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Página inicial > Slideshow > CIMAER participa de palestra promovida pelo IPA sobre Prevenção do Suicídio

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No dia 9 de agosto de 2023, no Auditório do 1° Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1°GCC), reuniram-se os efetivos do CIMAER e do 1°GCC, para assistirem à palestra sobre Prevenção do Suicídio, conduzida pela 1° Tenente QOCon PSE Gabriela Cristina de Souza e Souza da Divisão de Prevenção Psicológica (DPREP) do Instituto de Psicologia da Aeronáutica (IPA).

A referida palestra faz parte do Módulo I do Ciclo de Palestras sobre o Programa de Valorização da Vida (PVV), conforme previsto na NSCA 38-17/2020, e ocorreu na modalidade virtual, com a presença de 15 OMs de diferentes regiões do Território Nacional, com o propósito de transpor dificuldades logísticas de deslocamento dos militares do IPA e, assim, alcançar um maior número de ouvintes do efetivo da Força Aérea Brasileira.

Na oportunidade, junto aos efetivos do CIMAER e do 1° GCC, participaram, presencialmente, a Senhora Ibla Bastos, Consultora em Serviço Social e a 1° Tenente QOCon PSC Renata Pimentel Verzoni, ambas da Divisão de Assistência Integrada (DAIN) do Subdepartamento de Administração (SDAD) do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), exercendo a função de multiplicadoras.

A palestra iniciou às 9 h 20 min, horário local, com a presença do Comandante do CIMAER, Coronel Especialista em Meteorologia José Messias Rocha Mendonça e do Major Especialista em Comunicações Wagner Walter de Souza Fialho, representando o Comandante do 1°GCC, Tenente-Coronel Aviador Tomaz Lopes de Araujo. 

Foi realizada, inicialmente, uma contextualização sobre o PVV e seus respectivos módulos, os quais englobam: a Prevenção, o Processamento de Dados Estatísticos e a Posvenção (cuidado com os sobreviventes). Na sequência, a Primeiro-Tenente Gabriela Souza comentou sobre ações preventivas, ressaltando que no site do IPA o usuário pode ter acesso às ações em curso, ao Guia de Orientação aos Comandantes e às Cartilhas de Gestão do Estresse para os Comandantes, militares e familiares. Nesse ensejo, ainda fez questão de comentar sobre a necessidade do preenchimento do Formulário de Notificação de Tentativa ou Morte por Suicídio (FNTMS), também disponível na página do IPA.

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Na sequência, comentou sobre a importância de se investir na saúde mental, buscando com que as diferentes áreas da vida (trabalho, espiritual, saúde, relacionamentos, lazer, finanças, família e intelectual) possam estar em harmonia e equilibradas.

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A etimologia da palavra SUICÍDIO também foi apresentada. Originário do Latim sui (de si) e caedes (crime), pode ser traduzida literalmente como um crime contra si mesmo. Há também uma outra definição, na qual expressa ser um ato definitivo para um problema temporário. Porém, com o passar dos tempos e com a diversidade cultural que existe, há diferentes perspectivas quando o objeto de estudo é o suicídio.

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Você sabia?

A Primeiro-Tenente Gabriela Souza dedicou boa parte da sua palestra para apresentar dados estatísticos atuais em torno dessa temática. Dentre eles, alguns mais relevantes são apresentados abaixo:

- mais de 800 mil pessoas morrem, por ano, devido ao suicídio no mundo;

- o número de tentativas de suicídio chega a ser 30 a 40 vezes maior que o número de mortes;

- Em cada 100 mortes, 1 tem por causa o suicídio;

- Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio é a quarta maior causa de morte;

- O Brasil é o oitavo país em número de suicídios, registrando, em média, 11 mil casos por ano, o que significa 31 mortes por dia;

- a cada 40 segundos, um suicídio ocorre no mundo;

- a cada 3 segundos, uma tentativa de suicídio ocorre no mundo;

- das tentativas de suicídio que ocorrem no Brasil, 67,55% são de mulheres; e

- das mortes por suicídio no Brasil, 80,47% são de homens.

Após a exposição dos dados, a palestrante elencou alguns fatores predisponentes, relacionados ao suicídio, dentre eles: tentativa prévia de suicídio, histórico familiar, uso de álcool, isolamento social, acometimento de doenças incapacitantes e distúrbios do sono.

A Psicóloga também definiu fatores precipitantes e os elencou, dentre eles: desilusão amorosa, conflitos relacionais, declínio financeiro, perda do emprego, desonra, embriaguez, perdas de entes queridos e fácil acesso a meios letais.

