Além dos países que participam da CRUZEX 2018 com aeronaves e militares, outras seis nações enviaram representantes para atuar como observadores. São oficiais da Alemanha, Bolívia, Colômbia, Índia, Suécia e Venezuela que participam com o intuito de entender a dinâmica do exercício e levar conhecimento às suas Forças Aéreas.

Os indianos vieram para a CRUZEX pela primeira vez nesta edição. Segundo o Coronel Anurag Khurana, o país costuma participar de exercícios semelhantes em locais como Estados Unidos, Austrália e França. Para ele, que é piloto de caça, a participação da Força Aérea Indiana está focada em aprender e trocar experiências. O Coronel Anurag explica que já existem diversos acordos de cooperação mútua com o Brasil, como na área espacial, por exemplo, e a participação no exercício é mais um passo de aproximação. “Se olharmos a história da CRUZEX, vemos que os países quase sempre começam como observadores e, nas edições seguintes, incrementam sua participação, com delegações maiores e aeronaves”, diz.

Já os militares da Força Aérea Boliviana vieram ao Brasil em outras edições da CRUZEX, nessa mesma função. Os oficiais representantes explicam que o exercício é o maior da América do Sul e se trata de um momento importante para que os países do continente possam aprender a operar de uma mesma forma. Segundo o Major Neil Zubieta, o principal conhecimento buscado pelos colombianos é relativo à doutrina adotada no âmbito da OTAN.

“Nossa Força Aérea está em crescimento e, com isso, estamos em processo de implantação da doutrina OTAN. Por isso é importante participarmos e ver como os diferentes países operam dentro desse conceito”, afirma. Isso inclui, segundo ele, adquirir conhecimento sobre o cenário de guerra não convencional é um dos pontos mais importantes. “Nós iremos fazer um relatório sobre nossa participação e realizar um briefing para o Alto-Comando. Entre as sugestões que faremos, a principal é a absorção da doutrina OTAN em nossa operação, para podermos nos integrar e falar a mesma língua dos outros países”, avalia o Major Zubieta.

Reportagem: Tenente Gabrielli Dala Vechia

Foto: Sargento Bianca Viol

 

Na sexta-feira (22), cerca de 200 pessoas visitaram a Ala 10 para conhecer a unidade militar da Força Aérea Brasileira e acompanhar a movimentação de aeronaves que acontece durante o Cruzeiro do Sul Exercise – CRUZEX 2018.

As visitas são divididas por turnos e grupos de aproximadamente 70 pessoas. A atividade foi coordenada por militares que, ao longo do percurso, apresentaram a FAB, as formas de ingresso e algumas das aeronaves utilizadas na CRUZEX.

Pela manhã, alunos, pais e professores do Núcleo de Aprendizagem da Criança (NAC), de Natal (RN), estiveram na Ala. Para a mãe de uma das alunas, Beatriz Dias, a visita foi interessante porque agrega experiência. “Eu acredito que enriquece o conhecimento das crianças. É uma experiência única que pode despertar interesse e curiosidade pela área da aviação. Estou super feliz, pois também era um desejo meu conhecer as instalações”, comentou.

A visita despertou, principalmente nas crianças, a vontade de ingressar na FAB, como é o caso de Fernando Henrique de nove anos. “Estou pensando em entrar na Força Aérea Brasileira, meu sonho é ser Brigadeiro. Sempre achei interessante os modelos das aeronaves, o treinamento dos militares, inclusive tenho um almanaque com todas as aeronaves brasileiras”, explicou.

De acordo com o Tenente Roberto Mega Junior, da Ala 10, o treinamento proporciona a troca de experiências entre as Forças, já que reúne militares da Marinha, Exército e FAB, além de Forças de outros 12 países. “Por meio desse exercício, é possível treinarmos um resgate de um combatente em terras inimigas, por exemplo, sendo possível a simulação de um combate aéreo e reabastecimento em voo. Com isso, ganhamos a confiança, para no futuro, operar em missões da ONU”, ressaltou.

Até a próxima quinta-feira (29), a Ala 10 espera receber em torno de 2000 pessoas. As visitações foram previamente agendadas pelo site do treinamento, onde podia se inscrever qualquer interessado. A quantidade de visitantes foi definida de acordo com a disponibilidade de atendimento.

