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Uma missão histórica pede um cenário de peso. Depois de quase 2.800 km voados, três paradas técnicas para reabastecimento e repouso dos pilotos e centenas de documentos apresentados e checados pelos órgãos oficiais internacionais, a Esquadrilha da Fumaça finalmente pousou em Santiago, no Chile. Mas a jornada, que começou na última terça-feira (29) e terminou nesta quinta (31), passou por um último desafio: a Cordilheira dos Andes.

 A maior cadeia de montanhas do mundo recebeu pela primeira vez as aeronaves A-29 Super Tucano do Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA), implantadas em 2015, e o C-130 Hércules, do Primeiro Grupo de Transporte de Tropa (1 GTT), aeronave de apoio da missão. Por cerca de 8 mil quilômetros com picos de mais de 6 mil metros de altura, as aeronaves brasileiras pintaram de verde e amarelo uma geografia dominada pelo branco dos picos nevados. Um dos pontos de destaque na travessia é o visual do Pico do Aconcágua, que atinge 6.962 metros de altitude e está coberto com camadas de neve.

“Para mim foi um prazer enorme fazer esse voo. Cruzar os Andes pela primeira vez, com a Esquadrilha da Fumaça, e no dia do meu aniversário. Estou vibrando. Cenário fantástico”, resumiu o Capitão Aviador Glauber Lage M. Claver Silva, o número #4.    

Os picos altos e irregulares da cordilheira representam mais um desafio para os aviadores e por isso exigem atenção redobrada. “Pelas características únicas da região, nossa preocupação maior está no planejamento bem feito. Temos que avaliar todas as possibilidades e definir quais seriam as possíveis reações. Realizamos, por exemplo, treinamentos de como realizaríamos as separações entre as aeronaves em caso de mal tempo”, explica o número #2, o Capitão Aviador Cléryson Wander Teixeira.

Segundo ele, a precisão do Super Tucano é fundamental para a navegação. “Com mais tecnologia e novos equipamentos, não só o conforto do piloto, mas a confiabilidade, a precisão da aeronave cresceu muito. É outro nível de desempenho”, conclui.

FIDAE
O maior evento de aviação, segurança e defesa do hemisfério sul, a FIDAE, segue até o próximo domingo (03) em Santiago. A Feira é palco da primeira demonstração internacional da Fumaça com os caças A-29 Super Tucano. A previsão é de que um voo sobre a capital chilena aconteça ainda nesta sexta (01) com os Halcones, grupo de demonstração do país, e que sejam realizadas duas demonstrações para o público, nos dias 02 e 03 de abril, com uma seqüência de manobras desenvolvidas exclusivamente para o Chile.

Com o fim das demonstrações no Chile, a Esquadrilha segue para Córdoba, na Argentina, onde realiza a última demonstração dessa temporada fora do Brasil.

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