No último 1º de março, aniversário da Cidade do Rio de Janeiro, foi lançado o livro “Rio pelo Alto 2: panoramas da cidade do Rio de Janeiro 1910 – 1920”, na Livraria Argumento, no bairro do Leblon. A edição foi organizada por Patrícia Pamplona e contou com textos da Tenente Fabiana Dias e do Suboficial Jefferson Machado, historiadores do Museu Aeroespacial (MUSAL).
A publicação conta com 200 páginas que levam o leitor a uma grande viagem no tempo por quatro regiões da cidade: região central, zona norte, zona oeste e zona sul. O acervo, ainda em negativos de vidro, foi disponibilizado pelo 5º Centro de Geoinformação do Exército e pelo MUSAL, sendo digitalizado e tratado pela editora.
“A maior parte das imagens foram tomadas de morros, serras ou elevações, e foram produzidas entre 1917 e 1922. As fotos aéreas – apenas quatro – foram feitas entre 1922 e 1930, quando o Serviço Geográfico Militar utilizava aviões no trabalho de fotogrametria”, explica Patricia.
Segunda edição do projeto
O Rio Pelo Alto 2 dá continuidade à coleção iniciada em 2014, com o primeiro volume “O Rio pelo alto: fotografias aéreas do Rio de Janeiro 1930-1940”, que reúne 90 imagens raras do acervo do MUSAL feitas entre as décadas de 1930 e 1940 pelos observadores-fotógrafos da Escola de Aviação Militar – incorporada em 1941 ao Ministério da Aeronáutica.
Com o relacionamento desenvolvido na primeira parceria, desta vez, Patricia Pamplona selecionou as imagens e buscou o Arquivo Histórico do MUSAL para contextualizar a história delas. A partir daí, a equipe liderada pela Tenente Fabiana Dias realizou uma minuciosa pesquisa.
Descoberta do acervo
A historiadora do MUSAL descobriu que aquelas imagens mostravam uma tentativa de fazer uma carta do Brasil, iniciando pelo então Distrito Federal. Durante o processo de pesquisa, a equipe de historiadores se surpreendeu com um álbum de fotos do acervo do MUSAL que ilustravam os bastidores do trabalho do Exército.
“Quando descobrimos que tudo que tinha sido escrito estava nas imagens, logo eu liguei para a Patrícia e mostrei a necessidade de incluir esse álbum. Foi um trabalho de arqueologia, de história, algo muito prazeroso, que fez todo sentido. Criou um contexto e relacionou o trabalho que foi realizado pelas Forças Armadas. Foi muito gratificante poder trabalhar com o Jefferson e a Patrícia. Foi uma fonte de alegria.”, conta a tenente historiadora.
O Suboficial Jefferson Machado destacou o ineditismo dessa história em imagens sobre o Rio de Janeiro e sobre o Serviço Geográfico do Exército, que fez a primeira carta da cidade.
“Foi muito bom poder fazer esse trabalho. A Patrícia é muito competente, escolheu muito bem as imagens. São fotos não só das áreas nobres, mas também de áreas rurais, montanhas, muito verde. É um marco na nossa carreira.”, enfatiza o suboficial.
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