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Página inicial > Últimas Notícias > A cobertura vegetal e a redução da presença de fauna em aeroportos
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DSC 7965A maioria das colisões com fauna na aviação ocorre dentro de aeródromos. No Brasil, foram registradas mais de 8 mil ocorrências aeronáuticas, entre 2011 e 2016, divididas entre: decolagens, pousos, revisões de pista e deslocamentos de aeronaves no solo. O total corresponde a 78,42% das colisões reportadas ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA).

Nesse contexto, a redução do risco de fauna é objetivo intimamente relacionado à menor quantidade de animais na área crítica para colisão, definida no Plano Básico de Gerenciamento de Risco de Fauna. Fato especialmente necessário na faixa de pista, devido à grande proximidade com a trajetória de aeronaves.

As gramíneas são utilizadas como cobertura vegetal na faixa de pista, devido à necessidade de evitar erosão e facilitar a drenagem de águas pluviais, mas a principal vantagem é manter a área livre de obstáculos, caso ocorra saída de pista (runway excursion).

Apesar disto, as gramíneas são atraentes para vários animais, incluindo aves, pois oferecem oportunidades de forrageio (alimento) e abrigo. Deste modo, o controle da vegetação acaba se configurando como método eficiente para reduzir a presença de aves em aeródromos. A altura, o regime de corte da grama, a seleção da composição de espécies vegetais e a remoção de árvores e arbustos são aspectos relativos ao controle da vegetação importantes para mitigar colisões com custo-benefício adequado.

Estudo publicado recentemente sobre a cobertura vegetal relacionada às colisões com fauna testou três alturas e tratamentos de corte, com o objetivo de orientar a manutenção de áreas gramadas em aeródromos tropicais.

Conclusões do estudo:

1)    A altura máxima da grama influenciou na abundância de aves;
2)    O período de 10 dias, iniciado no momento do corte, apresentou alta presença de aves; e
3)    Durante o corte, a área de grama curta atraiu mais aves que a área de grama longa.

Portanto, cortar a grama mais próxima ao solo contribui para aumentar a abundância de aves em determinado ambiente. É possível reduzir ocorrências aeronáuticas envolvendo quero-queros (Vanellus chilensis) e caracarás (Caracara plancus) em aeródromos com o uso de grama alta (> 30cm), sendo cortada frequentemente, em relação à utilização de grama curta, sendo cortada em maiores intervalos de tempo.

Recomendações:

O uso de inseticidas contribui para reduzir a oferta de alimento para os animais, bem como o corte de grama noturno e a remoção de aparas de vegetação também são estratégias que podem ter efeito positivo, para reduzir a atração de aves.

Os operadores de aeródromos devem ter sempre em mente que não há fórmula única em relação à altura ideal da grama, mas o estudo sugere que aumentar a altura de corte pode ser uma solução eficiente. Além disto, o manejo de áreas gramadas é somente uma parte dos programas de gerenciamento sobre o risco de fauna eficiente. Essas técnicas devem ser integradas à rotina operacional do aeródromo, contando com vários métodos dispersivos que criem desconforto às espécies-problema na operação local.

Para acessar o estudo completo, clique de acordo com a língua preferida em inglês ou português.

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