O Quinto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA V) promove o primeiro encontro de gestores de segurança operacional para Provedores de Serviços de Aviação Civil da Região Sul. O evento será realizado no dia 6 de maio, no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre (RS).
O fórum de prevenção discutirá como programar a matriz de risco, que leva em conta a combinação de dados e informações para a análise de probabilidades de risco e severidade quanto ao tratamento da informação; focará também temas como indicadores de tendência de desempenho, a fiscalização de gerenciamento de risco e as consequências jurídicas no pós-acidente.
Para o Chefe do SERIPA V, Tenente-Coronel Aviador Luís Renato Horta de Castro, o Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional (SGSO) vem sendo implantado, no Brasil, desde 2006, porém, os provedores ainda têm dificuldades em demonstrar suas ações preventivas. “Nossa intenção é ensiná-los a quantificar a prevenção matematicamente para justificar a necessidade de alocação de recursos junto à alta direção”, destacou.
Ainda, segundo o chefe do SERIPA V, sob a ótica da investigação não há evidências objetivas no trabalho desenvolvido pelos provedores em relação à segurança operacional. Eles não possuem levantamentos estatísticos, bibliotecas técnicas, nem mesmo o registro do que eles fazem, logo não conseguem mensurar as atividades de segurança. “Falta uma orientação prática que mostre o caminho aos que almejam melhores resultados”, afirma o Tenente-Coronel Renato.
Processo contínuo - “O Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional sobrevive à custa do conhecimento, capacitação e treinamento. Trata-se de um processo contínuo de aprimoramento que envolve tempo e dinheiro”, disse um dos palestrantes do evento, João Guilherme Machado Vidal, Especialista em Regulação, da Agência Nacional de Aviação Civil.
Ainda, segundo o palestrante, os provedores estão lidando com um sistema considerado novo no mundo. Dos 196 países signatários da Organização de Aviação Civil Internacional (OACI), o Brasil tem boa referência. No entanto, o foco está na mudança da cultura organizacional e na incorporação de princípios de gestão da qualidade para a melhoria contínua da segurança operacional, que busca atribuir responsabilidades, identificar perigos e gerenciar riscos.
Além do representante da ANAC e do Chefe do SERIPA V, também serão palestrantes no encontro, o professor Eder Henriqson, da PUC-RS, e o Comandante Castro, ex-piloto da TAM, que vai relatar fatos e acontecimentos sob o aspecto jurídico enfrentado por ele, logo após o acidente do voo TAM 3054, em Congonhas (SP), que vitimou 199 pessoas.
Gerenciar risco - De acordo com a filosofia do Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional, a segurança da aviação é aperfeiçoada pela investigação que atua com base nos ensinamentos extraídos de cada acidente ou incidente aeronáutico. Todavia, não basta mudar as pessoas para evitar as ocorrências, é necessário identificar e analisar cada fator contribuinte.
Depois de vários estudos e pesquisas, concluiu-se que a melhoria dos índices de seguridade depende da implementação de gestão da segurança. Dessa forma, é possível assegurar a identificação e análise de atos e condições inseguras para emitir recomendações de segurança e, consequentemente, a redução do número de ocorrências aeronáuticas, elevando a qualidade das operações aéreas.
O SGSO é um método científico implantado pela OACI, denominado de Sistema de Gerenciamento da Segurança (Safety Management System, em Inglês), que apresenta um enfoque sistêmico para a gestão da segurança operacional, reconhecida no Brasil como Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional (SGSO).
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