academia da Força Aérea. A partir deste momento, passou-se a tomar providências no sentido de organizar o recém criado museu, a fim de estar em plenas condições para ser aberto ao público.

Desta forma, o Major Especialista João Maria Monteiro, designado como primeiro Diretor do MUSAL, juntamente com seu corpo técnico, deu início a várias ações para a organização desse novo museu. Em janeiro de 1974, iniciaram-se os trabalhos de restauração do prédio e hangares (antiga "Divisão de Instrução de Voo" da Escola de Aeronáutica), simultaneamente à coleta de acervo, restauração de aviões, motores, armas e outras peças de valor histórico.

Em 18 de outubro de 1976, o MUSAL é finalmente inaugurado, sendo aberto ao público com 42 aeronaves em seu acervo. As exposições do museu eram dedicadas a temas específicos como sala dos motores, instrumentos de voo e hélices; sala dedicada ao Ministro Salgado Filho e outra à Aviadora Anésia Pinheiro Machado; além de uma sala dedicada à atuação do Primeiro Grupo de Aviação de Caça na Segunda Grande Guerra.

O Major Monteiro permaneceu na gestão do museu até 1983, dando lugar ao Coronel Aviador Adauto Lorena, que ficou por apenas dois anos na Direção do mesmo. Em 1986, o Tenente Coronel Antônio Claret Jordão assumiu seu lugar, deixando o cargo com a sua morte em 1998. Para sua sucessão, foi designado o Brigadeiro Araguaryno Cabrero dos Reis, ficando no cargo até o ano de 2001, quando é sucedido pelo Brigadeiro do Ar Márcio Bhering Cardoso. Este ficou à frente do MUSAL por 16 anos, passando a Direção do museu para o Brigadeiro do Ar Luiz Carlos Lebeis Pires Filho, que permaneceu no cargo até 6 de abril de 2020, sendo sucedido pelo atual Diretor, Brigadeiro do Ar Mauricio Carvalho Sampaio.


Ao longo de seus quase 50 anos de existência, que serão comemorados em 31 de julho de 2023, o Museu Aeroespacial passou por várias transformações e processos de melhorias e modernizações, passando a ser detentor da guarda de mais de 150 aeronaves, possuindo exemplares de inestimável valor histórico e cultural. Além dos aviões e de suas exposições, o universo de suas coleções também inclui mais de 15.000 objetos museológicos, entre instrumentos de aviação, uniformes, condecorações, publicações raras, artes plásticas, além de dois escrínios, contendo cada um deles os corações de Alberto Santos Dumont, Pai da Aviação, e do Marechal do Ar Eduardo Gomes, Patrono da Força Aérea Brasileira.

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