O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), em parceria com a Diretoria de Ensino da Aeronáutica (DIRENS) e a Base Aérea de Santa Cruz (BASC), realizou, entre os dias 5 e 9 de maio de 2025, uma Visita Técnica com foco na análise e diagnóstico das condições relacionadas ao risco de fauna no aeródromo. A atividade integra um esforço contínuo da Força Aérea Brasileira para mitigar o que é considerado o maior risco da aviação em tempos de paz: o risco da fauna.
A programação contemplou uma série de ações práticas e instrutivas, incluindo uma visita noturna à área operacional com o uso de óculos de visão noturna, permitindo uma avaliação precisa da presença e do comportamento da fauna durante o período noturno — horário de baixa atividade humana, mas de intensa movimentação de animais. A equipe reunida pelo CENIPA também conduziu instruções voltadas à capacitação da Equipe de Gerenciamento de Risco de Fauna da BASC, promovendo o alinhamento de boas práticas operacionais e reforçando a importância do monitoramento constante para a prevenção de colisões com fauna.
Outro ponto alto da visita foi o contato com os parceiros institucionais da BASC, que desenvolvem pesquisas aplicadas voltadas ao estudo da população de capivaras na região. A Base mantém iniciativas colaborativas com universidades e centros de pesquisa, buscando compreender as dinâmicas ecológicas da fauna local e implementar soluções baseadas em ciência para o controle responsável desses animais.
A 2ª Tenente Bióloga Marina, integrante da equipe de visitação, destacou a relevância da atividade para o aprimoramento das estratégias de segurança operacional nos aeródromos militares: “O CENIPA busca entender a fundo a condição do risco da fauna nas organizações militares da Força Aérea Brasileira para estudar e propor as melhores soluções de mitigação. Cada Visita Técnica como esta permite uma abordagem personalizada, de acordo com as especificidades ambientais de cada local.”
Ao longo da semana, foram observadas boas práticas implementadas pela BASC, como a adoção de um sistema de monitoramento por câmeras com detecção automática de fauna, que contribui para o acompanhamento em tempo real da área operacional. Também foram identificados desafios relevantes, especialmente relacionados à presença de mamíferos de médio porte, com destaque para a capivara, que historicamente representa um risco elevado para a aviação. A análise técnica da infraestrutura, como o projeto da cerca operacional e o monitoramento de corredores ecológicos, também integrou a pauta da visita.
A atividade reafirmou o compromisso da BASC com a cultura de segurança de voo, evidenciado pelo engajamento de seus profissionais e pela abertura à cooperação com especialistas. A iniciativa reforça o papel fundamental da prevenção no cenário da aviação militar e a importância da gestão estratégica da fauna para a proteção das operações aéreas.
Fotos: ASEGVOO/ BASC
Texto: Major Silva/ DIRENS
Revisão: Pollyana Aranha/ CENIPA
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