04/11/2014
A 2ª Jornada de Segurança de Voo na Aviação Agrícola, promovida pelo Sexto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA VI), segue a todo vapor.
Este ano, a Jornada conta com a participação de dois órgãos importantes no cenário da aviação agrícola. Representantes da Embraer se somaram aos militares do SERIPA VI, a fim de servirem de elo entre o fabricante de uma das principais aeronaves usadas na atividade aeroagrícola – o Ipanema –, e os operadores. Além disso, representantes da Diamond Aviação, reconhecida como único Centro de Serviços apto ao suporte técnico das hélices Hartzell no Brasil, participam da Jornada.
Rio Verde e Primavera do Leste
De 28 a 31 de outubro, as cidades Rio Verde (GO) e Primavera do Leste (MT), respectivamente, foram palco das palestras e discussões. O Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (SINDAG), representado pelo Presidente, Nelson Paim, marcou presença na reunião em Primavera do Leste (MT).
“O apoio do SINDAG tem se mostrado fundamental para a divulgação das Jornadas de Segurança de Voo promovidas para o público da aviação agrícola, bem como para a credibilidade do evento junto a essa comunidade”, afirma a investigadora do aspecto psicológico nos acidentes aeronáuticos, 1º Tenente Karynne Bayer.
Três empresas de manutenção aeronáutica prestam apoio logístico e estrutural e contribuem para o sucesso da 2ª Jornada de Segurança na Aviação Agrícola.
Confira abaixo as principais discussões e alertas provocados nas comunidades aeronáuticas de Rio Verde (GO) e Primavera do Leste (MT):
Palestra 1: Acidentes – não caia nessa!
O Tenente-Coronel Aviador Márcio Vieira de Mattos, chefe do SERIPA VI, apresenta as estatísticas dos principais fatores contribuintes dos acidentes na aviação agrícola do Brasil, e descreve os acidentes inseridos nas estatísticas nos Estados GO, MT e TO. Foco foi dado aos acidentes com fatalidades e as ocorrências cujas aeronaves apresentaram soltura de asa em voo.
Palestra 2: Manutenção e Segurança de Voo
Suboficial especialista em manutenção de aeronaves, Luís Gustavo Bustamante Delmonte, apresentou legislações e estudos de caso que mostram a importância de se observar os manuais de manutenção e regulamentos que regem essa atividade.
Foi possível discutir sobre os impactos negativos causados pelo desvio dos procedimentos de manutenção determinados pelo fabricante, bem como o emprego de materiais incorretos na manutenção de aeronaves.
Palestra 3: Manutenção de Hélices
Licurgo, representante da Diamond Aviação palestrou sobre itens e procedimentos fundamentais previstos para o reparo e manutenção de hélices.
Palestra 4: Doutrina de Segurança de Manutenção da Aeronave Agrícola
O Engenheiro José Pistilli, representante da Embraer falou sobre fatores de corrosão e fadiga de peças que podem ocasionar acidentes. Ressaltou a importância do cumprimento dos cronogramas de manutenção como principal identificador dessas ameaças e o caráter fundamental dos procedimentos de lavagem da aeronave após aplicação de produtos de pulverização, como a ureia, por exemplo.
No evento, os pilotos agrícolas deram sugestões de melhoria ao projeto de engenharia das aeronaves Ipanema.
Palestra 5: O Previsto
Nessa palestra, o Capitão Aviador Vinícius Voltolini Velho, Chefe da Seção de Prevenção do SERIPA VI, apontou as consequências da violação, isto é, da não observação intencional de normas e regulamentos, criadas com o objetivo de garantir a segurança na aviação. Foram apresentados estudos de caso em que o fator “violação” contribuiu diretamente para o acidente em GO, MT e TO, Estados em que a violação é fator contribuinte em mais de 50% dos acidentes ocorridos em 2013 e 2014.
Palestra 6: Aprender com Erros e Gerenciar Ameaças – um desafio na atividade agrícola
A palestra foi ministrada pela 1º Tenente Psicóloga Karynne Cordeiro Bayer, especialista em prevenção e investigação dos Fatores Humanos – Aspecto Psicológico na aviação. Segundo o modelo atual do Gerenciamento do Erro e da Ameaça (TEM – Threat and Error Management), foram apresentadas definições e exemplos de contribuição do erro humano na aviação agrícola, bem como a evolução desse conceito para uma concepção mais ampla e complexa.
Ressaltou-se a importância da compreensão de outras vulnerabilidades no contexto da aviação agrícola. De acordo com a psicóloga, para fazer prevenção, melhor do que gerenciar o erro humano, é gerenciar previamente as ameaças presentes no contexto da operação aeroagrícola, de forma que todos os personagens atuantes nessa aviação sejam responsáveis pela segurança de voo a partir de suas atitudes seguras no dia a dia de trabalho.
2ª Jornada de Segurança de Voo na Aviação Agrícola continua
Nesta terça-feira, 4 de novembro, a equipe do SERIPA VI chegou a Lucas do Rio Verde (MT). No dia 7 de novembro, eles desembarcam em Sapezal (MT), onde termina a 2ª Jornada.
O evento é gratuito e não precisa de inscrição.
Confira a programação e os locais de realização do evento.
Atualizado em 07/11/2014, às 11h07min.
Redes Sociais