Começar, recomeçar, seguir sempre em frente. Desistir jamais! Decorridos cinco anos de paralisação das obras do aeródromo de Estirão do Equador (AM), Distrito de Atalaia do Norte, as atividades agora são retomadas a pleno vapor.
Ambientada em plena selva amazônica, fronteira com o Peru, a reconstrução da pista de Estirão do Equador foi planejada, meticulosamente, por meses. Os empurradores e balsas navegaram pelos rios da Amazônia, transportando insumos e maquinários para que fosse possível retomar as obras de Estirão.
A COMARA conta com um parceiro de peso para a consecução do intento, o 6º Batalhão de Engenharia de Construção do Exército (6º BEC). Essa parceria foi construída em meados de maio do ano corrente, período em que foi redigido um Termo de Compromisso, que teve por finalidade o delineamento dos procedimentos na execução das ações conjuntas, assim como estabeleceu o compartilhamento das máquinas e insumos que serão utilizados pelo 6º BEC e pela COMARA.
A parceria tem por metas construções distintas: por parte do Exército, dar continuidade às obras de pavimentação de aproximadamente 7 km de estrada, em concreto, entre o 4º Pelotão Especial de Fronteira e o aeródromo de Estirão do Equador, enquanto que, pelo Comando da Aeronáutica, concluir o pátio de estacionamento, a construção de uma taxiway e, para o ano de 2019, a ampliação de 300 metros da pista de Estirão do Equador, em concreto, com 23 centímetros de espessura.
Estima-se um quantitativo de mão de obra, no ápice dos trabalhos, de cerca de 120 homens, que serão alojados no Destacamento de Estirão do Equador, próprio da Unidade, e no entorno do aeródromo, acomodados em barracas de campanha.
As seis balsas utilizadas para o transporte de cimento, brita e equipamentos dão a dimensão do investimento e energia empregados nesta obra.
A Visita de Inspeção Mensal ao Canteiro de Obras (VIMCO) ao aeródromo de Estirão do Equador (AM), ocorrida no último dia 02/07, foi programada para ocorrer momentos antes do reinício das obras e verificar eventuais óbices ainda pendentes.
A equipe presente em Estirão, chefiada pelo Maj Resque, superou completamente as expectativas, conseguindo retomar a obra cerca de duas semanas antes do previsto.
A comitiva, composta pelo Vice-Presidente da COMARA, coronel aviador Steven Meier, juntamente com os Chefes de Divisão pôde acompanhar de perto os serviços realizados no canteiro.
Durante o debriefing da VIMCO, o coronel aviador Steven comentou: “Para mim é uma satisfação imensa ver o recomeço desta obra. Há poucos meses lancei uma meta considerada audaciosa por muitos, de executarmos 30 anos em 1, ou seja, fazermos neste ano de 2019 o dobro do que foi feito nos últimos 15 anos em termos de superfície concretada. Hoje, ao ver a obra recomeçar com duas semanas de antecedência, estou convicto de que seremos capazes. Contem com todo o apoio da sede. Todos nós estamos trabalhando para que isto se torne realidade. Afinal, a razão de existir da COMARA está aqui, no canteiro de obras.”
As primeiras faixas de ampliação da pista foram concretadas no dia 1º de julho e, apesar da estrutura do canteiro remeter a um ambiente rústico, as etapas de execução da pista são trabalhadas sobre parâmetros técnicos e desenvolvidas mediante recursos tecnológicos. Prova disso são os rigorosos procedimentos adotados no ensaio do concreto.
“Ensaiamos o concreto quanto à resistência à compressão e a resistência à tração na flexão. O projeto exige 35 MPa no primeiro, e 5 MPa no segundo. Durante a concretagem é fundamental fazer o controle tecnológico do concreto como: coletar corpos de prova (cilíndrico e prismático), controlar os parâmetros de dosagem estudados em laboratório e controlar o teor de umidade da areia. É interessante obter uma mistura homogênea, para tanto existe uma sequência de mistura de agregados, cimento, água e aditivo no caminhão betoneira”, explicou o Primeiro-Tenente engenheiro Paulo.
O Vice-Presidente da COMARA, Coronel aviador Steven Meier pôde verificar in loco o andamento das ações nos laboratórios de ensaios e conferir pessoalmente o moral da tropa, conforme depoimento da Terceiro-Sargento Doralice, que externou com satisfação suas impressões em seu primeiro canteiro de obras: “O tempo dedicado ao canteiro de obras dá a dimensão da grandeza dos trabalhos a executar em prol da integração do País. Além disso, podemos refletir longamente, à medida que estamos afastados da sede. Passamos a valorizar a vida de um modo especial. Há tempo para profundas reflexões.”
Para o Suboficial Reinaldo Cota não foi diferente. Militar experiente e acostumado a desafios, relembrou com orgulho ter contribuído para o início de pelo menos três aeródromos: Vila Bittencourt, Ipiranga e Iauaretê. “Ao longo dos meus 25 anos de COMARA, confesso que o início realmente é mais trabalhoso. Contudo o prazer maior é o final, a conclusão da obra. É uma satisfação sem medidas”, afirmou o militar.
Com a cooperação do 6º BEC na consecução das atividades, a COMARA ganha fôlego e esperança de concluir as metas projetadas, em menor tempo, economizando recursos públicos e, mais importante, mantendo o padrão de excelência no tocante às obras da Comissão. É a Instituição quebrando paradigmas.
TEXTO: Cel Av Steven / 1º Sgt BFT Jean
FOTOS: 1º Sgt BFT Jean
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