A dengue é uma doença infecciosa febril aguda causada pelo vírus do gênero Flavivírus.
No Brasil, a doença é transmitida pelas fêmeas do mosquito Aedes aegypti, sendo considerada uma arbovirose (assim como zika, chikungunya, febre amarela). Existem 4 sorotipos do vírus da dengue – DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Após desenvolver a doença, a imunidade é permanente apenas para o sorotipo responsável pela infecção e a imunidade cruzada (para outro sorotipo) é apenas temporária. No Brasil, a doença tende a ter ciclos endêmicos e epidêmicos, ocorrendo uma nova epidemia a cada 4 a 5 anos.
A melhor forma de prevenção da dengue é evitar a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, eliminando locais com água armazenada (vasos de plantas, pneus, garrafas) que podem se tornar possíveis criadouros no nosso domicílio e peridomicílio. O uso de roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia e o uso de repelentes também é eficaz .
A infecção pode acometer todas as idades e seu período de incubação (período entre a picada pelo mosquito infectado até a apresentação de sintomas) é de 3 a 15 dias, sendo, em média de 5 a 6 dias. A evolução clínica da dengue pode variar entre poucos sintomas até casos mais graves, com sinais de alarme. Idosos (>65 anos), crianças (<2 anos), gestantes e pessoas com outras comorbidades (hipertensão arterial, doenças cardiovasculares graves, diabetes mellitus, DPOC, doenças hematológicas crônicas - principalmente anemia falciforme e púrpuras, doença renal crônica, hepatopatias e doenças auto-imunes) são classificados como grupos de risco para os casos mais graves. Com o objetivo de evitar o agravamento e óbito, é essencial que seja feito diagnóstico precoce e manejo adequado e reconhecimento de sinais de gravidade.
Deve se suspeitar de dengue quando uma pessoa apresenta febre (geralmente alta: 39-40°C), com 2 a 7 dias de evolução, e apresente duas ou mais das seguintes manifestações:
- - Náusea, vómitos, diarreia (não volumosa);
- - Exantema (presente em 50% dos casos);
- - Mialgias, artralgia;
- - Cefaleia, dor retroorbital;
- - Petéquias ou prova do laço positiva;
- - Leucopenia
Também pode ser considerado caso suspeito toda criança proveniente ou residente em área com transmissão de dengue, com quadro febril agudo, usualmente entre 2 a 7 dias, sem foco de infecção aparente. Em menores de 2 anos de idade, os sinais e sintomas de dor podem se manifestar por choro persistente, adinamia e irritabilidade.
Sangramento de mucosas e manifestações hemorrágicas (epistaxe, gengivorragia, metrorragia, hematúria, entre outras) e a queda abrupta de plaquetas podem ser observadas em todas as apresentações clínicas de dengue, devendo, quando presentes, alertar o médico para o risco de evolução para as formas graves da doença, que tendem a ocorrer entre o quarto e o sétimo dia da doença, quando a febre desaparece e surgem os sinais de alarme. A presença desses sinais indica a necessidade de hospitalização.
São considerados sinais de alarme:
- - Dor abdominal intensa e contínua, ou dor a palpação do abdome;
- - Vômitos persistentes;
- - Acúmulo de líquidos (ascites, derrame pleural, pericárdico);
- - Sangramento de mucosas;
- - Letargia ou irritabilidade;
- - Hipotensão postural (lipotímia)
- - Hepatomegalia maior do que 2 cm;
- - Aumento progressivo do hematócrito
Não há um tratamento específico para dengue e seu manejo principal baseia-se na hidratação vigorosa e reconhecimento precoce dos sinais de alarme.
O HFAG e toda sua equipe multiprofissional estão preparados para atender os beneficiários com suspeita de dengue.
Todo caso suspeito de dengue deve ser notificado (é uma doença de notificação compulsória) pelo serviço que prestou o primeiro atendimento ao paciente.
Dengue: Diagnóstico e Manejo Clínico - Ministério da Saúde.
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