Para uma cidade que tem em seu DNA o desenho de um avião, a sua relação com a Força Aérea Brasileira (FAB) está permeada na sua história. No dia 21 de abril de 1960, a Esquadrilha da Fumaça esteve na inauguração de Brasília, realizando a sua apresentação ao público que conhecia a nova capital do Brasil. Agora, ao completar 60 anos, Brasília recebe uma nova homenagem feita pelo Esquadrão.

Presença garantida nos desfiles do Dia da Independência e nos Portões Abertos realizados na Ala 1 da FAB, a Fumaça está constantemente presente, também, nos eventos festivos de aniversário da capital, remontando anualmente a sua história de ligação com a cidade sexagenária. Em 2020 não seria diferente. Com uma demonstração a ser realizada no dia 21 de abril, exatamente 60 anos depois daquela primeira, a apresentação precisou ser suspensa devido às restrições e recomendação de isolamento social em função da pandemia do COVID-19.

Ainda assim, o Esquadrão não deixou de homenagear a capital brasileira com uma das suas marcas registradas: a escrita no céu. Como pano de fundo um céu sem qualquer nuvem, as sete aeronaves A-29 Super Tucano se alinharam lado a lado, separadas por dois metros, a uma altura aproximada de três mil metros sobre a Academia da Força Aérea, em Pirassununga(SP). Ao comandamento do líder, os setes pilotos acionaram a liberação de fumaça, formando a escrita “Brasília 60 anos”.

“Posso dizer que Brasília nasceu sob as asas da Força Aérea Brasileira quando, em 21 de abril de 1960, a Esquadrilha da Fumaça riscava os céus da capital federal por ocasião de sua inauguração. Hoje, ao completar 60 anos, tivemos a oportunidade de, mais uma vez, prestar uma homenagem a essa cidade que sempre recebeu a FAB de braços abertos. Infelizmente, não pudemos estar fisicamente presentes neste ano, mas deixamos registrado no céu o nosso carinho pela cidade”, disse o Comandante da Esquadrilha da Fumaça, Tenente Coronel Marcelo Franklin, após a realização da escrita.

A relação entre Brasília e a FAB vem de muito antes da sua inauguração. Foi a bordo de um DC-3 da Força Aérea Brasileira que o então presidente da República Juscelino Kubitschek chegou e desembarcou no Planalto Central, no aeroporto Vera Cruz, para conhecer as terras onde a nova capital seria erguida. O papel da FAB foi também fundamental para vencer os 1.200km que separavam a então capital da República, Rio de Janeiro(RJ), do canteiro de obras da nova cidade. Foram toneladas de materiais, equipamentos e apoio humano transportados para dar início à construção.

  • Texto: Tenente Marcus Lemos
  • Fotos: Tenente Marcus Lemos, Suboficial Ribeiro e Acervo EDA