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A FOLHA DE ACANTO E O DISTINTIVO DOS INTENDENTES


ACANTO

Símbolo da Intendência

O Acanto  ( do grego " akantha " ), não é apenas uma planta   espinhosa   de   folhas  muito  longas ,  verdes  e recortadas , também  conhecida como " erva - gigante ", oriunda dos  terrenos  húmidos e  pedregosos do Sul da Europa  e dos Trópicos , o  acanto é  algo  poético  que lembra a  pureza  de  caráter, perfeição moral e trabalho honesto.

Essa idéia simbólica das virtudes do acanto foi incutida pela  primeira  vez  na  Grécia  Antiga  pelo  arquiteto   e escultor ateniense Calímaco. Ele buscava inspiração para o seu trabalho  quando  deparou  com uma cesta sobre o túmulo  de  um  criança  coberta por  um  Acanto florido. Procurou logo mudar as formas jônicas.

O simbolismo  da  folha  do  acanto,  muito usada  nas decorações antigas e  medievais deriva, essencialmente, dos espinhos dessa planta.

Conta certa lenda, narrada por Vitrúvio, que o escultor Calímaco , no  final do século V a. c. , ao ornamentar um dos capitéis  do túmulo de uma menina , se teria inspirado num ramalhete de folhas de acanto. Retém-se dessa lenda o fato de que ,  pelo  menos originalmente e sobretudo na arquitetura   funerária , o  acanto  era   usado para indicar que as provações da  vida  e  da  morte ,  simbolizadas  pelos espinhos da planta, haviam sido vencidas.

O acanto ornamentava os  capitéis coríntios , os carros fúnebres e as vestimenta dos grandes  homens ,  porque os arquitetos , os  defuntos e os heróis haviam sido homens que souberam vencer as  dificuldades de suas tarefas. Como de tudo que  possui  espinhos ,  fez-se igualmente do acanto o símbolo da terra virgem e da própria virgindade ,  que  também significam uma outra espécie de triunfo.Aquele que tiver ornado  por  essa folha  venceu a  maldição bíblica :  O solo produzirá para ti espinhos e cardos (Gênesis, 3, 18). No sentido de que a aprovação vencida se transformou em glória.

( Dicionário de Símbolos, Jean Chevalier, Ed. José Olympio)

Acanto - Bot. Designação do Acanthus mollis L. var. niger (Willd) Nees, erva vivaz da família das Acantáceas, de grandes folhas basilares mais ou menos penipartidas, flores de corola unilabiada, branca, em espiga bracteada e também de outras espécies do gênero Acanthus L., entre as quais o A. spinosus L., cujas folhas são modelo de ornato, desde a antiga Grécia. J. de Vasconcellos B. Art. Calímaco, arquiteto grego do séc. V a. c., a partir de uma corbelha de acanto, encontrada numa necrópole, concebeu a idéia de um capitel campaniforme, rodeada de folhas de canículos enrolados, formando volutas, que viria a ser empregados pelos Romanos na ordem coríntia ou compósita e em frisos de enrolamentos de folhas alternadas (rinceaux). Com o ressurgir dos estudos clássicos e a descoberta do tratado arquitetônico de Vetrúvio, o Acanto desperta no renascimento, gracioso e leve, em capitéis, frisos e modilhões, tornando - se um dos principais temas decorativos que acompanham a arquitetura e o mobiliário até o final do séc. XIX. As transformações do acanto são pesadas ou rasgadas, simples ou atormentadas, estilizadas ou naturalistas, segundo o estilo da época que o delineia. (Gabriela Bauhoun)

               ( Enciclopédia Luso Brasileira de Cultura, E. Verbo Lisboa volume 1º )  

(Texto extraído do Site da Subdiretoria de Abastecimento)

O Serviço de Intendência, praticamente tão antigo quanto as próprias Forças Armadas que integram, provavelmente deve ter surgido logo nos primórdios dos tempos, como conseqüência natural e lógica da necessidade de separar e distinguir, já então, embora de modo primário e incipiente, a tarefa de comandar da de administrar.

Indubitavelmente os ensaios e tentativas iniciais, feitos pelas primeiras organizações militares, no sentido de disporem de Intendência, não devem ter sido muito além de um responsável que, com alguns auxiliares e um rudimentar equipamento, assumisse os encargos da guarda da pecúnia destinada ao pagamento da tropa e das demais despesas eventuais com a sobrevivência desta, quando não fosse possível, o saque que, então, era uma instituição, segundo nô-lo informa a própria História.

