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Página inicial > Últimas Notícias > SERIPA V alerta sobre risco de fauna para a aviação
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O Gerenciamento do risco de fauna foi tema discutido no 10º Encontro entre Navegação Aérea e Comunidade Aeronáutica, que aconteceu no Aeroporto de Londrina, no Estado do Paraná, no dia 24 de abril. O evento de iniciativa da Infraero local teve por objetivo incentivar o comprometimento dos profissionais da aviação com a segurança operacional.

 Risco de Fauna: um problema de todos, foi o conteúdo da palestra proferida pelo Chefe do Quinto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA V), Tenente-Coronel Aviador Leonardo Pinheiro de Oliveira, que destacou a necessidade de medidas de controle de fauna muito além dos limites aeroportuários, onde o setor aéreo não tem poder.

“É fundamental a participação da autoridade ambiental e municipal na Área de Segurança Aeroportuária (raio de 20 quilômetros no entorno do aeroporto). O operador de aeródromo deve atualizar as autoridades, quanto aos riscos de fauna e as providências previstas nas normas, já que todos que utilizam o aeródromo são passíveis de serem afetados pelos danos e suas consequências. Além de palestras e reuniões, é necessário um trabalho conjunto no combate aos focos atrativos de fauna”, afirmou o Tenente-Coronel Leonardo.

Na sua exposição, o Chefe do SERIPA V alertou para os critérios adotados pelo CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) no gerenciamento do risco de fauna, evidenciando os principais acidentes ocorridos na aviação mundial. No total, as colisões com fauna, que vitimaram cerca de 470 pessoas. O palestrante também comentou aspectos da legislação que dão suporte ao trabalho de risco de fauna nos aeroportos brasileiros.

Lidar com a fauna nos aeródromos envolve aspectos legais, técnicos e sociais, o que torna a tarefa bastante complexa. Os aeroportos brasileiros atuam com base em um Plano de Gerenciamento de Risco de Fauna.  A presença de alimentos nas proximidades dos aeródromos, matadouros, indústrias, recipientes de lixo e entulho são as principais fontes atrativas de aves e animais, que representam risco iminente, com potencial de causar lesões e morte aos ocupantes de aeronaves.

O Tenente-Coronel Leonardo explicou sobre o papel do operador de aeronaves no reporte de colisões, quase colisões e avistamentos ao CENIPA, o qual também deve informar o local, altura, quantidades e espécies, via fonia à torre de controle (TWR). “É necessário ainda comunicar ao operador de aeródromo sobre a concentração de fauna que possa provocar risco às operações aéreas, bem como complementar informações relacionadas ao tempo de indisponibilidade da aeronave, custos diretos e indiretos decorrentes do evento com fauna”, disse.

Compromisso - De acordo com dados de registro pelo órgão nacional investigador, em 2015, Londrina aparece em quinto lugar no índice de colisões reportadas a cada dez mil movimentos de aeronaves, ficando atrás das cidades de Navegantes (SC), Porto Alegre (RS), Fortaleza (CE) e Campo Grande (MS).

“Se por um lado, os reportes revelam um nível de atenção elevado dos operadores e aeronavegantes, por outro, o controlador de voo precisa reportar, rapidamente, qualquer informação de risco de fauna nas imediações do aeródromo,” destacou o Chefe do SERIPA V.

A Gerente da EPTA (Estação Permissionária de Telecomunicações Aeronáuticas), Claudia Venâncio, revela que, no período de janeiro de 2015 a abril de 2017, Londrina registrou 65 colisões com pássaros nos seus 26 aeródromos. “Os números reportados são o resultado do comprometimento da comunidade aeronáutica com a Segurança Operacional, que mantém campanhas permanentes de incentivo ao reporte das ocorrências”, afirmou.

Em 2009, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) fechou mais de cem aeroportos por não cumprirem com as condições de segurança. Nesse contexto, para não perder a operação aérea, as autoridades devem se voltar para os problemas enfrentados pelos aeroportos, em virtude da proximidade com a área urbana, plano diretor do município, saneamento básico, licenciamento ambiental e outros.

O combate ao risco de fauna se apresenta como um compromisso de todos, havendo a necessidade de integrar ações de operadores e mantenedores de aeronaves, de tráfego aéreo, autoridades públicas e ambientais além dos demais integrantes da comunidade aeroportuária. É o esforço combinado de organizações e indivíduos, que por meio de ações preventivas, podem reduzir o potencial de acidentes por colisões com fauna na aviação.

O Encontro em Londrina contou com a participação de mais de 70 representantes da comunidade aeronáutica local, dentre eles representantes da Gol Linhas Aéreas, Batalhão da Polícia Militar de Operações Aéreas (Graer), representantes de empresas que exploram Drones, além de alunos do Curso de Ciências Aeronáuticas, da Universidade do Paraná e do aeroclube de Londrina.

Evento - O próximo encontro sobre o Gerenciamento do Risco de Fauna será realizado no auditório Laçador, do Aeroporto Internacional Salgado Filho (Terminal 1), no dia 4 de maio, às 14h. A iniciativa faz parte do trabalho de prevenção dirigido à comunidade aeronáutica gaúcha. A finalidade é chamar a atenção para os cuidados com o risco de fauna na Área de Segurança Aeroportuária, onde se observa o maior número de colisões, que acontecem durante os procedimentos de pouso e decolagem de aeronaves.

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