No dia 05 de setembro de 2022, durante a formatura diária do MUSAL, que foi comandada pela Oficial Mulher mais antiga do seu efetivo, Tenente Coronel Museóloga Vilma Souza dos Santos, o Museu Aeroespacial homenageou as oficiais recém-promovidas ao primeiro posto do oficialato, bem como seu efetivo feminino pelos 40 anos da Mulher Militar na Força Aérea Brasileira.

O Diretor do MUSAL, Brigadeiro do Ar R/1 Mauricio Carvalho Sampaio, entregou uma pequena lembrança para as oficiais recém-promovidas,
2º Tenente Historiadora Raquel Marjoli Monteiro Carneiro, 2º Tenente Pedagoga Rafaela Perciliano Vieira Alves e a 2º Tenente Museóloga Cintia da Silva Figueiredo, além de desejar votos de continuado sucesso em suas carreiras.

Em um segundo momento da solenidade, todo o efetivo feminino do MUSAL foi colocado em destaque para receberem uma singela lembrança, enquanto foi lida a Ordem do Dia do Comandante da Aeronáutica referente a esse importante marco na História da Força Aérea Brasileira (leia na íntegra, acessando https://www.fab.mil.br/noticias/mostra/39692/ORDEM%20DO%20DIA%20-%2040%20anos%20da%20mulher%20militar%20na%20FAB).

A presença feminina no âmbito da FAB ocorre desde a 2ª Guerra Mundial, quando, em julho de 1944, seis enfermeiras passaram a integrar o quadro de enfermeiras da reserva da Aeronáutica. Elas atuaram no Teatro de Operações como integrantes do 1º Grupo de Aviação de Caça (1º GAvCA).

No entanto, o ingresso das mulheres na Força Aérea, como parte do efetivo, ocorreu a partir dos anos 80. Na ocasião, viu-se a necessidade de ampliar o contingente e, por isso, foram realizados estudos para a inserção da mulher como militar na Força. As pesquisas culminaram na criação do Corpo Feminino da Reserva da Aeronáutica (CFRA), que constituíram o Quadro Feminino de Oficiais (QFO) e o Quadro Feminino de Graduadas (QFG).

A primeira turma de mulheres ingressou na FAB em 1982, ressaltando que a Suboficial R/1 Débora Martins Trindade, atualmente do efetivo do MUSAL, foi aluna dessa turma pioneira.

Em 1995, o então Ministro da Aeronáutica, Tenente Brigadeiro do Ar Mauro José Miranda Gandra, deu início aos trâmites para que as mulheres pudessem, pela primeira vez, ser cadetes da Academia da Força Aérea (AFA). Em 1996, ingressaram as primeiras Cadetes Intendentes na AFA, as quais atingiram o posto de Coronel em agosto de 2021. Elas poderão chegar até o posto de Major Brigadeiro, maior patente deste quadro. Também na AFA, em 2003, ingressaram as primeiras Cadetes Aviadoras, atualmente no posto de Major. As aviadoras ocupam funções como pilotos de todas as aviações da FAB e podem chegar ao posto de Tenente Brigadeiro, o mais alto na hierarquia da Aeronáutica.

Na Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR), que abrange os ensinos de nível médio e técnico, as mulheres ingressaram em 1998. Dependendo da especialidade escolhida, elas podem alcançar o posto de Coronel.

No ano de 2017, a Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR), em Barbacena, passou a admitir mulheres em todos os anos do ensino médio em seu Curso Preparatório de Cadetes do Ar (CPCAR). Após três anos de curso, as concludentes se tornarão Cadetes ao ingressarem na AFA, no ano seguinte.

Hoje, as militares mulheres estão presentes em todas as Escolas de Formação da FAB. Elas atuam como Aviadoras, Intendentes, Controladoras de Tráfego Aéreo, Musicistas, Paraquedistas, Médicas, Advogadas, Historiadoras, entre outros quadros. Até o momento, as mulheres na Aeronáutica ocupam postos de Terceiro Sargento a Brigadeiro nas mais diversas áreas.

Durante a cerimônia militar, o Diretor do MUSAL convidou a Tenente Coronel Vilma a proferir algumas palavras, quando ressaltou que: “Em janeiro de 1990, o Museu Aeroespacial recebeu duas museólogas do Quadro Feminino de Oficiais, que trilharam suas carreiras nesta Organização Militar até o último posto de carreira como Tenente Coronel. Contudo, a atuação do Quadro Feminino não se resume as especialidades da área técnica e administrativa. Recentemente, pela primeira vez na história, o MUSAL incorporou ao seu efetivo a 1º Sargento Especialista em Equipamento de Voo Patrícia Cesar Holanda para compor sua equipe da restauração.”

Por fim, em suas palavras, o Brigadeiro Sampaio destacou que “As mulheres militares e civis seguem acumulando vitórias e fazendo História na Força Aérea Brasileira.”