A competição reuniu academias de formação de oficiais militares e celebrou os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial.
Redação: Ten Chayanne
Edição: Ten Chayanne
Fotos: CB Mariscal e S2 Adher
28/04/2025
Na última quinta-feira (24/04), a Academia da Força Aérea (AFA), sediada em Pirassununga/SP, concluiu mais uma edição da Olimpíada de História Militar e Aeronáutica (OHMA). Com o tema “O Retorno dos Heróis”, o evento homenageou os 80 anos do término da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e prestou tributo aos bravos pilotos do 1º Grupo de Aviação de Caça (1º GAVCA), que atuaram no front italiano.
Durante dois dias de competição, a OHMA reuniu 64 Cadetes e Aspirantes das instituições de formação de oficiais da AFA, da Escola Naval (EN), da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e da Academia de Polícia Militar do Barro Branco (APMBB).
Na cerimônia de abertura, realizada na quarta-feira (23/04), o Comandante da AFA, Brigadeiro do Ar Eric Breviglieri, destacou a importância do estudo da história militar como ferramenta essencial para analisar estratégias dos teatros de operações do passado e extrair lições valiosas para os desafios do futuro.
A competição foi estruturada em quatro fases: uma prova objetiva eliminatória com 60 questões; um quiz escrito de 24 questões para as equipes classificadas; apresentações temáticas para as finalistas; e um quiz oral de 33 questões, que exigiu amplo conhecimento sobre História Naval, Militar Terrestre e Aeronáutica, da Antiguidade à Era Contemporânea.
De acordo, com o idealizador do projeto Coronel Claudio Passos Calaza, Instrutor de História Militar na Academia, “o evento não apenas testou o conhecimento dos cadetes sobre história militar, mas também reforçou a importância de honrar a memória dos heróis da FAB. Todas as equipes de cadetes da AFA foram batizadas com os nomes de pilotos lendários do 1º GAVCA: Nero Moura, Fortunato Câmara, Rui Moreira Lima, Raymundo Canário, Danilo Moura, Alberto Torres, Joel Miranda e Luiz Lopes Dornelles. Esses aviadores escreveram páginas de coragem na história da aviação de caça brasileira, enfrentando desafios extremos em missões sobre a Europa ocupada”.
Um dos momentos mais emocionantes foi a palestra de abertura, ministrada pelo engenheiro Luis Gustavo Gabriel, filho de veterano do 1º GAVCA e mantenedor do site Sentando a Pua, que apresentou a trajetória dos heróis brasileiros na Campanha da Itália.
Entre as novidades desta edição, foi destaque a exposição de uniformes históricos da Força Aérea Brasileira e do Jipe Ford GPW 1942, veículo utilizado pelo 1º GAVCA durante a campanha na Itália a serviço do Exército Brasileiro. O exemplar, restaurado nas cores da FAB pelo professor Marco Cesar Spinosa, homenageia as missões de resgate lideradas pelo piloto Alberto Martins Torres, recordista de missões de combate da aviação de caça brasileira.
A importância da OHMA foi ressaltada pelas autoridades presentes. O Capitão-Tenente Vagner Rigola, Mestre em História Marítima e Pesquisador da Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha, afirmou: “Este evento detém enorme relevância, pois permite aos participantes desenvolverem espírito de equipe, interagirem com membros de outras instituições e aprofundarem os conhecimentos sobre história militar — atributos fundamentais para a formação dos futuros oficiais.”
Já a 2º Tenente QOCON HIS Andréia Elizabeth Bohn Lüder, Adjunta da seção de estudos e pesquisa historiográfica do Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica (INCAER), enfatizou que o projeto transcende o intercâmbio entre as forças, fortalecendo o patriotismo “a importância das Olimpíadas de História Militar e Aeronáutica vai além de promover uma competição saudável entre as escolas: elas incentivam a troca de conhecimentos sobre as diferentes trajetórias das Forças Armadas, promovendo maior interação entre os cadetes e fortalecendo o vínculo com a história nacional”.
Na emocionante final, decidida apenas na última questão — que abordou a atuação do Brigadeiro Eduardo Gomes e a desmobilização das forças americanas na Base Aérea de Natal —, a equipe Tenente Lima Mendes (AFA), formada pelos Cadetes Bortolussi, Gregores, Somensi e Vitor Rocha, conquistou a medalha de ouro. A equipe Tenente Torres (AFA) ficou com a prata, enquanto a equipe Duque de Caxias (AMAN) levou o bronze.
A 11ª edição da OHMA reafirmou o compromisso da AFA com a preservação da memória militar brasileira e com a formação de líderes conscientes da história e dos valores que moldaram as Forças Armadas.
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