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Brasília/DF, 02/02/2015
 

Instinto do voo acionado pela proximidade de veículos e aviões não é tão rápido como esses estão se movendo

Study: Birds bad at gauging speed of objects
Flight instinct triggered by proximity of vehicles, planes, not how fast they’re moving

 

Aves podem falhar para evitar serem atingidas por automóveis – e, às vezes com resultados mais desastrosos, por aeronaves – pois elas não percebem com precisão a velocidade de aproximação dos veículos, de acordo com estudo recém-publicado, realizado no Laboratório próximo a Sandusky.

Nenhuma ave foi ferida nos experimentos realizados no US Department of Agriculture’s National Wildlife Research Center Lab, que utilizou aves da espécie Foto: WikipediaMolothrus ater (que não ocorre no Brasil). Elas foram capturadas para o experimento, baseado em vídeo, e liberadas após os testes.

De acordo com o relatório publicado no dia 7 de janeiro, na Revista da Royal Society de Londres (proceedings B), os pesquisadores descobriram que as aves levantam voo quando percebem a aproximação de veículos em determinada distância, independente da velocidade do veículo.

"Você poderia pensar que um veículo realmente grande e barulhento se aproximando deles seria estímulo suficiente para que voassem para longe, mas não acontece assim", afirmou Travis DeVault, um dos dois cientistas do centro de pesquisa que, junto com pesquisadores das Universidades de Purdue e do Estado de Indiana, lideraram a pesquisa.

Diversos trabalhos anteriores sobre colisões com animais têm se concentrado em "métodos de mitigação", observou Mr. DeVault, tais como a construção de túneis tartarugas sob estradas e o projeto de aeroportos para reduzir a exposição às aves ou outros animais selvagens.

“Nós queríamos voltar e perceber o problema de forma mais fundamental”, disse ele.
Em simulações usando vídeos exibidos dentro do Laboratório, os pesquisadores verificaram que as aves não voaram cedo o suficiente. Caso o experimento tivesse usado veículos reais em velocidades elevadas, as aves teriam sido atingidas. Esta conclusão foi obtida com base em observações de campo que consideraram o tempo que um Molothrus ater necessita para voar três metros, largura aproximada de uma faixa de rodagem típica: 0,8 segundo.

Os vídeos foram feitos na NASA (Plum Brook), onde o centro de pesquisa também está localizado, mostrando uma caminhonete se aproximando em uma estrada reta em direção à câmara de experimentos em velocidades variadas.

O veículo apareceu na imagem após cerca de 11 minutos de filmagem com a estrada vazia. O veículo aparece à distância aproximada de três quartos de milha e se aproxima de uma câmera montada no pavimento a uma velocidade constante, antes de passar por cima da câmera.

De acordo com o estudo, as aves experimentais mostraram sinais de alerta para a ameaça potencial bem antes de estarem em perigo, mesmo em velocidades mais elevadas. Mas, as aves não fugiram até que o veículo "em aproximação" estivesse em distância consistente, independentemente de sua velocidade.

Carros e caminhões costumam viajar a 120km/h nas estradas americanas, velocidade em que os pesquisadores descobriram que a resposta das aves para iniciar o voo não foi rápida o suficiente para salvá-las.

Essa velociade é bem inferior à velocidade de decolagem de aeronaves comerciais, situação em que as colisões com aves representam risco crítico. Uma ave, sugada para dentro de um motor a jato, pode provocar danos consideráveis.

Isso foi o que aconteceu em 15 de janeiro de 2009, no famoso voo US Airways 1549, em que o piloto amerissou com sucesso no Rio Hudson depois de atingir um bando de gansos-canadenses durante a subida. O avião perdeu os dois motores, logo após ter decolado do Aeroporto de La Guardia, em Nova Yorque. Todas as 155 pessoas a bordo do avião sobreviveram.

Bradley Blackwell, outro cientista-chefe do Laboratório do USDA, disse que as colisões de aves com veículos a motor são "nem tanto uma questão de segurança humana", mas provocam "significativa mortalidade" às aves.

O estudo sugere que é apropriado reduzir limites de velocidade perto de áreas de conservação de vida selvagem particularmente sensíveis. A pesquisa fala também da eficácia de vários tipos de luzes em aeronaves para levar as aves a respostas mais rápidas para escapar da colisão.

"Os animais também decidem de forma errada muitas vezes", disse Blackwell. "Acreditamos que os comportamentos anti-predadores apresentados funcionam bem em alguns casos, mas não muito bem frente a veículos rápidos."

Leia mais em http://www.toledoblade.com/local/2015/01/11/Study-Birds-bad-at-gauging-speed-of-objects.html#BlL65AticvyxBDuG.99


Artigo publicado no jornal The Blade, em 11 de janeiro de 2015
Traduzido por Henrique Rubens Balta de Oliveira


 

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