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Página inicial > Últimas Notícias > SERIPA V apresenta julgamento de pilotagem no EPIA
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A gestão de risco aliada ao treinamento baseado em cenário, no sentido de aprimorar o julgamento e a tomada de decisão do piloto na cabine da aeronave, será o foco de uma das palestras do Estágio de Padronização de Instrução Aérea (EPIA). O evento acontecerá nos dias 5 e 6 de novembro, na UNOPAR, na cidade de Londrina-PR, distante cerca de mil quilômetros da capital gaúcha.

A palestra, que tem como título Julgamento de Pilotagem e Processo Decisório, será proferida pelo Chefe do Quinto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA V), Tenente-Coronel Aviador Luís Renato Horta de Castro, que relaciona o nível de julgamento do piloto à qualidade da instrução aérea recebida no Brasil.

- Atualmente, o futuro piloto cumpre programas e missões constantes dos manuais de cursos, que  recomendam o treinamento de exercícios, focam no instrutor e buscam atingir  os mínimos regulamentares. Observa-se uma relutância em assumir as responsabilidades inerentes à função de comandante, explica o palestrante.

O julgamento de pilotagem acontece na mente do piloto, quando ele escolhe entre as várias alternativas, a melhor ação para determinada circunstância. Muitos profissionais acreditam em suas habilidades acima da média, porém poucos conseguem o desempenho melhor que seus pares na cabine da aeronave, e a recíproca também se aplica aqueles considerados abaixo da média. 

- Pilotos competem por oportunidades, com base em atributos centrados na personalidade, atitude, e acima de tudo, profissionalismo, afirma o chefe do SERIPA V.

Por muitos anos, acreditou-se que o bom julgamento era consequência natural da experiência de voo acumulada. No entanto, as estatísticas mostram que erros de julgamentos também são cometidos por pilotos experientes. Assim,  conclui-se que o adequado julgamento é resultado de habilidades treinadas e aplicadas independente de experiência previamente adquirida.

- Normalmente não se ensina um piloto a ter bom julgamento e o processo decisório no comando da aeronave. Nas raras vezes em que o piloto apresentou traços de maturidade no gerenciamento de conflitos, é porque encontrou um instrutor capaz de desafiar sua inteligência pela busca de uma solução ao problema proposto, afirma o Tenente-Coronel Renato.

As estatísticas relativas à Aviação de Instrução no Brasil indicam que 14,48% dos acidentes ocorrem em conseqüência do julgamento de pilotagem. Os dados são do Centro Nacional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA).

O foco da instrução  deve se voltar para o aluno, levando-o a exercer, desde cedo, o papel de gestor da tomada de decisão, estimulando-o a ter iniciativas. A proposta é criar uma metodologia que integre o gerenciamento com o treinamento baseado em cenário para formar hábitos eficazes e eficientes pelo reflexo condicionado.

- Essa é a vida real, muito mais complexa e duradoura que um cheque, prova ou banca de exames, comenta o palestrante.

O chefe do SERIPA V ressalta ainda que o Treinamento baseado em cenário não substitui a instrução tradicional, porém refina como um sistema focado em segurança. Nesse caso, a instrução de voo englobaria três fases, com destaque para exercícios mecânicos (habilidade de mão e pé), identificação de perigos e o gerenciamento, com cenários reais e mais complexos que no treinamento convencional.

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