Ainda nessa perspectiva, comentou sobre os fatores de proteção, ou seja, aqueles que contribuem para um afastamento de uma tentativa de suicídio, dentre eles: flexibilidade cognitiva, disposição para buscar ajuda, habilidade para se comunicar, capacidade para avaliar a realidade, adesão a valores éticos e espirituais, acesso a serviços de saúde mental, relacionamentos saudáveis, práticas coletivas, apoio da família, resiliência e inteligência emocional.

A palestrante também buscou relacionar a temática com o contexto militar. Nesse momento, elencou fatores que se encontram em uma categoria intitulada como "zona vermelha" e a outra intitulada de "zona verde". Para os que se encontram na zona vermelha, citou: a figura do herói, a sujeição à hierarquia, a mobilidade geográfica, disponibilidade permanente, pouco reconhecimento, atividades que envolvem risco de vida e acesso a meio letal. Como fatores que compreendem a "zona verde", citou: práticas esportivas, estabilidade financeira, acesso a serviços de saúde, possibilidade de ascensão profissional e sensação de pertencimento.

Foi comentado também sobre crenças errôneas do tipo: "se eu falar de suicídio, eu posso dar a ideia de suicídio à pessoa.", "após uma pessoa tentar cometer suicídio, nunca mais voltará a tentar.", "As pessoas que falam que vão se matar estão apenas querendo chamar a atenção." e "o suicídio só acontece com certos tipos de pessoas e nunca conosco."

Em seguida, citou algumas características que podem ajudar na identificação de pessoas que apresentam risco suicida, como: isolamento social, uso excessivo de álcool, falar sobre sentir uma dor insuportável, tristeza constante, demonstração de raiva, oscilações comportamentais e mudanças marcantes nos hábitos de higiene. A palestrante também comentou sobre ações efetivas de como ajudar pessoas com potencial suicida, elencando as principais:

- identificar possíveis meios letais no local onde a pessoa convive;

- realizar contato com familiares, amigos e pessoas mais próximas;

- informar-se acerca da existência de acompanhamento com profissionais da saúde;

- escutar com atenção a pessoa em estado de crise; e

- proporcionar acompanhamento na locomoção da pessoa até ao hospital. 

Nesse contexto, ressaltou o que NÃO se deve fazer ao se deparar com casos de pessoas com potencial suicida:

- comparação com outros casos;

- dar sermão;

- desafiar a pessoa a continuar em frente;

- jurar segredo;

- dar falsas garantias;

- fazer perguntas indiscretas;

- tratar de maneira que coloque a pessoa numa posição de inferioridade;

- interromper a fala da pessoa frequentemente;

- demonstrar estar chocado ou muito emocionado; e

- dizer que você está ocupado.

Antes de finalizar, a palestrante disponibilizou aos ouvintes o contato do Centro de Valorização da Vida (CVV), fundado há 55 anos, e que presta serviço voluntário, sigiloso, ininterrupto e gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio.

www.cvv.org.br ou ligar no 188

O encerramento da palestra sucedeu-se com a emblemática música de Gonzaguinha (O que é, o que é?) permitindo aos presentes refletirem sobre sua letra que retrata a vida como ela é e como vale a pena vivê-la.

Após o término da palestra da Primeiro-Tenente Gabriela Souza, as multiplicadoras do DECEA perguntaram se alguém teria alguma dúvida e se colocaram à disposição para ajudar no que for possível tanto após o término da reunião, quanto a qualquer tempo lá no DECEA.

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Ato contínuo, o Comandante do CIMAER fez questão de agradecer às multiplicadoras pelo zelo e atenção com os efetivos presentes e reforçou a fala de um lutador de Artes Marciais Mistas (MMA) que sofreu a perda de um amigo por suicídio. “assim como aquele lutador disse, é melhor um amigo chorando nos ombros do que ter que ir ao seu velório no dia seguinte...”reforçou o Comandante do CIMAER.

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Aos guerreiros e às guerreiras integrantes do CIMAER que, diariamente, buscam equilibrarem-se emocionalmente diante das mudanças, em prol do fiel cumprimento da missão do Centro, sintam-se abraçados. Observem o companheira ou a companheiro do seu lado, ofereçam ajuda, escutem, sejam afáveis e esperançosos, pois “a vida devia ser bem melhor e será, mas isso não impede que eu repita, é bonita, é bonita e é bonita”. Na Ponta do Galeão, no Centro a integração, feita a previsão, no apoio à aviação, CIMAER, Brasil!

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Texto: Cap Esp Met Rangel

Revisão: 1S BMT Gerusa

Fotos: S1 Borges

Data: 10.08.2023                             

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