FRANÇA
Em 1º de outubro de 1972, chegou ao Brasil o primeiro Mirage III a bordo de um C-130 da FAB, e a última aeronave em maio de 1973. Todos os aviões foram montados nas oficinas do Esquadrão de Suprimento e Manutenção de Anápolis, por mecânicos da FAB e técnicos da Marcel Dassault-Breguet Aviation. A nova aeronave foi o primeiro jato supersônico da FAB e recebeu a designação F-103EBR para o monoposto e F-103DBR para o biposto. Em 27 de março de 1973, aconteceu o primeiro voo de um F-103 em céus brasileiros com o piloto de testes da Marcel Dassault-Breguet Aviation, Pierre Varraut no comando da aeronave. No entanto, a primeira aparição pública das novas aeronaves ocorreu alguns dias depois, no dia 6 de abril de 1973, próximo ao meio-dia, quando seis aeronaves F-103, quatro modelos E e dois modelos D, em um perfeito voo de grupo, surgiram nos céus de Brasília, inaugurando oficialmente a entrada do Brasil na era das aeronaves supersônicas. Em 1979, ocorreram importantes mudanças na sistemática de operação dos F-103 na FAB. Portanto, no dia 11 de abril de 1979, foi criado o 1º Grupo de Defesa Aérea (1º GDA) para a operação dos F-103 e oito dias depois foi extinta a 1ª Ala de Defesa Aérea (1ª ALADA) e criada a Base Aérea de Anápolis. Com o intuito de melhorar o desempenho e a capacidade de emprego da aeronave, em 1989, as aeronaves passaram por uma modernização no Parque de Material de São Paulo (PAMA-SP), que as dotou de canards, dando-lhes um novo visual e proporcionando a elevação de seu desempenho. Ao longo do seu período de operação na Força Aérea Brasileira, foram adquiridas outras 10 aeronaves do modelo E, todas provenientes da Força Aérea Francesa, assim distribuídas: quatro E em 1980, dois em 1988 e dois em 1989 e, finalmente, mais dois E em 1999. Todas as aeronaves que vieram repor perdas operacionais foram padronizadas com os modelos IIIDBR e IIIEBR, e receberam, inclusive, refinamentos aerodinâmicos provenientes da instalação do Canard. Assim, a Força Aérea Brasileira possuiu um total de 22 aeronaves Mirage IIIEBR que operaram com as suas cores. Em 1991, o F-103 4929 recebeu um dispositivo de reabastecimento em voo e chegou a realizar diversas transferências de combustível de reabastecedores KC-137 e KC-130. No entanto, em 1993, a modificação das demais aeronaves foi cancelada e o probe, retirado. Com o armamento ar-ar, os F-103 brasileiros, inicialmente, foram dotados do míssil MATRA R 530, francês, e, posteriormente, do Python 3 israelense e do brasileiro Mectron MAA-1 Piranha, além de 2 canhões DEFA de 30 mm integrados à aeronave. Durante sua primeira fase operacional, os Mirages também foram empregados nas tarefas ar-solo, haja visto serem os caças com a maior capacidade de transporte de armamento da FAB à época. Durante o seu período de operação no Brasil, os F-103 fizeram milhares de interceptações reais, porém, apenas duas em que poderiam agir como aeronave de defesa aérea. A primeira ocorreu em 9 de abril de 1982, durante a Guerra das Falklands/Malvinas quando um Ilyushin Il-62 cubano, que se dirigia à capital argentina, Buenos Aires, tentou cruzar nosso país sem a devida autorização. O qual foi interceptado por dois F-103E e obrigado a pousar no Aeroporto Internacional de Brasília para averiguações. A segunda vez foi durante o sequestro de um Boeing 737-300 da Vasp, cujo sequestrador pretendia lançar a aeronave sobre o Palácio do Planalto. Nesse caso, a aeronave fez apenas o acompanhamento discreto do 737-300, que realizou um pouso em Goiânia, onde encerrou o sequestro.
Fonte: Flores Jr., Jackson, Aeronaves Militares Brasileiras: 1916-2015. Rio de Janeiro: Action Editora, 2015.
FICHA TÉCNICA |
||
Fabricante | Avions Marcel Dassault/Breguet Aviation | |
Motor | Snecma ATAR-09C7/038 de 13.230 lb | |
Envergadura | 8,22 M | |
Comprimento | 15,03 M | |
Altura | 4,25 M | |
Peso Vazio | Peso Máx. | 7.050 Kg | 13.500 Kg | |
Velocidade Máx. | 1.268,90 Kt | 1,90 Ma [2.350 km/h] | |
Razão de Subida | 2.666 M/min | |
Teto Operacional | 75.459,31 Ft [23.000 M] | |
Alcance | 1.610 Km | |
Emprego | Caça | |
INFORMAÇÕES EXTRAS |
||
Período de Atividade | 1972 - 2005 | |
Designação | F-103E | |
Matrículas | 4910 a 4931 | |
Exemplares no Brasil | 22 exemplares | |
Armamento | 2 canhões DEFA de 30 mm Foguetes de 70 mm Até 1.360 kg de bombas Mísseis ar-ar |
|
Unidades Aéreas | 1º Grupo de Defesa Aérea Esquadrão Jaguar (1º GDA) 1º Ala de Defesa Aérea (1º ALADA) |
Redes Sociais