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O chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), Brigadeiro do Ar Dilton Jose Schuck, presidiu a cerimônia de encerramento do Curso de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos - Aeroagrícola (CPAA-AG), na sexta-feira (17/07), em Canoas-RS.

Após duas semanas de aulas teóricas e práticas, a nova turma de elementos credenciados recebeu o certificado que a tornou apta a praticar a prevenção em qualquer momento de sua atividade. Fazem parte do grupo gestores de segurança operacional, proprietários de empresas, pilotos, fiscais do Ministério da Agricultura  e outros profissionais da área.

"Os senhores saem daqui com a grande responsabilidade de serem os difusores  do SIPAER (Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos). Quem passa pela capacitação adquire o conhecimento, a doutrina e a mentalidade para trabalhar em prol da Segurança de Voo. A cultura organizacional é a chave para evitar a maioria dos acidentes  e manter a segurança em níveis aceitáveis", declarou o Brigadeiro Schuck.

O chefe do CENIPA conclamou a todos para trabalharem na preservação da vida humana. "O ser humano é a peça mais imprevisível e acidentes sempre vão acontecer, porém é necessário atuar para mitigar. Esse é um trabalho que  não pode ser mensurado, pois nunca saberemos o que evitamos, porém saber que algo foi feito pode fazer a grande diferença”, afirmou.

Brigadeiro Schuck e Tenente-Coronel Renato na cerimônia de encerramento do cursoPrevenção - O encontro, que  proporcionou conhecimentos básicos  de interesse da prevenção, bem como difundiu as normas da legislação SIPAER, desenvolveu  temas  como  violações na aviação agrícola, perda de controle em voo, gerenciamento do risco, automedicação, fadiga em voo, segurança na manutenção de aeronaves, combustíveis e lubrificantes, vistoria, segurança operacional, aspectos jurídicos e outros.

Além disso, os alunos participaram de  exercícios práticos sobre Relatório de Prevenção (RELPREV) e  Vistoria de Segurança de Voo. A vistoria foi realizada na empresa Taguató Aviação Agrícola, no município gaúcho de Montenegro. Lá, os alunos puderam colocar em prática conhecimentos de vistoria em aeronaves, hangar, combustível, área de descontaminação e outros. A atividade contou com o acompanhamento da equipe do SERIPA V.

Para o chefe do SERIPA V, Tenente-Coronel Aviador Luís Renato Horta de Castro, as duas semanas focadas na prevenção possibilitaram, além da aplicação prática de conhecimentos, um maior entendimento e reflexão sobre os desafios que a Aviação Agrícola impõe à gestão de segurança e como mobilizar a organização e seus colaboradores. 

No Brasil atualmente existem 2.000 aeronaves registradas pela aviação agrícola e  1.316 empresas, segundo dados da ANAC.  A média da frota é de 22 anos.  Trata-se de uma aviação que opera no limite e necessita de uma especial atenção, tendo em vista o alto índice de acidentes registrados nos Estados de Mato Grosso, Rio Grande do Sul, São Paulo e Goiás, onde a atividade do segmento é mais intensa.

Maurício Gusman fala para profissionais aeroagrícolasDestaques - Antes do encerramento do curso, o representante da ANAC, Maurício Gusman, falou aos profissionais aeroagrícolas sobre a  regulação e a certificação como as ferramentas de prevenção da agência.  Ele também mostrou os programas do grupo brasileiro de segurança operacional (BGAST - na sigla inglesa ), um espaço aberto às discussões da regulação. A agência dispõe de  grupos na aviação de helicóptero, comercial, geral e de infraestrutura,  e acena com a possibilidade de formar um grupo para a aviação agrícola.

O investigador de Segurança de Voo da EMBRAER, José Pistilli, falou sobre cultura organizacional. O palestrante enfatizou a aplicação da doutrina de Segurança de Voo na manutençãco da aeronave agrícola  no contexto das operações aéreas. Ele destacou o desempenho da aeronave Ipanema e mostrou aspectos que melhoraram a performance do voo.

Avaliação - Prontos para entrar em campo literalmente , os novos agentes da prevenção falaram  sobre aspectos do curso na avaliação crítica proposta pela coordenaçao  e sugeriram ajustes e pequenas mudanças nas próximas edições.

Bruno Carlos Saran Valenti, Advogado e gestor de Segurança da empresa Centro Agro-Aéreo, de Goiânia,  considerou o curso útil e eficaz. Ele destacou o tema toxicologia, como um dos maiores problemas da operação aeroagrícola. "Essa é nossa realidade", admitiu.

"Esse curso é essencial para uma área que é totalmente marginal na aviação.  Os ensinamentos serão transformadores a médio e longo prazo pela mudança de comportamento, o que resultará em diminuição das violações", analisou  Marcos Nascif, ex-militar da FAB, atualmente no cargo de gestor de Segurança Operacional da Empresa Aeroverde Aviação Agrícola, no Estado do Espírito Santo.

Vinícius Leverino dos Santos é piloto da aviação executiva, com duas mil horas de voo,  e há um ano migrou para a aviação agrícola. "O curso mostrou uma visão mais ampla em relação à segurança das operações aéreas, no entanto, senti falta das experiências de palestrantes da área da aviação agrícola", disse, sugerindo menos estatísticas e mais práticas.

O proprietário da Empresa Auriverde Aviação Agrícola, Sergio Bianchini, destacou os temas vistoria e segurança operacional como os assuntos mais importantes no gerenciamento da prevenção. "Vim aprimorar conhecimentos para aplicação na empresa", declarou.

Márcio Mendes Affonso, militar do SERIPA I,  que foi escolhido o orador da turma, participou do curso para conhecer a melhor maneira de prevenir acidentes na aviação agrícola. "Viemos em busca de conhecimentos que servirão de base para promovermos ações de prevenção em nosso Estado", afirmou.

Reconhecimento - O curso de Prevenção de Acidentes Aeronaúticos - Aeroagrícola é o único do gênero reconhecido na América do Sul pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). Não há registro de outro curso na região, que ofereça temas específicos voltados para esse segmento da aviação.

Em sua quinta edição, o curso teve origem nas conclusões das investigações de acidentes aeroagrícolas realizadas pela equipe do SERIPA V. Em sua quinta edição,  partir deste ano, o curso integra o programa de capacitação do órgão nacional investigador.

  

 

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