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Página inicial > Últimas Notícias > SERIPA V : Investigadores compartilham experiências no EPIA
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Sensibilizar instrutores, alunos e dirigentes de escolas e aeroclubes para a elevação do nível de segurança na Aviação de Instrução da Região Sul. Essa troca de experiências e conhecimentos atraiu cerca de 200 profissionais que vieram conferir o primeiro Estágio de Padronização de Instrução Aérea (EPIA) promovido pelo Quinto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos – SERIPA V.

O primeiro dia do evento, que aconteceu nesta segunda-feira (1º/6), na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, apresentou ferramentas e boas práticas para melhorar a qualidade da instrução aérea e incentivar a padronização como cultura de Segurança de Voo.

O Comandante do Quinto Comando Aéreo Regional, Major-Brigadeiro do Ar Jeferson Domingues de Freitas, que participou da abertura do Estágio, destacou a relevância do evento para a segurança da navegação aérea e conclamou a todos os participantes para disseminar o conhecimento como agentes da prevenção. “ É melhor prevenir do que investigar”, declarou o Comandante.

Padronização- O Panorama Atual da Aviação de Instrução no Brasil foi o tema da palestra proferida pelo Chefe do SERIPA V, Tenente-Coronel Aviador  Luís Renato Horta de Castro, que mostrou o cenário da instrução aérea e suas dificuldades, passando pelas estatísticas de acidentes, a origem e história da Aviação de Instrução, a supervisão gerencial, os requisitos regulamentares e o perfil do instrutor de voo.

Segundo o palestrante, 31% dos acidentes do segmento da Aviação de Instrução ocorreram na Região Sul, enquanto que o maior índice pertence aos estados de  São Paulo e Mato Grosso do Sul com 34% das ocorrências. Os números são do CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) que analisou os dados das investigações dos últimos dez anos.

Conscientizar sobre a importância do papel do instrutor de voo e dos dirigentes de aeroclubes e escolas na formação do aluno, bem como refletir sobre as responsabilidades e os desafios na prática docente trouxe a abordagem da Tenente Psicóloga Camila Carneiro, da equipe do SERIPA V, que focou os  Aspectos Psicológicos na Instrução Aérea.

O palestrante, Tenente-Coronel Aviador Max Adolfo Nardes, falou sobre a Avaliação na atividade aérea como um processo contínuo que visa interpretar conhecimentos, habilidades e atitudes dos alunos, com vistas a mudanças comportamentais. Ele destacou a necessidade de um  julgamento justo e criterioso na observação dos níveis de desempenho dos alunos.

O Chefe da Prevenção do SERIPA V, Capitão Aviador Álisson Seewald, explicou sobre a Didática Aplicada à Instrução Aérea, evidenciando as práticas utilizadas no processo ensino-aprendizagem, bem como os fatores que afetam a percepção no contexto da segurança de voo. O palestrante também discorreu sobre a Comunicação, relacionando os principais elementos do diálogo na instrução aérea.

- "Não basta o instrutor ter um alto grau de conhecimento técnico, mas é preciso que ele tenha habilidade na transmissão da mensagem", afirmou o Capitão Seewald.

Continuidade - O evento,que será concluído nesta terça-feira (2/6), vai apresentar palestras sobre os seguintes temas: preenchimento de fichas de avaliação de voo, brifim e debrifim, aerodinâmica e desempenho de aeronaves de baixa performance, legislação e os erros mais comuns que ocorrem na aviação de instrução.

 Trata-se de um projeto pioneiro que visa motivar os aeronavegantes para o aperfeiçoamento da instrução aérea. Além disso, busca projetar um trabalho que tem como principal objetivo o aperfeiçoamento da formação das futuras tripulações da aviação brasileira.

Repercussão - "O EPIA vai aumentar a qualidade da instrução aérea, uma vez que a padronização leva a mitigação dos erros," afirmou Aischá Röver, 500 horas de voo e instrutora na Escola Aero Time. Ela veio da Bahia, especialmente para participar do evento.

Douglas Augusto Marcowiski, duas mil horas de voo, das quais 1.100 como instrutor, viajou mil quilômetros de carro, de Campo Mourão (PR). Ele atua também como examinador e acredita que "todo o acidente pode e deve ser evitado." esse estágio deveria ocorrer pelo menos uma vez por ano em vários estados. Pilotos morrem e os erros são repetidos. É preciso fomentar as boas práticas para mudar a cultura de segurança", disse.

O piloto da Aviação Executiva e proprietário do blog "Para ser Piloto", Raul Marinho, participa do EPIA como representante do Sindicato Nacional dos Aeronautas. "Esse é um movimento em direção à profissionalização da instrução aérea no Brasil. É preciso mudar os contratos de trabalho nas escolas e aeroclubes para diminuir a rotatividade dos instrutores de voo e padronizar a instrução aérea", destacou Marinho.

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