A partir de agosto de 2020, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), por meio do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), está disponibilizando no Portal Operacional do CGNA [ http://portal.cgna.gov.br/] (aba RECURSOS), o Relatório Comparativo de Tráfego Aéreo, documento que apresenta dados estatísticos das operações aéreas realizadas nos principais aeródromos brasileiros, por meio de uma análise comparativa entre os mesmos períodos de 2020 e de 2019.
Plano de Retomada
Em março de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou que a COVID-19 atingiu o status de pandemia, o que levou diversos países a fecharem suas fronteiras, acarretando severas medidas restritivas à indústria de transporte aéreo.
Considerando o caráter transitório do atual cenário, o CGNA desenvolveu um plano de ação visando equilibrar a capacidade do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) à demanda da aviação. O Plano de Operações – Retomada COVID-19 foi desenvolvido de maneira colaborativa com os stakeholders do SISCEAB, sob as circunstâncias excepcionais da pandemia COVID-19.
Entre as ações coordenadas no fórum do Plano de Operações – Retomada COVID-19, destacam-se, entre outras, a criação das Rotas Opcionais (elaboradas em atendimento às necessidades dos usuários e com a anuência dos órgãos ATC), visando a redução de distâncias e a economia de combustível das empresas aéreas, bem como a aplicação do conceito de Rotas Diretas nas Regiões de Informação de Voo (FIR) Amazônica e Recife e o desenvolvimento de Rotas Táticas, que incluem encurtamentos de trajetórias de subida (aeronaves decolando) e de descida (aeronaves chegando). Enquanto as Rotas Opcionais e Rotas Diretas permitem a redução do combustível já no preenchimento do plano de voo, as Rotas Táticas são autorizadas após análise dos controladores, no momento do voo.
Iniciativa viabiliza redução de cerca de 2 mil toneladas de combustível
Em levantamento preliminar apresentado pelas principais empresas aéreas nacionais, houve considerável redução no consumo de combustível - da ordem de 2.236 toneladas, até julho -decorrente das ações realizadas no âmbito do Plano de Operações – Retomada COVID-19, conforme pode ser observado no gráfico abaixo.
Relatório Comparativo de Tráfego Aéreo
Nesse contexto, por conta da pandemia em 2020, o CGNA desenvolveu o Relatório Comparativo de Tráfego Aéreo, documento que contém dados estatísticos que viabilizam à indústria, prestadores de serviço, usuários e demais stakeholders do SISCEAB, a evolução das operações aéreas nos principais aeródromos do país, no contexto da pandemia.
No documento, os gráficos têm por objetivo viabilizar ao leitor uma noção precisa do comportamento do tráfego aéreo como um todo, nos principais aeródromos brasileiros. A intenção é que eles possam servir de suporte à decisão nos mais variados níveis da comunidade aeronáutica.
Sua análise permite, por exemplo, observar que, em 2020, o mês com menor movimento de tráfego aéreo no Brasil foi abril, que totalizou 36.602 movimentos. Isso representou uma redução de 76,8% nas operações aéreas, em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Entretanto, verifica-se uma significativa tendência de aumento no número de movimentos a partir de julho, quando a variação relacionada ao mesmo período de 2019 diminuiu para - 60,6% (67.169 movimentos). A expectativa é que o volume de tráfego aéreo continue aumentando. Para agosto, a previsão é de cerca de 86.000 movimentos.
As aviações comercial e geral também apresentaram os menores movimentos totais em abril, com 10.873 e 14.041 de movimentos respectivamente. Espera-se que a aviação comercial aumente em 33,8% o seu total em agosto, comparado ao mês anterior.
Nos gráficos dos movimentos semanais, observa-se a recuperação com variações cada vez menores, quando relacionadas ao mesmo período do ano anterior. Já nas médias móveis, percebe-se um padrão no comportamento dos movimentos. O estudo apresenta médias que consideram o comportamento da demanda nos últimos sete dias. Nelas, é possível verificar que, desde 10 de julho de 2020, as operações seguem em comportamento crescente, tendo ocorrido 1.995 movimentos no primeiro dia de agosto e atingido 2.521 em 9 de agosto.
Com relação aos principais aeródromos brasileiros, no mês de julho observa-se que os de Foz do Iguaçu (SBFI) e Confins (SBCF) tiveram as maiores variações, comparados ao mesmo período de 2019, com quedas de movimentos de 90% e 83%, respectivamente. Em contrapartida, os aeródromos de Belém (SBBE) e Eduardo Gomes em Manaus (SBEG) tiveram as menores variações no mesmo período, com - 40% e - 41%, respectivamente.
A cada semana, uma nova edição do relatório será disponibilizada no Portal Operacional do CGNA. Ao viabilizar o provimento desta importante fonte de dados, a organização busca intensificar, ainda mais, sua colaboração com a evolução segura, eficaz e sustentável da circulação aérea, sobretudo, no contexto desafiador do atual momento pelo qual passamos.
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