Conheça mais da Ala 10, antiga Base Aérea de Natal

Com mais de 70 anos de história, a Ala 10 serviu como base para as tropas americanas durante o período da Segunda Grande Guerra Mundial. Devido à fundamental importância para a vitória dos Aliados, tornou-se conhecida como o “Trampolim da Vitória”. Terminado o conflito, a Força Aérea Brasileira recebeu as instalações, que eram ocupadas pelos norte-americanos, e até os dias atuais dá apoio a outras Unidades e sedia diversos eventos, como Cruzeiro do Sul Exercise (CRUZEX).

 Texto: Estagiários de Jornalismo UnP - Aiça Gomes, Atarcilene Souza, Graciele Carvalho e Mac Millan

Fotos: Soldado Simplício

Células montadas em Recife (PE) realizam o controle do combate BVR; o controle de tráfego das aeronaves e a validação do emprego de armamento simulado durante o exercício

Embora o exercício CRUZEX 2018 esteja acontecendo na Ala 10, em Natal (RN), uma importante estrutura componente está funcionando junto ao Terceiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA III) em Recife (PE). Para atender às demandas do treinamento, foram acionadas células de onde são realizados o controle do combate BVR (sigla em inglês para “além do alcance visual”), o controle de tráfego das aeronaves e a validação do emprego simulado de armamento - o chamado Showtime.

Segundo ele, assim que a célula de Check in/Check out deixa as aeronaves no ponto inicial da área de combate, quem assume é o grupo de controladores de combate BVR, que também está atuando a partir do CINDACTA III.  “Como o piloto de caça visualiza apenas o que permite o seu radar, os controladores de solo são complemento essencial ao combate, pois eles têm acesso ao cenário como um todo e fornecem dados e coordenadas em tempo real à aeronave”, explica o Tenente-Coronel Edson.Uma das células acionadas para o exercício é o chamado Check in/Check out, de onde é feito o desconflito com os tráfegos civis e as aeronaves são colocadas em sequência para o pouso - atividade muito importante, devido à elevada quantidade de meios aéreos envolvidos nas Missões Aéreas Compostas - em torno de 60 de cada vez. Essa é a estrutura responsável, também, por encaminhar as aeronaves até o local onde vai acontecer o combate. É o que explica o Oficial Coordenador de Espaço Aéreo da CRUZEX 2018, Tenente-Coronel Edson Luiz Vieira Neto.

Já a atividade de Showtime acontece em tempo real toda a vez que há um combate entre caças e emprego simulado dos mísseis na CRUZEX. Nessas situações, um grupo formado por pilotos de caça com experiência em combate BVR - os chamados Range Training Officers - comunica às aeronaves que estão em voo se elas foram ou não abatidas. “Através da visualização radar e com o conhecimento de uma série de parâmetros de emprego, validamos, em tempo real, a eficácia ou não dos lançamentos mísseis e informamos ao piloto oponente se ele foi abatido”, explicou o Major Eduardo Gomes, do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), que está atuando na célula de Showtime da CRUZEX 2018.

Para aumentar a cobertura radar durante a CRUZEX 2018 e fornecer informações mais completas às células ativadas no CINDACTA III, o Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º GCC) da Força Aérea Brasileira mobilizou infraestrutura e radares para pontos estratégicos do território. Clique aqui e saiba mais.

 

Reportagem: Tenente Gabrielli Dala Vechia

Fotos: Soldado Álvaro / CINDACTA III

O cenário de guerra convencional já começou a ser treinado na CRUZEX 2018. A primeira Composite Air Operation (COMAO), traduzida na doutrina brasileira como Missão Aérea Composta, compreendeu o voo de 59 aeronaves pertencentes a distintas aviações, envolvendo todos os países que estão participando do exercício com meios aéreos.

O primeiro Mission Commander, ou seja, o piloto responsável por planejar e coordenar toda a missão, foi o Major Felipe Scheer, do Esquadrão Poker (1º/10º GAV). Ele explica que a complexidade desse tipo de ação é a necessidade de alinhar ações entre doutrinas distintas, que variam de acordo com o país e o tipo de aeronave operada, com o intuito de cumprir um objetivo comum. Ele cita também o fato de que cada avião possui perfis de voo, velocidades e performances distintas e tudo isso precisa ser levado em consideração. “A responsabilidade e a complexidade de uma missão aumentam à medida que aumentam o tipo e número de aeronaves envolvidas”, disse

Após receber um documento chamado Ordem de Tarefa Aérea, onde constam todas as ações a serem executadas por cada player do COMAO, o Mission Commander tem apenas 24h para fazer a coordenação e realizar a primeira decolagem. Nesse ínterim, são duas reuniões - o initial coordination meeting e o final coordination meeting  - além de um briefing com todas as tripulações envolvidas, o chamado.

