A detecção da fadiga como fator contribuinte às ocorrências aeronáuticas tem sido um desafio para as investigações do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SIPAER). As dificuldades ocorrem, na maioria das vezes, devido à complexidade dos fatores envolvidos na determinação desse fenômeno.
Para auxiliar no tratamento dessas questões, a Comissão Nacional da Fadiga Humana (CNFH), desde 2013, vem desenvolvendo trabalhos e pesquisas voltados ao aprimoramento das técnicas investigativas da fadiga. As ações desenvolvidas no âmbito da CNFH têm por objetivo agregar conhecimento às discussões sobre a temática e promover melhores práticas de gerenciamento e investigação da fadiga no contexto aeronáutico.
A CNFH é uma comissão temporária do Comitê Nacional de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CNPAA), órgão independente que congrega a comunidade aeronáutica duas vezes ao ano. As plenárias são sediadas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), em Brasília/DF.
O Comitê tem por finalidade reunir representantes de entidades nacionais envolvidas, direta ou indiretamente, com a atividade aérea. Visa estabelecer a discussão, em âmbito nacional, de soluções para problemas ligados à segurança de voo.
Em 2014, durante a 62° Plenária do CNPAA, foi aprovada a metodologia de investigação da fadiga humana em ocorrências aeronáuticas, proposta pela CNFH. Essa metodologia foi embasada em conhecimentos técnicos e científicos sobre a fadiga, além dos processos investigativos empregados nacional e internacionalmente.
Estimular o emprego dessa metodologia na investigação de ocorrências aeronáuticas conduzidas pelo Estado brasileiro, bem como prover recursos auxiliares aos investigadores que atuam com essa realidade, motivaram a elaboração do “Guia de Investigação da Fadiga Humana em ocorrências aeronáuticas”.
Inédito no contexto da aviação brasileira, é a primeira vez que o país conta com uma publicação voltada exclusivamente à investigação da fadiga. Esse material está disponível a todos os profissionais que atuam com investigação e prevenção de acidentes aéreos. O aporte teórico apresentado como base da metodologia provê conhecimentos que poderão ser utilizados tanto no âmbito do gerenciamento dos riscos da fadiga quanto na respectiva investigação.
O Guia resulta do empenho coletivo de profissionais comprometidos com a segurança de voo. Representantes de várias organizações do setor aéreo brasileiro colaboraram com a elaboração desse material, o que favoreceu o intercâmbio de ideias e conhecimentos entre o contexto acadêmico e científico e a realidade dos profissionais da aviação.
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