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Página inicial > Últimas Notícias > O abate de fauna nem sempre reduz o risco de colisões
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Pesquisa científica, recentemente disponibilizada pelo Instituto de Ornitologia Suíço, mostra que existem duas vertentes para abater aves em aeródromos: a redução populacional para diminuir o risco ou para reforçar medidas não letais de dispersão ativa, atrasando ou evitando a acomodação das aves a estas técnicas.

É importante lembrar que o abate de fauna em aeródromos é indicado pela Organização de Aviação Civil Internacional (OACI) como ação que tem potencial de reduzir o risco de fauna. Na pesquisa, os autores analisaram de forma minuciosa a literatura disponível sobre o tema para responder às seguintes perguntas:

•    Qual é a amplitude do abate de fauna nos aeroportos mundiais?
•    Quais são os objetivos do abate?
•    Quais são os efeitos do abate?
•    O abate reduz os índices de colisões?

O estudo destaca que a alteração do ambiente, a exclusão física e o uso de repelentes são os métodos mais eficientes para controlar a presença de fauna em aeródromos. Além disso, a velocidade da aeronave exerce fator fundamental na gravidade das colisões e, neste aspecto, aeronaves militares são as mais afetadas, pois voam à baixa altura e em grande velocidade.

De acordo com o Tenente-Coronel Henrique Rubens Balta de Oliveira, assessor de risco de fauna do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA): “a vigilância da trajetória da aeronave, associada ao uso de formaturas abertas, e a redução do tempo de voo abaixo de 3.500ft de altura são fatores fundamentais para reduzir a probabilidade e a indisponibilidade de aeronaves militares devido a colisões com fauna”.

Segundo os autores da pesquisa científica, após a queda da aeronave da empresa US Airways no Rio Hudson, em janeiro de 2009, mais de 5 mil gansos residentes em Nova Iorque foram abatidos, apesar de a colisão ter ocorrido, com gansos migratórios, fora do aeroporto. Mesmo com o aumento da população de gansos na América do Norte, a melhoria nos programas de gerenciamento de risco de fauna nos aeródromos norte-americanos tem reduzido colisões totais e àquelas com danos envolvendo tal espécie, dentro do aeroporto. Tendência que reforça a importância do abate sobre o comportamento de evitação do ambiente aeroportuário pelas aves.

Os pesquisadores também apontam que é necessário identificar as espécies-problema com metodologia padronizada de avaliação de risco, seguida de monitoramento das trajetórias de voo. Antes disso, deve ser implantado o gerenciamento de risco, e, quando a opção de abate for considerada para controle populacional, deve ser avaliado se as aves estão em redução ou em aumento na região. Pois, a troca de aves ‘experientes’ por aves ‘novatas’ no ambiente aeroportuário pode aumentar a quantidade de colisões.

Enquanto isto, o abate como reforço no comportamento induzido por outras técnicas apresenta a vantagem de vitimar poucos indivíduos, reduzindo custos para atingir o objetivo de evitar ou reduzir a ‘habituação’ das espécies-problema no aeródromo.

A quantidade de indivíduos abatidos é inversamente proporcional ao conhecimento disponível sobre o comportamento de aves, pois o abate será usado em condições específicas: “sendo indispensável relembrar que o uso de armas requer treinamento para evitar acidentes”, salienta o Tenente-Coronel Rubens.

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