Colégio Tenente Rêgo Barros

No dia 30 de julho de 1917, em Belém do Pará, nasceu Raymundo Nonato do Rêgo Barros. Filho de Raimundo Candido do Rêgo Barros e Dalila Pinheiro Barros, foi o primogênito de cinco filhos, sendo três mulheres e dois homens. Viveu na cidade de Belém até o ingresso na vida militar, seguindo o exemplo do pai, sendo condecorado Tenente Intendente do Exército Brasileiro.

Imagem 1: Raymundo Nonato do Rêgo Barros

Fonte: acervo da família Rêgo Barros.

No dia 09 de janeiro de 1935, Rêgo Barros foi matriculado no primeiro ano do Ensino Fundamental da Escola Militar do Exército, na Guarnição de Realengo, localizada na cidade do Rio de Janeiro. Ele escolheu cursar a Arma de Aviação no ano de 1936, tornando-se Aspirante a Oficial, em 22 de novembro de 1937. Concluiu o curso de Oficial Aviador, na mesma Instituição, no dia 30 de dezembro de 1938.

A Arma de Aviação do Exército Brasileiro, em meados do século XX  apresentava-se com baixa procura comparada às demais Armas (Infantaria, Artilharia, Engenharia e Intendência), pois os acidentes aéreos eram comuns devido à incipiência dos recursos tecnológicos voltados à segurança de voos, mesmo com a intensificação dos debates para a criação de uma pasta governamental específica que ficaria responsável pela Aviação Militar e Civil.

Imagem 2: Parte da turma de Aspirantes a oficial de Arma do Exército, Campo dos Afonsos (RJ).

Fonte: Acervo da família Rêgo Barros.

No dia 18 de janeiro de 1941, já como 2º Tenente Aviador Rêgo Barros, foi movimentado pelo Comando Superior das Forças Armadas para a 3ª Região Aérea, integrando o 7º Comando da Base Aérea, situado em Belém do Pará, retornando a sua cidade natal ainda sendo um militar do Exército Brasileiro.

No dia 20 de janeiro de 1941, Getúlio Vargas, então presidente do Brasil, criou o Ministério da Aeronáutica e a Força Aérea Brasileira, braço armado da nova pasta. Todos as estruturas, aérea, material e humana do Exército e da Marinha de Guerra, que atuavam na aviação, foram remanejadas e integrados à Aeronáutica.

Atuando já na Força Aérea Brasileira, Rêgo Barros tinha seus compromissos militares, administrativos e operacionais rotineiros, porém não se esquecia das ações sociais, ministrando instrução e alfabetizando cabos e soldados que se preparavam para provas de promoções militares e avaliações escolares.

Imagem 3: Raymundo Nonato do Rêgo Barros em sua fase adulta.

Fonte: acervo da família Rêgo Barros.

As ações do Tenente Rêgo Barros eram conhecidas e admiradas por seus pares e muitos superiores. Infelizmente, em um voo instrumental abordo de um hidroavião Comodore, em 10 de junho de 1941, ao amerissar no Rio Guamá, chocou-se violentamente com a água, arruinando a aeronave. Rêgo Barros não conseguiu resistir ao acidente e veio a falecer com mais cinco tripulantes.

O legado do Tenente Aviador foi materializado por meio do surgimento da Escolinha Rêgo Barros. Idealizada pelo seu colega de turma, o então 2º Tenente Aviador João Camarão Telles Ribeiro, que assessorou o comandante da Base Aérea de Belém, Capitão Aviador Armando Serra de Menezes, para a criação de uma estrutura de ensino.

A Escolinha Rêgo Barros cumpriu o papel de alfabetização, sobretudo de soldados. Este empreendimento, inaugurado no dia 06 de setembro de 1941, significou o surgimento da referida Escolinha.

Imagem 4: Imagem da Escolinha Rêgo Barros nas dependências da Base Aérea de Belém, no Bairro do Souza, ano de 1944.

Fonte: Brasiliana fotográfica[1]

 O trabalho iniciado na Escolinha, com apenas 45 alunos, em uma instalação circular dentro da Base Aérea de Belém, na Avenida Almirante Barroso, esquina com a Avenida Júlio César, permanecendo no mesmo local até o final do ano de 1961.

Em 1962, ocorreu a transferência da Escolinha para as instalações da Escola Nossa Senhora de Fátima, dentro do Complexo da Base Aérea de Belém, em Val-de-Cães.

[1] Disponível em https://brasilianafotografica.bn.gov.br/brasiliana/discover?query=rego+barros

Imagem 5: Escola Tenente Rêgo Barros ao lado da Vila de Oficiais da Força Aérea Brasileira.

Fonte: Relatório Anual da Base Aérea de Belém (1967).

Já em 1963, a Escolinha foi novamente transferida para a Capela Nossa Senhora das Graças, dentro do Parque de Aeronáutica, na Avenida Doutor Freitas, até o dia 12 de maio de 1965, quando finalmente teve a sua instalação ao lado da Vila de Oficiais da Aeronáutica de Belém (Vila Maracangalha), permanecendo até os dias de hoje.

Em 05 de janeiro de 1969, a Escolinha obteve sua mudança de categoria, tornando-se Grupo Escolar Rêgo Barros, atendendo alunos do fundamental menor e maior. A instituição era o resultado, naquele momento, do convênio entre o Comando da 1ª Zona Aérea e a Secretaria de Educação e Cultura do Estado do Pará, sendo esta segunda a responsável pela administração escolar.

No ano de 1973, com a reestruturação nos modelos educacionais brasileiros, o Grupo Escolar Rêgo Barros, tornou-se a Escola Tenente Rêgo Barros - ETRB, ministrando o ensino do 1º Grau e do supletivo. Essa mudança também representou o retorno da administração escolar ao Comando da 1ª Zona Aérea.

Atualmente, a Instituição Educacional está subordinada à Diretoria de Ensino (DIRENS), sendo intitulada de Colégio Tenente Rêgo Barros – CTRB. A mudança de categoria e terminologia, em 20 de janeiro de 2020, simboliza a alteração no porte e nas ações educacionais promovidas pelo Colégio, que atende a 1401 alunos divididos entre o Ensino Fundamental Anos Iniciais, Ensino Fundamental Anos Finais e o Ensino Médio.

       Nesses 83 anos de vida, marcando a história e modificando a sociedade amazônica, o CTRB continua a desempenhar ações educacionais que elucidam e enaltecem a memória de seu homenageado.

       O perfil dos alunos do CTRB, forjado por valores da FAB, aliado ao código de honra dos alunos, criado em 2023, baseia-se na hierarquia, disciplina, conhecimento, respeito, empatia, patriotismo, coragem, lealdade, honra, dever, liderança, ética, civismo, valorização humana e tradição. Sendo assim, os alunos deste Colégio são referências de dedicação, superação e sucesso, sobretudo pelos seus resultados ao longo de todos esses anos.

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CTRB -“DANDO ASAS À EDUCAÇÃO”