A aplicação real do uso de satélites de monitoramento por imagens foi o destaque do último dia do Simpósio de Observação da Terra, realizado no auditório do Grupamento de Apoio do Distrito Federal (GAP-DF), em Brasília.
Nessa quarta-feira (13 de junho), representantes da Marinha do Brasil (MB), do Exército Brasileiro (EB), da Força Aérea Brasileira (FAB), do Ministério da Defesa, da Agência Espacial Brasileira e especialistas da Comunidade Acadêmica, entre outros, viram na prática como esse tipo de tecnologia pode ser empregada, não só no meio militar, como também em atividades realizadas por civis.
Entre as diversas possibilidades de emprego apresentadas, o mapeamento de oscilações térmicas e de incêndios em áreas florestais afetadas pelo desmatamento foi o que despertou o interesse do professor de Engenharia Aeroespacial da Universidade de Brasília (UnB), Giancarlo Santilli. “É de fundamental importância acompanhar de perto a evolução do mundo industrial nessa área diante dos benefícios que são gerados para a sociedade”, afirmou o acadêmico.
O professor, que defende mais investimentos no sistema de sensoriamento remoto ótico, avalia que a aposta nessa tecnologia trará resultados, assim como a Tecnologista da Diretoria de Política Espacial e Investimentos Estratégicos da Agência Espacial Brasileira (AEB), Fernanda Lima. Para ela, é preciso haver um alinhamento estratégico de todos os setores envolvidos na área para que os esforços sejam concentrados numa mesma direção. “Há espaço para investimentos e o Brasil tem capacidade de competir nessa área”, acrescentou.
Desde o início do Simpósio, foram levantadas as necessidades de investimentos, a viabilidade de implantação e os benefícios do uso dos satélites de monitoramento por imagens para o desenvolvimento do setor espacial brasileiro. Os organizadores do evento também apresentaram as formas possíveis de uso do sistema de observação. Segundo o Diretor-Geral da Airbus Defesa do Brasil, Rodrigo Fanton, hoje, há a possibilidade de fazer isso de três formas. “Hoje, é possível importar as informações desejadas de outro país onde a estação de recebimento das imagens está instalada. Também dá para receber as imagens fornecidas por um centro instalado no próprio território, sem ter um satélite próprio. Outra maneira é adquirir o próprio satélite e ser dono da estação de recebimento”, garantiu.
A parceria firmada com as instituições civis e governamentais vai definir a forma como o Brasil irá adotar e gerenciar o Sistema de Observação da Terra. A ideia é que o país tenha o domínio do próprio satélite e também da estação de recebimento das imagens capturadas do espaço.
Todo o processo, desde o lançamento do primeiro equipamento de sensoriamento remoto até o controle do satélite, será comandado pelo Centro de Operações Espaciais (COPE), em parceria com a Telebras.
A Comissão de Coordenação e Implantação de Sistemas Espaciais (CCISE) considerou positivo o debate durante o Simpósio, realizado antes do início do processo de aquisição, pela FAB, do Carponis-1 (primeiro satélite brasileiro de monitoramento de imagens em alta resolução). “O evento atingiu o objetivo: atraiu a atenção de setores que não entendiam o que era o projeto, e verificamos as possibilidades de mercado que são inúmeras e, ainda, não foram exploradas”, disse o Vice-Presidente da CCISE, Brigadeiro do Ar José Vagner Vital.
O Brasil pretende colocar o Carponis-1 em órbita entre 2021 e 2022. Para o Presidente da CCISE, Major-Brigadeiro do Ar Luiz Fernando de Aguiar, a partir de agora começa uma nova etapa. “Já colocamos na proposta orçamentária a partir de 2019 e esperamos que sejamos contemplados com o valor necessário para iniciarmos esse projeto de aquisição de satélite ótico para o Brasil”, complementou o oficial-general.
Fonte: Disponível em Notícias da Força Aérea.
Fotos: Sargento Bianca Viol
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