Em maio de 2020, o Instituto de Aplicações Operacionais entrega à Força Aérea uma solução operacional para aprimorar o preparo e o emprego de seus meios. Trata-se do módulo de planejamento de Missões Aéreas sob Ameaça Infravermelha Superfície-Ar (MAISA), um algoritmo computacional que avalia a probabilidade de uma aeronave ser detectada por mísseis infravermelhos superfície-ar.
Mísseis de superfície guiados por radiação infravermelha vêm se proliferando cada vez mais ao redor do globo, especialmente entre forças não governamentais. O tipo mais comum são os MANPADS (Man-Portable Air-Defense System), armamentos portáteis especialmente letais contra alvos à baixa altura, tais como helicópteros. Por existirem em grande quantidade e por serem facilmente transportados, tais armamentos impõem grande complexidade ao planejamento de uma missão aérea.
É neste contexto que surge o MAISA. Considerando a incerteza na posição e no equipamento operado pela ameaça, as caraterísticas das aeronaves amigas, possíveis desvios da rota planejada e as condições ambientais, a ferramenta é capaz de calcular a probabilidade de ser detectado pelas forças oponentes em diferentes posições, apresentando, assim, quais são as áreas de maior risco e qual a distância de segurança a ser mantida.
Para que os cálculos possam ser realizados com a devida precisão, é necessário dispor do envelope infravermelho da aeronave para a qual se deseja calcular a probabilidade de detecção. Assim, este projeto foi desenvolvido utilizando os dados colhidos na Avaliação Operacional do Envelope Infravermelho do H-36, em 2017, na Avaliação Operacional do Envelope Infravermelho do AH-2, em 2018, e num Trabalho de Conclusão do Curso de Especialização em Análise do Ambiente Eletromagnético (CEAAE) acerca do Envelope Infravermelho do H-60, trabalhos desenvolvidos ou orientados pelo IAOp, que mostram que a busca pela excelência operacional é um processo contínuo.
O MAISA foi consolidado em um Relatório de Pesquisa e Desenvolvimento (RPD) encaminhado ao COMPREP para apreciação. Espera-se que, futuramente, o algoritmo possa ser incorporado ao PMA II, software de planejamento de missões aéreas utilizado por todas as Unidades Aéreas da FAB.
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