Na manhã do dia 13 de julho de 2023, na área frontal do Casarão Administrativo do CIMAER, foi realizado o descerramento do busto de Alberto Santos Dumont, tratando-se de uma homenagem aos 150 anos do Pai da Aviação, comemorado oficialmente no dia 20 de julho.
Em cumprimento às premissas previstas na ICA 902-2, a qual visa a estabelecer critérios e padrões para atender à homenagem permanente a Alberto Santos Dumont no Comando da Aeronáutica, o CIMAER inaugurou a escultura, feita de bronze, de parte da figura humana do consagrado inventor do avião, sendo considerada um bem cultural material móvel, de acordo com a mencionada Instrução.
A ocasião foi presidida pelo Comandante do CIMAER, Coronel Especialista em Meteorologia José Messias Rocha Mendonça, e contou com a presença dos seguintes militares da OM: o Chefe da Divisão de Operações, Tenente-Coronel Especialista em Meteorologia Claudio Fernandez Junior; o Chefe da Divisão de Administração, Tenente-Coronel Especialista em Meteorologia Creedence César Rios Ferreira; o Chefe da Divisão Técnica, Tenente-Coronel Especialista em Meteorologia Joabson Lira Cremes; e demais oficiais e graduados.
A Cerimônia Militar iniciou com o Comandante da Tropa, Tenente-Coronel Especialista em Meteorologia Marcelo Augusto Damaceno, apresentando o CIMAER em forma ao Comandante e solicitando autorização para dar início à Cerimônia Militar.
Após o hasteamento do Pavilhão Nacional, a Solenidade foi dedicada ao Sesquicentenário do "Pai da Aviação". Houve, na sequência, o descerramento do busto de Alberto Santos Dumont, localizado na entrada principal do Casarão Administrativo do CIMAER, sendo esse ato uma forma que o Centro encontrou para homenagear uma das maiores personalidades brasileiras de todos os tempos.
Na oportunidade, o Comandante convidou o graduado mais moderno presente, o Terceiro-Sargento Técnico em Elétrica Rafael Lima Pinto, para descerrar o busto, simbolizando assim uma homenagem do Centro àquele que foi responsável por uma das maiores invenções da humanidade, demonstrando admiráveis exemplos de persistência e fé na missão.
Convidado a realizar, oficialmente, o descerramento do busto em tributo a Alberto Santos Dumont, o Comandante do Centro expressou tratar-se de um feito de valoroso significado para o CIMAER enquanto uma Organização Militar pertencente à Força Aérea Brasileira (FAB), sobretudo, por honrar a memória e a contribuição do Patrono da Aeronáutica para a aviação brasileira. Nesse contexto, o Coronel Messias destacou a importância de Santos Dumont para o desenvolvimento de engenhos que transformaram a história da aviação, elucidando a honra do Centro ao estrear o finco da imagem de um brasileiro que transformou a humanidade e criou uma das mais relevantes invenções do século XX.
A Cerimônia Militar terminou após o comando de “fora de forma”, momento em que o efetivo entoou o grito de guerra do Centro reverenciando o Pai da Aviação e o Patrono da Aeronáutica Brasileira.
Um pouco de história.
O mês de julho é representativo para a FAB, pois há 150 anos nascia, no dia 20 de julho de 1873, o inventor do avião, Alberto Santos Dumont, no estado de Minas Gerais. Sua infância foi na Fazenda Cabangu, em Palmira-MG, onde se familiarizou com as máquinas de preparo dos grãos de café e com as locomotivas, que facilitavam o transporte da produção, uma inovação que foi introduzida pelo seu pai, Henrique Dumont.
Alberto Dumont cresceu em uma atmosfera de boa condição financeira, tendo oportunidades e experiências para uma ampla visão global, bem como um domínio fluente de espanhol, francês e inglês, consequência das viagens que realizava com a família pela América Latina e pela Europa.
Entre 1898 e 1910, morou em Paris, época em que a Europa vivia uma ebulição nas áreas cultural e científica. Lá, comprou seu próprio automóvel, sendo um dos primeiros a possuir um veículo movido à gasolina, e foi onde teve a oportunidade de construir suas próprias aeronaves. O brasileiro impressionou a França ao construir e pilotar vários balões dirigíveis.
Alberto Santos Dumont dedicou sua vida à aviação. Foi o primeiro aeronauta a alcançar a dirigibilidade dos balões e a voar num aparelho mais pesado que o ar com propulsão própria. Dumont ficou conhecido em todo o mundo e ganhou vários prêmios pela construção de seus dirigíveis. Sua fama fez dele uma espécie de celebridade e os parisienses o chamavam de “le petit Santos”, que pode ser traduzido como "pequeno Santos".