No COMAO, dezenas de aeronaves decolam em um curto espaço de tempo para cumprir ações de Força Aérea complementares, visando a um objetivo comum. Para se ter uma ideia, no primeiro COMAO da CRUZEX 2018, entre 9h50 e 10h34 decolaram todos os caças - um a cada três minutos. O espaço aéreo onde o treinamento acontece também é limitado, aumentando a complexidade e criando a necessidade de desconflitar as rotas.

Nesse cenário, acontece a simulação de um país que realiza ações ofensivas e outro país que está se defendendo. O grupo da defesa tem sido composto, na CRUZEX, por um número entre quatro e oito caças e um reabastecedor. Tão importante quanto o combate em si, é a coordenação entre as dezenas de aeronaves, com perfis distintos e doutrinas específicas, sempre priorizando a segurança de voo.

No primeiro COMAO da CRUZEX 2018, todos os países que participam do exercício com aeronaves - Canadá, França, Chile, Uruguai, Estados Unidos, Peru e Brasil - fizeram suas decolagens. Os caças A-1, A-29, A-4 e A-37 realizaram a missão de ataque; os caças F-16, F-5 e Mirage realizaram a missão de defesa aérea; a aeronave E-99 fez controle e alarme em voo e posto de comunicação no ar; os reabastecedores KC-130 e KC-135 fizeram reabastecimento em voo; os cargueiros C-130, CC-130J, C-105 e C-235 realizaram assalto aeroterrestre, neste caso, lançamento de carga. A aeronave A-1, equipada com o pod de reconhecimento, também realizou missão de reconhecimento aéreo, para analisar os danos causados pelos ataques.

Assista ao vídeo:

 

Reportagem: Tenente Gabrielli

Fotos: Sargentos Johnson Barros e Bianca Viol

 

Para garantir a segurança das aeronaves de combate de todas as Forças Aéreas envolvidas no Cruzeiro do Sul Exercise – CRUZEX 2018, uma equipe do Parque de Material Aeronáutico de São Paulo (PAMA-SP), da Força Aérea Brasileira (FAB),  instalou uma Barreira de Retenção, na configuração cabo, no final de uma das pistas da Ala 10. No início de novembro, o equipamento foi transportado por uma aeronave C-130 Hércules da Ala 2, em  Anápolis (GO), para Natal (RN).

As Barreiras de Retenção da FAB são empregadas para apoiar a operação de aeronaves de caça, e são dimensionadas para atender aos requisitos de velocidade desses aviões. Na CRUZEX 2018, estão em operação aeronaves de combate A-1, A-4, F-5M, F-16 e Mirage 2000, que podem utilizar as barreiras em caso de necessidade.

“Caso uma aeronave de combate não consiga reduzir sua velocidade no comprimento de pista disponível, por meios próprios, num pouso ou numa decolagem abortada, entra em ação a Barreira de Retenção, que realizará a parada segura da aeronave em situação de emergência”, explica o Tenente Engenheiro Mecânico Daniel Buch.

“Todo o trabalho, tanto de instalação, quanto de desinstalação, requer aproximadamente seis dias de trabalho, que pode ser dificultado pela exposição às condições climáticas inerentes ao trabalho em campo aberto”, aponta o Tenente Buch.

A instalação na Ala 10, no entanto, foi realizada em quatro dias, devido à estabilidade da meteorologia no local. “O quarto dia foi integralmente dedicado à realização de um procedimento conhecido como Proofloading, em que uma carga de aproximadamente 18.000 lbf (8.165 kgf) é aplicada nas fitas, que são os componentes que conectam o cabo ao sistema de frenagem”, explica o oficial.

O cabo é a interface que conecta a aeronave em emergência à Barreira de Retenção e o Proofloading é empregado para distender previamente as fitas, reduzindo seu efeito elástico. O procedimento serve também para avaliar o sistema de frenagem e a rigidez da instalação realizada. Instalados em ambas as laterais da pista, dois módulos de nove toneladas comportam roldanas que guardam a fita de 300 metros.

O Suboficial Wanderley Eleutério, um dos integrantes da equipe responsável pela barreira, conta que o sistema é verificado diariamente para garantir que esteja sempre em condições de uso. “Nós checamos o tensionamento do cabo, os sistemas de frenagem e hidráulica, as cargas de bateria e de nitrogênio e os motores”, enumera. “Nossa equipe é a primeira a chegar e a última a ir embora, pois precisamos deixar o sistema pronto para a chegada dos aviões e não o desinstalamos até o último caça decolar ao término do exercício”, completa.

