O Comitê Nacional de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CNPAA) apreciou nova abordagem do risco de colisões entre aeronaves e animais, em especial as aves, na quarta-feira (13), durante apresentação feita pelo Tenente-Coronel Rubens sobre o papel do setor aeronáutico no gerenciamento do risco de fauna na aviação.
Sob a ótica do Safety Management System (SMS), em que é preciso identificar perigos, desenvolver ações para gerenciar riscos e melhorar, continuamente, todo o processo para garantir níveis de segurança aceitáveis, o CENIPA destacou a necessidade de organização interna nas empresas e órgãos do setor aéreo para aumentar a eficiência na coleta de dados, que orienta ações de redução de probabilidade e severidade de colisões entre aeronaves e fauna.
As entidades-membros presentes foram alertadas da importância de investirem no treinamento de tripulantes, mecânicos, controladores de tráfego aéreo e operadores de aeródromos para que estes utilizem corretamente o sistema on line de coleta de reportes de colisões, quase colisões ou avistamentos de animais, chamado SIGRA. Em especial, após a aprovação a Resolução CONAMA 466/2015, que define este banco de dados como base para aprovação de Planos de Manejo de Fauna dentro dos aeródromos.
"O envio de informações ao SIGRA não significa luxo ou controle estatístico, mas tem o objetivo de fornecer aos operadores de aeródromos um banco com informações que possam ser utilizadas para guiar ações proativas e preditivas para reduzir o risco de fauna. Afinal, conhecer o problema é pressuposto para gerenciá-lo”, enfatiza o Tenente-Coronel Rubens.
Para contribuir com a redução do risco de fauna, as empresas precisam enviar reportes com qualidade ao CENIPA, o que requer treinamento de pessoal. “Nem todas as colisões poderão ser evitadas, mas naqueles casos em que o saneamento básico esteja afetando a segurança da aviação, ou seja, quando o poder público estiver contribuindo para a atração de aves, o setor aéreo deve ter condições de apresentar dados suficientemente sólidos para provocar a atuação de municípios e até mesmo do Ministério Público”, afirmou o Tenente-Coronel Rubens.
Diante de prejuízos financeiros contínuos e, em especial, do risco de acidente por colisão com fauna que pode gerar ações judiciais de responsabilidade, empresas aéreas, órgãos de controle de tráfego aéreo, operadores de aeródromos e autoridades aeronáuticas devem ter condições de comprovar que, concretamente, fizeram todo o possível para evitar a colisão. Em paralelo, a melhor organização do setor também contribui para a evolução da aviação brasileira reduzindo o risco de fauna.
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