Academia da Força Aérea

A Força Aérea Brasileira, criada em 1941, sempre teve uma grande fonte de inspiração na figura e nos feitos do brasileiro Santos Dumont, como o Dirigível Nº 06 e o 14 Bis, que revolucionaram a história da aviação. Diante disso, por meio da Lei nº 165, de 5/12/1947, foi conferido a ele, em caráter permanente, o posto de Tenente Brigadeiro do Ar.

Pela Lei nº 218, de 4 de julho de 1936, o Presidente da República instituiu o Dia do Aviador, a ser comemorado todos os anos, no dia 23 de outubro, como exaltação da glória de Santos Dumont, ao realizar o seu primeiro voo oficial em 1906, no 14 Bis, um aparelho mais pesado que o ar.

Em 5 de setembro de 1956, o Governo Brasileiro criou, por Decreto nº 39.905, a Medalha Mérito Santos Dumont com a qual, anualmente, são agraciados militares da Força Aérea Brasileira que se distinguem, e personalidades civis e militares selecionadas pelo Ministério da Aeronáutica.

Além disso, quando foi restabelecido o posto de Marechal nas Forças Armadas Brasileiras, o Governo, pela Lei nº 3.636 de 22/09/1959, concedeu a Alberto Santos Dumont o posto honorífico de Marechal do Ar, mantendo o seu nome na lista de oficiais aviadores do Almanaque do Ministério da Aeronáutica.

Finalmente, pela Lei nº 5.716, de 19/10/1971, setenta anos depois da data da conquista do prêmio da dirigibilidade dos balões, o Mar Ar Alberto Santos Dumont foi proclamado Patrono da Força Aérea Brasileira, indo ocupar o seu lugar na galeria dos grandes heróis nacionais onde já se encontravam Caxias, Patrono do Exército Brasileiro.

Entretanto, foi revogado pela Lei nº 7.243 de 06/11/1984, na qual proclamou o Marechal do Ar Alberto Santos Dumont, Patrono da Aeronáutica Brasileira, e transferiu o título de Patrono da Força Aérea Brasileira para o Marechal do Ar Eduardo Gomes, além de criar a Medalha Eduardo Gomes.

Como forma de manter essa memória, o coração de Santos Dumont, contido em estojo de ouro, ficou sob a guarda da Academia da Força Aérea Brasileira, em Pirassununga/SP, onde são formadas as gerações de aviadores militares brasileiros até fevereiro de 1990. A partir de então o mesmo foi transferido juntamente com o coração do Mar Ar Eduardo Gomes para o Museu Aeroespacial (MUSAL), no Campo dos Afonsos/RJ, local no qual permanecem até o momento.

À época tal mudança aconteceu a partir do entendimento entre o Ten Brig Deoclécio Lima de Siqueira, Diretor do INCAER e o Maj Brig Lair da Silva Andrade, Diretor do DEPENS naquele período, de que as relíquias históricas da Aeronáutica deveriam se centralizar no MUSAL.

Portanto, a imagem de Santos Dumont continua inspirando a evolução nas atividades da Aeronáutica Brasileira, como seu maior entusiasta e Patrono. Logo, em cada avião que parte vai um pouco da sua alma, e em cada motor que ronca ressoa um pouco do seu coração!

^{_{Fonte: Lavenére-Wanderley, Nelson Freire Tenente-Brigadeiro R/R. História da Força Aérea Brasileira. Rio de Janeiro: 1975.}}