Saiba mais

As Barreiras de Retenção são a combinação de um mecanismo de frenagem e um dispositivo de engajamento, que pode ser um cabo, uma rede ou, ainda, a combinação dos dois dispositivos. O cabo exige que a aeronave seja equipada com o gancho de arrasto, que se conecta ao cabo quando acionado. Já a rede permite o engajamento de aeronaves com ou sem o gancho de arrasto.

As Barreiras de Retenção ainda podem ser classificadas quanto ao seu modo de instalação como sendo fixas ou móveis, conhecidas como Barreiras de Retenção de campanha, que é o caso da instalada no Exercício CRUZEX. Elas não exigem fundações específicas para instalação e possuem sistemas que auxiliam na sua mobilidade, permitindo seu transporte nos diversos modais. Estes equipamentos são empregados quando há a necessidade de operar as aeronaves de combate em aeródromos não equipados com Barreiras de Retenção. Sua instalação é feita por meio da instalação de estacas numa configuração específica, que dependerá do solo e da forma de emprego do equipamento.

Já as Barreiras de Retenção fixas são empregadas em aeródromos da FAB onde são sediados os esquadrões que operam as aeronaves F-5M e A-1. São equipamentos que exigem uma fundação específica para sua instalação e não têm sistemas de mobilidade.

Reportagem: Tenente Emília Maria

Fotos: PAMA-SP e Sargento Johnson Barros

Autoridades brasileiras e chilenas estiveram na Ala 10, em Natal (RN), na terça e na quarta-feira (20 e 21), para acompanhar as atividades do Cruzeiro do Sul Exercise – CRUZEX 2018.

Na terça-feira, o Ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, esteve na área do treinamento acompanhado pelo Comandante da Força Aérea Brasileira, Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato, e pelo Comandante de Preparo (COMPREP), Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Egito do Amaral. Assista ao vídeo sobre a visita das autoridades brasileiras e o voo do Ministro da Defesa em um caça.

O Diretor do Exercício, Brigadeiro do Ar Luiz Guilherme Silveira de Medeiros, fez uma apresentação sobre o treinamento, na quarta-feira, às autoridades brasileiras e chilenas.

O Ministro da Defesa do Chile, Alberto Espina, e o Comandante da Força Aérea chilena, General del Aire Arturo Bernardo Merino Núñez, entre outros integrantes da comitiva, receberam informações sobre edições anteriores da CRUZEX, participantes, objetivos e cronologia. O Brigadeiro Medeiros ressaltou a participação da Força Aérea do Chile nos Exercícios de outros anos.

O oficial-general falou, ainda, sobre a participação, pela primeira vez, da Marinha e do Exército brasileiros no treinamento. Ele também destacou outra novidade: as ações que envolvem a guerra não convencional, ou seja, um combate das Forças Armadas contra forças insurgentes ou paramilitares e não entre dois Estados constituídos. Este é o perfil encontrado em missões de paz da ONU.

Após a apresentação, as autoridades visitaram as instalações do Exercício e acompanharam algumas das atividades realizadas pelos militares dos 13 países participantes.

Texto: Tenente Emília Maria

Fotos: Sargento Marcella Perez

 

 

A CRUZEX 2018 realizou, nesta terça (20), um media flight voltado para captação de imagens por profissionais de comunicação. Assista ao vídeo e veja como foi a atividade, que envolveu um voo de sete aeronaves de caça em formação.

Assista ao vídeo.

Veja como foi o voo de sete caças durante o exercício

Nesta terça-feira (20), a CRUZEX 2018 realizou um media flight - voo especial para captação de imagens por profissionais de comunicação. A bordo de um C-105 Amazonas e de um helicóptero H-36 Caracal, em torno de 40 fotógrafos e cinegrafistas puderam captar imagens do pátio de aeronaves da Ala 10 e de um esquadrão formado por sete caças.

Os caças estão participando do exercício. A formação foi composta por um A-1M, um F-5M e um A-4, todos brasileiros; dois F-16 - um chileno e um norte-americano; um A-37 uruguaio e um Mirage 2000 peruano.