A alusão mais remota ao Serviço de Intendência militar de que se tem conhecimento está consignada em um belo poema misto de história e de lenda: a Ilíada.

Com efeito, Homero nos informa que nas hostes de Agamenon, lendário rei de Micenas e herói das pugnas troianas, havia oficiais de alta patente, com honras de magistrados, aos quais incumbia a guarda e a gestão dos fundos destinados aos pagamentos dos soldados e das demais despesas "in loco", decorrentes da campanha.

Foram justamente esses magistrados das finanças militares das tropas de Agamenon que, pela primeira vez na História da Intendência Militar, elegeram a folha de acanto para seu símbolo distintivo, não como adorno de uniforme, mas como meio prático de se fazerem localizar, com facilidade, dentro dos acampamentos.

A eleição decorreu do fato de a folha de acanto ser grande, larga e ornamental, apresentando, além disso, recortes simétricos e sobretudo porque, cortadas, amarelavam com rapidez e, penduradas à porta das barracas daqueles magistrados se faziam visíveis a grandes distâncias, identificando-os prontamente.

Nas legiões guerreiras da Roma antiga também se encontravam os famosos "quaestores classici" ou "quaestores militares", magistrados nomeados diretamente pelo Imperador para cuidar das finanças militares, tanto em tempo de paz, como durante as campanhas.

Pesquisando-se a história sobre a matéria, não se logra obter nenhuma alusão aos distintivos que teriam sido adotados pelos "quaestores classici", para se fazerem reconhecer em suas atividades específicas, tal como o fizeram aqueles intendentes que compartilharam das gloriosas façanhas de Tróia, cuja coragem e bravura inspiraram, ao imortal Homero, a Ilíada e a Odisséia.

Foi, pois, à luz das cintilações fulgurantes das espadas e das lanças a se cruzarem e se entrechocarem ferozes e mortais contra as couraças e armaduras, em bizarra orquestração de terríficas harmonias feitas de tinidos que, há cerca de cinco milênios, na austera moldura do entrevero das batalhas, nasceu o distintivo do intendente militar, o mesmo distintivo que hoje ostentam os Intendentes das gloriosas Forças Armadas do Brasil.

 

SOLDADO DE INTENDÊNCIA

A Intendência. Difícil missão. No seu aspecto material a exigir perfeição e exatidão. O apoio ao homem não pode tardar. Sua subsistência é subordinada ao tempo. Os limites do planejamento são rígidos. As condições de execução inexoráveis. A vulnerabilidade às falhas uma constante. As críticas implacáveis. O trabalho uma tensão permanente.

E para ser um soldado de Intendência ainda há que transpor as fronteiras do espiritual. Vem então o mais difícil que, em troca, conduz ao mais valioso: "É a compreensão idealista do sentido geral da missão. É a compreensão do padroeiro a construir a catedral e não apenas uma parede. É sentir que apoiando está também participando do objetivo principal. É compartilhar nas horas de luta e renunciar nas de vitória. É o apontado nos fracassos e o esquecido nos sucessos. Difícil missão essa que é preciso participar do esforço para um êxito que será de outros. Mas por ser tudo isso é que se torna grande e enobrece, e engrandece aqueles que a vivem em sua plenitude, porque o que conta são aquelas que nós contamos. O que conta é a voz da consciência. É saber que participou. Que ajudou. Que cumpriu com o dever. O que conta é a verdade da vitória que também nos pertence.

 

EMBLEMA DA DIRETORIA DE INTENDÊNCIA DA AERONÁUTICA

Escudo Português, com o Chefe em blau (azul cerúleo), tendo, à destra, o Símbolo da Força Aérea Brasileira em jalne (amarelo) e, à sinistra, a sigla da Organização (DIRINT) em prata (branco).

Campo em sanguinho, partido em contrabanda, em blau (azul cerúleo). Abaixo e à destra do Chefe, encontram-se três estrelas em prata (branco) representativas do posto de Major-Brigadeiro, Diretor da Organização. Sobrepõe-se, à contrabanda, uma folha de acanto em jalne (amarelo), planta decorativa, originária da Grécia e da Itália, simbolizando o serviço de Intendência, o qual é responsável pelas atividades sistemáticas de orçamentação e pagamento do pessoal, subsistência, provisões, fardamento reembolsável e aos encargos ligados à assistência social, jurídica, recreativa, econômica, e financeira, de interesse do pessoal militar e civil do Comando da Aeronáutica e de seus dependentes.

Contorna o escudo um filete em prata (branco).

 

 

 

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