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Página inicial > Últimas Notícias > CENIPA publica anuário 2014 sobre Risco de Fauna
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O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) divulgou na última sexta-feira, dia 26 de junho, o Panorama Estatístico 2014 - Risco de Fauna. A publicação apresenta 1.560 colisões, além de quase colisões e avistamentos, reportados por operadores de aeródromos, controladores de tráfego aéreo, tripulantes e mecânicos de aeronaves.


O material traz um comparativo mensal de colisões reportadas no período 2011-2014 e os horários de colisões mais relatados, em 2014, através da Ficha Cenipa 15 (FC15). “A compilação disponibilizada é um resumo anual com o objetivo de conscientizar a comunidade aeronáutica sobre a importância e a necessidade dos reportes de eventos, tendo em vista que os dados serão utilizados para a melhoria nos processos de segurança de voo”, afirma o Suboficial Luis Carlos Batista Santos, que trabalha na Assessoria de Gerenciamento de Risco de Fauna (AGRF) do CENIPA.

Em 2014, a quantidade de voos no Brasil aumentou 1,6% em relação ao ano anterior, enquanto que a quantidade de colisões reportadas sofreu redução de 10%, levando a crer que o setor aeronáutico esteja deixando de preencher a FC15. “A lógica esperada seria o aumento da quantidade de colisões reportadas, pois há mais aeronaves expostas às colisões em comparação a 2013. Condição indicativa de que o setor aéreo precisa se preocupar mais com o reporte”, informa o Suboficial Luis Carlos.


Desde 2009 houve acréscimo significativo no número de colisões com animais terrestres, enquanto que houve decréscimo de 43% em 2014. Colisões de aeronaves com animais terrestres representam risco muito maior, pois sua densidade e a massa corporal são superiores a de aves. Além disto, as aeronaves estão em fases críticas de operação, sem qualquer condição de desviar deste tipo de obstáculo. “A título de exemplo, uma colisão com capivara tem severidade relativa 227% mais elevada que uma colisão com urubu-de-cabeça-vermelha”, completa o Tenente-Coronel Henrique Rubens Balta de Oliveira, assessor de gerenciamento de risco de fauna.


Nos últimos quatro anos, o tratamento de informações no banco de dados nacional de risco de fauna, disponível também para dispositivos móveis, tem sido valorizado, pois o aumento nos gastos financeiros em cada aeródromo justifica investimentos para reduzir a probabilidade e a severidade de colisões. Neste período, os custos médios com colisões com fauna são estimados em US$ 283,7 milhões e a porcentagem de colisões reportadas em relação ao total estimado é de 27%.


No Brasil, estima-se que somente uma em cada quatro colisões com fauna seja efetivamente reportada. “Dentro desse universo há diversas oportunidades de melhoria, no envio de informações precisas, pois o assunto ainda é pouco conhecido e entendido por tripulantes, que convivem diariamente com este perigo natural do ambiente, e por mecânicos, dificultando a ação efetiva de operadores de aeródromos”, concluiu o Tenente-Coronel Rubens.


Os dados brasileiros são enviados, anualmente, à Organização de Aviação Civil Internacional (OACI) com o objetivo de auxiliar o desenvolvimento e a atualização de ações preventivas para evitar acidentes aeronáuticos devido a colisões com fauna.

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