A rápida detecção e localização de um acidente aeronáutico, ou desastre marítimo é de fundamental importância para as equipes de busca e salvamento (SAR) e para os potenciais sobreviventes. Estudos demonstram que os sobreviventes iniciais de um acidente aeronáutico têm menos de 10% de chances de sobrevivência se o resgate demorar mais de 2 dias. A taxa de sobrevivência sobe para 60% se o salvamento puder ser realizado dentro de oito horas.
Urgência similar aplica-se nas situações de desastre marítimo, particularmente quando há feridos. Além disso, conhecer a posição exata do acidente reduz significativamente os custos da missão SAR e diminui a exposição de equipes de salvamento às circunstâncias perigosas, o que melhora sua eficiência.
Em vista disto, Canadá, França, Rússia e EUA estabeleceram o sistema de satélites COSPAS-SARSAT a fim de reduzir o tempo requerido para detectar e localizar, em âmbito mundial, incidentes SAR.
SISTEMA LEOSAR
O sistema LEOSAR é constituído de satélites COSPAS (russos) e SARSAT (americanos).
Os satélites do sistema completam uma órbita ao redor da terra por cerca de 100 minutos, a uma velocidade de 7 km/s. Cada satélite visualiza uma área na superfície da terra de aproximados 4000 km de diâmetro. Visto de um ponto da terra, leva aproximadamente 15 minutos para cruzar de um horizonte ao outro.
O sistema LEOSAR calcula a localização da baliza utilizando o efeito Doppler. O processamento da localização da baliza é baseado na variação de frequência “ouvida” pelo satélite decorrente da velocidade relativa existente entre o satélite e a baliza. Ao monitorar a variação de frequência e conhecendo a exata posição do satélite, A LUT é capaz de calcular a localização da baliza
SISTEMA GEOSAR
Em 1998 o Sistema COSPAS-SARSAT incorporou satélites GEOSAR para complementar o serviço já fornecido pelos satélites LEOSAR. O Sistema GEOSAR consiste de repetidores de 406 MHz instalados em satélites geoestacionários e estações em Terra chamadas GEOLUT que processam os sinais transmitidos pelos satélites.
Os satélites geoestacionários orbitam a terra a uma altitude de 36.000Km completando uma órbita em 24 horas, aparentado assimestarem fixos sobre um ponto da superfície da terra situado a 0° de latitude (linha do equador).
Cada satélite geoestacionário pode prover cobertura GEOSAR de um terço da superfície terrestre (com exceção dos pólos). Um sistema com três satélites igualmente espaçados em longitude oferece cobertura global continua entre as latitudes 70° N e 70° S.
Uma vez que os satélites do sistema GEOSAR permanecem fixos em relação à Terra, não há efeito Doppler associado a recepção da frequência, não havendo possibilidade de usar técnica de posicionamento baseada no Efeito Dopller. Todavia a localização da baliza poderá ser transmitida pela mensagem digital da baliza. Muitos modelos de balizas 406 MHz incorporam um receptor de navegação por satélite (GPS) que determinam sua posição e transmitem esta informação na mensagem digital gerada pela baliza.
SISTEMA MEOSAR
O Sistema COSPAS-SARSAT, em operação desde 1982, foi inicialmente baseado numa constelação de quatro satélites de órbitas baixas (LEO) que transportavam instrumentos SAR 121.5 MHz e 406 MHz. Na década de 90 foi incorporado ao sistema instrumentos SAR em satélites geoestacionários (GEO). De modo geral o sistema COSPAS-SARSAT funciona muito bem, todavia os sistemas LEOSAR e GEOSAR possuem limitações inerentes, incluindo o tempo de atraso dos satélites LEO e a cobertura limitada em regiões polares dos satélites GEO.
Para minimizar as limitações do sistema LEOSAR e GEOSAR foi proposto o desenvolvimento de um novo sistema: o sistema MEOSAR. O MEOSAR surgiu de entendimentos entre os países da União Européia, EUA e Rússia no sentido de incluir instrumentos SAR nos sistemas de navegação global (GNSS), estando os instrumentos SAR assim nomeados: DASS (GPS) Distress Alerting Satellite System, SAR/Glonass e SAR/Galileo.
Os satélites do Sistema MEOSAR estarão a cerca de 20.000 km de distância da terra. Cada constelação de satélites poderá ser formada por 20 ou 30 satélites que estarão em contínuo movimento no céu, fornecendo cobertura global, incluindo os pólos.
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