Veja as fotos dos Sargentos Johnson Barros e Bianca Viol:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Universitários dos cursos de Jornalismo, Produção Audiovisual e Publicidade e Propaganda vão estagiar na CRUZEX 2018

A Força Aérea Brasileira (FAB) fez uma parceria com a Universidade Potiguar, de Natal (RN), para possibilitar o estágio de estudantes da área de Comunicação Social na CRUZEX 2018. Durante o treinamento, treze universitários dos cursos de Produção Audiovisual, Jornalismo e Publicidade e Propaganda irão apoiar a produção de conteúdos, como matérias jornalísticas, infográficos, vídeos e podcasts, na cobertura do exercício. Os estudantes serão tutorados pelos profissionais do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER), unidade responsável pela gestão dos processos comunicacionais na FAB, que montou uma célula para atender às demandas da CRUZEX.

Segundo o professor responsável pelos estagiários, Thiago Garcia, os alunos foram selecionados de acordo com seus interesses, perfis e aptidões. Para ele, a parceria promove o crescimento integrado dos alunos nos aspectos teórico e prático. O professor explica que o contato com o mercado de trabalho faz com que o estagiário desenvolva características, habilidades e competências relacionadas ao seu crescimento como cidadão e como profissional pautado na ética. "Acredito que eles irão desenvolver capacidade de relacionamento com os gestores de cada setor da CRUZEX, que é uma operação composta por processos, hierarquias, fluxos e sistemas, além da resiliência, dada a característica do exercício", avalia o professor.

Uma das estagiárias participantes, Ana Aiça Gomes da Costa, estudante do quarto período de Jornalismo, conta que o convite despertou grande interesse nas turmas. "É uma experiência totalmente nova, uma grande chance de nos enriquecer e crescer como profissionais. Minha expectativa é de que possa me engajar com dedicação e aprender tudo que puder sobre Jornalismo", afirma a estudante, que tem 19 anos.

De acordo com o Coronel Aviador Rodrigo Fontes de Almeida, do CECOMSAER, unidade responsável pelo acordo, essa não é a primeira vez que a CRUZEX absorve mão de obra dos estudantes de Comunicação Social. Para ele, trata-se de uma importante oportunidade de troca de conhecimento e de os estagiários aprenderem na prática, com um exercício operacional da magnitude da CRUZEX 2018. "O treinamento não envolve só um grande esforço aéreo, com mais de cem aeronaves, sendo trinta delas pertencentes a outras nações. Também envolve uma série de iniciativas nas áreas de Comunicação, com mais de 150 profissionais de imprensa participantes, além da necessidade de produção de conteúdo para serem divulgados em diversas plataformas. Para os estagiários e para nós, é uma grande oportunidade de crescimento", disse.

Texto: Tenente Gabrielli Dala Vechia

Fotos: Sargentos Bianca Viol e Marcela Perez

Cerca de 100 profissionais de imprensa e  de mídia especializada participaram, na manhã desta segunda-feira (19), de uma coletiva sobre o Cruzeiro do Sul Exercise - CRUZEX 2018. O Diretor do exercício, Brigadeiro do Ar Luiz Guilherme Silveira de Medeiros, apresentou os principais aspectos do treinamento e respondeu às perguntas dos presentes, acompanhado dos representantes de outros sete países participantes.

O oficial-general brasileiro falou sobre os objetivos, a estrutura e a programação da CRUZEX. “O objetivo principal é melhorar a interoperabilidade, tanto com Marinha e Exército Brasileiro, como em conjunto com as Forças estrangeiras. Por isso, precisamos treinar nossas equipagens de combate, ou seja, o pessoal em voo e em solo”, ressaltou.

O representante da Força Aérea do Chile, Major-General Leonardo Romanini Gutiérrez, destacou que o trabalho conjunto entre países já é constante. “Existe uma cooperação permanente entre nós, por meio do SICOFAA [Sistema de Cooperação entre as Forças Aéreas Americanas]. Este exercício serve justamente para treinarmos a interoperabilidade na prática”, disse. Para os militares canadenses, o fato de conhecer e trabalhar com outros países é importante em caso de necessidade de operações conjuntas. “Nossos governos entendem que é importante fazer vínculos profissionais e até mesmo pessoais para que, se necessário, possamos trabalhar de maneira melhor”, comentou o Oficial de Ligação da Força Aérea do Canadá, Major Eric Willrich.

O Comandante da Ala 149 – unidade dos Estados Unidos que participa do exercício – , Coronel Raul Rosario, agradeceu o apoio da Força Aérea Brasileira (FAB) desde o planejamento da CRUZEX 2018 e também falou sobre o objetivo do treinamento. “O principal é operarmos juntos, como iguais, fazendo isso de forma segura e aumentando nosso nível de preparo e prontidão”, declarou.

Reportagem: Tenente Emília Maria 

Fotos: Sargento Bianca Viol

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