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Página inicial > Últimas Notícias > SERIPA V: EPIA ultrapassa as fronteiras da Região Sul
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O Estágio de Padronização da Instrução Aérea (EPIA), que encerrou na sexta-feira (06/11), em Londrina (PR), ultrapassou as fronteiras da Região Sul e atraiu instrutores, pilotos, dirigentes, gestores de segurança de estados como Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás, Paraíba, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rio Grande do Sul, São Paulo e outros. O evento, que teve dois dias de duração, aconteceu na Universidade do Norte do Paraná – UNOPAR.

O Chefe do SERIPA V, Tenente-Coronel Aviador Luís Renato Horta de Castro, considerou relevantes a presença de entidades de diferentes estados brasileiros e a interação do Serviço Regional com o órgão nacional investigador para uma provável projeção nacional do Estágio. “O EPIA  está consolidado e parte para sua próxima edição em 2016, em Curitiba”, afirmou.

“Nossa intenção é despertar a comunidade aeronáutica pela Segurança de Voo, fomentando na raiz o trabalho de prevenção. Existem falhas no processo de instrução e para mudar isso promovemos atividades educativas, comentou o Tenente-Coronel Renato. Segundo ele, há grande rotatividade entre os profissionais das escolas de aviação, uma situação que precisa se adequar aos parâmetros de segurança.

O EPIA já passou por Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC), e para o próximo ano prevê a realização de dois encontros em Curitiba e Carazinho (RS). A escolha de Londrina se deve a alta concentração da atividade de instrução e por ser considerado um pólo  de ciência aeronáutica.

Com o objetivo de apresentar ferramentas e discutir boas práticas na prevenção, os investigadores do SERIPA V transmitiram informações e conhecimentos sobre o panorama da aviação de instrução no Brasil, passando por avaliação, checklist, preenchimento da ficha de voo, a melhor didática e a forma de comunicação entre instrutores e alunos, focando nos erros mais comuns na instrução.

Também foram discutidos assuntos técnicos como aerodinâmica e desempenho de aeronaves,  brifim e debrifim, além de julgamento de pilotagem e processo decisório, o principal fator contribuinte dos acidentes na instrução. O tema legislação, sob o ponto de vista das violações, despertou vários questionamentos por parte da audiência.

O coordenador do Curso de Ciências Aeronáuticas e da Especialização em Gestão Aeroportuária, professor Fernando Torquato Leite, manifestou a honra por receber o EPIA nas instalações da universidade e destacou o alto nível dos palestrantes. Já o presidente do Aeroclube de Londrina, Jonas Liasch, enfatizou a importância da capacitação dos profissionais devido a margem de maior risco na instrução de alunos inexperientes.

Experiências compartilhadas

"Nunca participamos de nada igual. Esse evento já movimentou a Segurança de Voo em nosso aeroclube" disse Lucas Botelho, instrutor e vice-presidente do Aeroclube de Aquidauna-MS, que junto com os amigos trava uma luta para reativar a entidade, abandonada há vários anos. O grupo descobriu o EPIA pela mídia social e buscou apoio na comunidade para custear as despesas da viagem de sete horas, com chuvas e bloqueios na estrada.

O assessor da  ABUL - Associação Brasileira de Ultraleves - José Pereira Carneiro, Coronel (reformado) da Força Aérea Brasileira, lembrou que muitos acidentes ocorrem  por indisciplina de voo, desconhecimento de normas e espírito aventureiro, ressaltando a experiência dos palestrantes com a investigação."Eles sabem muito bem do que estão falando. Temos aqui um exemplo para os demais órgãos regionais desse país", afirmou.

O instrutor de voo Jose Guilherme de Almeida, da Escola de Aviação AMP, de Londrina, afirmou que o EPIA valoriza a seriedade com que todos devem encarar a missão de instruir e faz um alerta: "Aprimoramos nosso conhecimento e refletimos sobre a nossa responsabilidade quanto a padronização da instrução aérea. E aqueles que estão fazendo pouco caso da segurança, devem acordar logo".

Para o instrutor e diretor de instrução Carlos Fernandes, de Jundiaí-SP, com nove mil horas de voo, a instrução primária é a base do bom piloto, e cabe às instituições de ensino intensificar os treinamentos. "O EPIA deveria ser realizado em todas as regiões do Brasil pelas faculdades, escolas e aeroclubes", afirmou.

A diretora da Faculdade Anhanguera, de Campinas-SP, Miriane de Almeida Fernandes, pretende implantar o curso de Ciências Aeronáuticas na sua região, veio conhecer o Estágio para fazer uma proposta similar em Campinas. “Eu quis ver essa interação. E o que estou vendo aqui, é o aspecto humano da aviação que  agregar ao conhecimento e à  segurança operacional. O instrutor precisa de informação para saber o que fazer na hora certa", disse.

Não importa se a chegada é de carro, de moto ou se a viagem é longa e com chuva. O instrutor  Dédalo Marinho não tinha a confirmação de sua inscrição, mas o desejo de estar no EPIA era maior. Ele conta que fez o trajeto de Ponta Grossa a Londrina, cerca de 300  quilômetros, de carro. Ao passar por uma pedreira, por volta da meia noite, um dos pneus estourou e precisou resolver o problema para seguir viagem.”Jamais perderia esse evento”, declarou.

O Estágio de padronização da Instrução Aérea foi organizado e realizado pelo Quinto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéronáuticos - SERIPA V,  órgão do Comando da Aeronáutica vinculado ao CENIPA. O encontro contou com a parceria da UNOPAR e Aeroclube de Londrina.


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