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Prédio do Corpo de Cadetes da Escola de Aeronáutica

 

 

      Sobre o prédio temos duas informações iniciais, a primeira em uma foto de 1940 que o nomeia de quartel e posteriormente na Revista Esquadrilha que em uma matéria sobre a remodelação que a Escola sofreu em 1942 o chama de alojamento da 2ª Esquadrilha. Sem muitas informações o que temos é a inauguração de um quartel de praças citado no Relatório do Ministério da Guerra de 1939. Tudo indica que seja este o prédio uma vez que não temos outros registros que tratem da inauguração do prédio da 2ª esquadrilha ou de um outro quartel. Pode ser que este tenha sido inaugurado par um fim e ter sido ocupado de outro.
      Contudo diante das fotos acima temos a clareza de que tal edifício foi remodelado a partir de 1942, para sediar o prédio do Corpo de Cadetes.
Esta transformação que trata-se mais de uma mudança de concepção arquitetônica do que funcional ao ser analisada de forma mais pormenorizada, principalmente ao vermos que vários outros prédios da Escola sofreram o mesmo tipo de transformação, nos possibilita visualizar uma preocupação estética. O Brasil, devido a Segunda Guerra Mundial e o interesse das nações envolvidas no conflito, foi convencido a aliar-se aos EUA que tinham já uma concepção de aeronáutica que saltava aos olhos.
      Sendo assim, o nascente Ministério da Aeronáutica, que precisava formar um grande número de profissionais e criar estabelecimentos em várias áreas do país, passou a adotar o modelo estadunidense em suas construções, doutrinas e outros aspectos.
      E isto aconteceu também no Campo dos Afonsos. O intercâmbio entre as duas nações fica clara com as visitas do próprio Ministro Salgado filho, em 1942, e de inúmeros militares da Escola de Aeronáutica aos estabelecimentos de formação de pilotos, tendo como principal Randolph Field, que inclusive é retratada na Revista esquadrilha de julho de 1942 em paralelo com a instituição brasileira.
      Ao andarmos em muitas das unidades da FAB nos deparamos com vários prédios com arcos, azulejos, torres, telhados com telhas meia-cana, varandas com esquadrias de ferro e até lareiras no interior. Trata-se de uma arquitetura usada nas regiões, principalmente que pertenceram ao México, onde ocorreram as chamadas Missões. Estas Missões religiosas, são uma marca arquitetônica que além de suas questões espirituais estão ligadas ao material de construção disponível, a temperatura e a herança trazida pelos religiosos franciscanos e jesuítas que ocuparam estes locais.
      A utilização desta arquitetura no final do século XIX e início do XX está ligada ao fenômeno cultural que ficou conhecido como Neocolonialismo. Cada país latino-americano buscou retornar com a arquitetura os tempos coloniais. No caso das construções em questão, elas localizavam-se principalmente na região que foi conquistada do México. Por isso, uma arquitetura ligada diretamente as Missões espanholas.
      Desta forma, ao adotar o modelo arquitetônico das instituições da região da Califórnia e Flórida, principalmente, a Escola de Aeronáutica, ou seja a Força Aérea vai se caracterizar em boa parte das construções iniciais, pela utilização do Estilo Missões ou Californiano.

    Em 17 de março de 1941, foi criado o Corpo de Cadetes e na mesma data foi publicado no D.O. nº 64, que os Oficiais e Cadetes que integravam a extinta esquadrilha de aviação da Escola Militar, passariam a constituir uma sub-unidade denominada "Corpo  de Cadetes".

Incorporação do Cadetes em 1941

 

 

 

 

Autores:

Prof. Dr. Bruno de Melo Oliveira

Prof. Dr. Jefferson Eduardo dos Santos Machado

1o. Ten. Andréa Silva da Costa

3o. Sgt Jairo de Paula Baptista

 

Bibliografia e Fontes:

LAVENÉRE-WANDERLEY, Nelson F.. História da Força Aérea Brasileira. Rio de Janeiro: Editora Gráfica Brasileira, 1975.

 

SALES, Mauro Vicente. A Consolidação da Aviação Militar no Campo dos Afonsos (1918-1931). In: Campo dos Afonsos: 100 anos de História da Aviação Brasileira. Rio de Janeiro: Universidade da Força Aérea, 2012.

 

BATISTA, Jairo de Paula. Da Conturbada Década de 1930 à Modernização da Escola de Aviação Militar no Campo dos Afonsos. In: Campo dos Afonsos: 100 anos de História da Aviação Brasileira. Rio de Janeiro: Universidade da Força Aérea, 2012.

 

INCAER. História Geral da Aeronáutica Brasileira, Vol. 2. Rio de Janeiro: Incaer/Villa Rica, 1991.

 

MOURA, Gerson. Relações Exteriores do Brasil 1939-1950. Mudanças na natureza das relações Brasi-Estados Unidos durante e após a Segunda Guerra Mundial. Brasília: Fundação Alexandre Gusmão, 2012.

 

Teixeira, Anderson Martins. FAB – Força Aérea Brasileira: Os Reflexos do Alinhamento com os Estados Unidos entre 1941 e 1948. Curitiba: Juruá, 2015.

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