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O Douglas C-47 está de volta

Nosso primeiro Douglas C-47 voltou a ser exposto no Museu Aeroespacial.

O Douglas C-47 é um avião de 1935 com capacidade para 3 tripulantes e 28 passageiros e destinado às missões de transporte. Conhecido na aviação civil como Douglas DC-3,operou em grandes empresas aéreas durante a década de 1930, período de grande revolução e que levou a indústria aeronáutica a desenvolver aeronaves de maior porte, mais confortáveis e seguras para o transporte de seus passageiros.

A história da Força Aérea Brasileira com os primeiros Douglas C-47 data de 1944, quando recebemos as primeiras unidades oriundas da United States Army Air Force (USAAF, Força Aérea do Exército Norte Americano). A primeira aeronave C-47 da FAB foi justamente a de matrícula 2009, que chegou em Kelly Field, San Antonio, Texas, em 12 de setembro de 1944, e logo iniciou o seu longo voo de translado para o Brasil. Após 44 horas de voo e 11 escalas para reabastecimento e pernoite, finalmente chegava em nosso país.

A Força Aérea Brasileira utilizou esses aviões de 1944 a 1983 em missões do CAN - Correio Aéreo Nacional, onde cumpriram importante papel na integração da Amazônia brasileira.

O exemplar atualmente em exposição no MUSAL voou com a matrícula FAB 2009 até 1978, fazendo parte da história do 6º Esquadrão de Transporte Aéreo - Esquadrão Guará, que comemora 50 anos de criação neste ano de 2019.

Com o objetivo de preservar a história, cultivando as tradições e em cumprimento a uma de suas competências, o Museu realizou um excelente trabalho de recuperação do FAB 2009, envolvendo todo o efetivo do Setor responsável pela Recuperação de Aeronaves da Divisão de Patrimônio Cultural do MUSAL.

Os serviços realizados foram os mais minuciosos possíveis, a fim de reparar desgastes da aeronave e problemas naturais por sua idade e por sua exposição. Existiam muitas avarias nas superfícies do leme, profundor, na hélice e no motor. A fim de repará-las, foi necessária a retirada dessas superfícies e um minucioso trabalho para recuperação dessas peças. “Sinto-me muito satisfeito pelo trabalho técnico realizado, aplicando meus conhecimentos de mecânica. Sentimento do dever cumprido!” – citou o Suboficial Osvaldino Rocha dos Santos, mecânico da Seção de Manutenção de aeronaves.

Para o 1º Sargento Alexandre Antônio da Silva, da Seção de Pintura, declarou que a pintura da aeronave era muito antiga e que precisaram realizar um serviço muito minucioso de retirada das diversas camadas de tintas existentes. Além disso, existiam muitas mossas e amassados, sendo necessários serviços de chapas, preparação com prime e pintura específica. Afirmou que o sentimento desse serviço foi de imensa satisfação: “Todo serviço que fizemos foi pensando nos visitantes. Isso nos deixa orgulhosos, né? Estamos vendo o passado da aeronave no nosso presente. É muito gratificante ouvir elogios. Quem não gosta de ouvir elogios? Quantas pessoas verão o nosso trabalho (pintura) nesse avião? Bem gratificante!”

Como dito anteriormente, por conta da proximidade com o litoral e pela idade avançada da aeronave, apesar do MUSAL seguir um planejamento de prevenção de corrosão, o FAB 2009 apresentava uma corrosão generalizada e avarias em algumas partes. Assim, foram confeccionados itens que não estavam mais disponíveis para a aeronave, em função da inexistência de peças para a sua reposição. Além de reforços na longarina das asas devido a uma corrosão por desfolhamento. Na parte interna, foi feita a reestruturação dos bancos e pisos da aeronave. Por fim, foram reparadas também todas as superfícies de comando.

Para o Suboficial Maurício de Moraes Nascimento, do Setor de Estruturas de aeronaves: “A importância da minha Seção nesta restauração, pode ser destacada pelo trabalho com afinco para que a aeronave chegasse o mais próximo possível de sua originalidade. Finalmente, o sentimento que emerge é a satisfação em reviver a história da aeronave e possibilitar que o visitante do Museu Aeroespacial conheça esta importante parte da história do desenvolvimento de nosso país e, principalmente, do desbravamento de nosso território nacional.”.

Os pisos e forros da aeronave precisavam de um cuidado especial, sendo uma parte deles substituídos, principalmente na área que costumava ser destinada à carga, nos fundos da aeronave. Além disso, foi feito o apoio para os assentos. O Suboficial Edevaldo Dias Correia, responsável pela Carpintaria: “A sensação é de dever cumprido. É algo muito prazeroso. Ver o seu trabalho modificando algo que parecia todo danificado. Ficou “novinho”!”.

Ao vermos a aeronave C-47 restaurada, foi uma emoção muito grande. Poder participar [do restauro] de uma aeronave lendária, valorosa pela Força Aérea e dar a oportunidade de mostrar a todos que visitam, a importância que o Museu dá a cada item, a cada aeronave, a cada acervo da sua história e da FAB. Nós estamos extremamente emocionados, devido à restauração de uma aeronave lendária.” - Suboficial Cândido de Souza Azevedo Júnior.

Conforme declarado pelo Capitão Marcelo Faria Morier, Chefe da Seção de Restauração de Aeronaves: “Depois de tudo pronto, após 65 dias de trabalho ininterrupto, o C-47 ficou pronto a tempo de ter lugar de grande destaque na Formatura Alusiva ao Dia do Correio Aéreo Nacional e da Aviação de Transporte. O sentimento de todos é de orgulho e de missão bem cumprida! E que venham os próximos!”.

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