Quando construiu o dirigível nº 9, o Balladeuse, ele o deixava exposto em frente ao seu apartamento, na esquina da Rua Washington com a tradicional Avenida dos Champs Elysées, e todos passavam para aplaudir. Santos Dumont fazia questão de experimentar seus inventos, pois temia arriscar a vida de outras pessoas. Um dos acidentes mais graves e conhecidos aconteceu em 1901, com o dirigível nº 5, quando o Hotel Trocadero amorteceu a queda, ficando Dumont pendurado na cesta do dirigível. Com a ajuda de bombeiros, ele escapou sem ferimentos. Depois de 22 dias, no entanto, construiu um novo dirigível, o nº 6, e, depois de realizar testes e sofrer novos acidentes, conseguiu, em 19 de outubro de 1901, realizar o voo em torno da Torre Eiffel, momento em que recebeu o Prêmio Deutsch. Com esse feito, Santos Dumont provou que o homem podia controlar o seu deslocamento pelos ares, tornando-se o primeiro aviador brasileiro a conseguir confirmar a dirigibilidade dos balões.
O desenvolvimento e a construção de balões seguiam e, em 1905, ele conseguiu terminar seu primeiro projeto para uma aeronave de asa fixa, juntamente com outro projeto para um helicóptero. O “14 BIS”, com capacidade de um tripulante, o mais célebre avião de Santos Dumont, efetuou dois voos. No primeiro, em 23 de outubro de 1906, voou no Campo de Bagatelle, em Paris, por pouco mais de 60 metros de distância, a três metros de altura. Essa data marcou a história da aviação de tal forma que, anualmente, é nela que se comemora o Dia do Aviador da FAB.
Com isso, Santos Dumont ganhou a “Coupe d’Archdeacon” no primeiro voo controlado oficialmente com um aparelho mais pesado do que o ar. No segundo voo do 14 BIS, em 12 de novembro de 1906, também em Bagatelle, o brasileiro conseguiu voar 220 metros.
Seu trabalho no campo da Aeronáutica é expressivo, sendo o inventor do primeiro motor a explosão útil na aerostação e do motor de cilindros opostos, além de ter incentivado a criação de outros objetos, como o relógio de pulso, já que existia a necessidade de medir os intervalos de tempo de voo. Em 1910, Dumont encerrou sua carreira e passou a supervisionar as indústrias aeronáuticas que surgiram na Europa, entretanto, por motivos de saúde, voltou ao Brasil.
Alberto Santos Dumont faleceu aos 59 anos, no Guarujá-SP, no dia 23 de julho de 1932 e não deixou descendentes. Seu corpo foi sepultado no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro, em 21 de dezembro daquele ano. O monumento é composto por um pedestal em pedra e uma escultura em bronze, de aproximadamente três metros, da figura mitológica Ícaro, que simboliza o sonho de voar.
Atualmente, o coração do Pai da Aviação está em exposição no Museu Aeroespacial da FAB (MUSAL), no Campo dos Afonsos-RJ (foi para Brasília recentemente, mas tudo indica que retornará ao MUSAL). A última residência em que Santos Dumont morou está localizada na histórica cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro. Batizada de "A Encantada", a casa, que fica na chamada "Rua do Encanto", foi desenhada pelo próprio Dumont e construída, em 1918, pelo engenheiro Eduardo Pederneiras, segundo informações repercutidas pelo portal Museus do Rio.
O Pai da Aviação foi inscrito, em 1947, na patente de Tenente-Brigadeiro e promovido ao posto honorário de Marechal do Ar em 22 de setembro de 1955. Além disso, está listado permanentemente no Almanaque de Heróis do Ministério da Aeronáutica.
Vale ressaltar que a Medalha Mérito Santos-Dumont foi instituída na Aeronáutica no ano de 1956, em homenagem ao espírito dessa imortal personalidade brasileira, tratando-se de uma distinção concedida a militares da FAB que se destacam no exercício de sua profissão; a militares das Forças Armadas nacionais e estrangeiras que se tenham tornado credores de homenagens especiais; e aos cidadãos brasileiros e estrangeiros que tenham prestado notáveis serviços à Aeronáutica.
O CIMAER sente-se honrado por concretizar tal prestígio ao exemplar brasileiro que foi capaz de inspirar inovadores do mundo inteiro e que engrandeceu, consideravelmente, o desenvolvimento da aviação. Alberto Santos Dumont deixou um legado de invenções e descobertas que transformaram ad aeternum as nossas vidas e poder contemplar a imagem dessa histórica personalidade, certamente, resulta eminentes sentimentos de integridade e honradez para todo o efetivo deste Centro. Na Ponta do Galeão, no Centro a integração, feita a previsão, no apoio à aviação. CIMAER, Brasil!
Texto: 2S BMT Espíndola
Revisão do texto: Cap Esp Met Rangel
Fotografia: 2S BMT Thalita Borgatti e S1 Borges
Redes Sociais