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Juan, de 5 anos, veio para a FIDAE 2016 preparado. Lanche na mochila e binóculos na mão, procurou o melhor lugar para acompanhar o show aéreo e, com a mãe, os tios e os irmãos, ouviu o primeiro “Fumaça... Já” internacional da Esquadrilha da Fumaça em três anos.

Essa era uma informação que o Juan não tinha. Ou até que o nome daquela aeronave era A-29 Super Tucano. Para ele, outros detalhes eram mais interessantes. “Os binóculos são muito importantes. Preciso ver melhor os aviões. Há sempre um que fica sumindo e volta rápido passando no meio dos outros”, comenta Juan antes de ‘sacar una foto’, descrevendo o que na verdade seria a manobra “castelo”.

Sobre a demonstração e o Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA), o Júlio Tavares, brasileiro aposentado que mora no Chile há 23 anos, já sabia mais um pouco. “Não consigo assistir a Esquadrilha da Fumaça desde que era moço em São Paulo. Mas sei que ficaram um tempo sem apresentações porque estavam passando pela adaptação para a nova aeronave”. O Júlio está certo. Foram dois anos de treinamentos, até a estréia em 2015. “Eu fico emocionado porque, no final das contas, sempre serei brasileiro e é um orgulho ver essas cores serem tão bem representadas”, confessou Júlio.

“É por emoções como essa, por esse efeito no público que nos assiste, especialmente as crianças, e pelo nosso Brasil - país que representamos - que atuamos sempre com compromisso e amor pelo que fazemos”, afirma o #5 Major Aviador Daniel Garcia Pereira.

O Comandante do Esquadrão, Tenente-Coronel Aviador Líbero Onoda Luiz Caldas, complementa: “Em ações internacionais, a Esquadrilha da Fumaça leva mais que o nome da Força Aérea Brasileira, leva o nome do Brasil para outras nações. É um orgulho carregar essa responsabilidade com profissionalismo e excelência”.

Mesmo com essas reações, talvez outras informações comumente exigidas em uma matéria jornalística, também caibam aqui: Quando? Neste sábado (02). Onde? Em Santiago, no Chile, durante a FIDAE, maior evento de aviação da América Latina. Por quê? Para ultrapassar barreiras, carregar o nome do Brasil e marcar a história do Juan, do Júlio, dos pilotos e mecânicos da Esquadrilha da Fumaça e das milhares de pessoas que também acompanharam a demonstração. Inclusive a pequena Rafaela, de 7 anos, que, garante: “quero ser piloto”.

Demonstração

A demonstração realizada em Santiago foi especialmente desenvolvida para a FIDAE. Por cerca de 25 minutos, mais de 30 manobras foram apresentadas ao público, além de ter contado com uma trilha sonora exclusiva e locução em espanhol.

Neste sábado, a meteorologia, que parecia que não iria ajudar, melhorou pouco antes do início da demonstração da Esquadrilha da Fumaça no final da tarde. Com isso, a fumaça ficou melhor marcada no céu, facilitando a visualização das manobras e, inclusive, do “FIDAE 2016” escrito durante a apresentação. Uma das maiores atrações, porém, é o próprio A-29 Super Tucano, que carrega as cores fortes da Bandeira Nacional e encanta especialmente o público infantil.

Robusto e eficiente, o A-29 - fabricado pela Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) - é ainda empregado pela Força Aérea Brasileira (FAB) no cumprimento de missões de defesa aérea, treinamento avançado, ataque leve, escolta, patrulha aérea de combate e na formação de líderes da aviação de caça. A aeronave turboélice incorpora os últimos avanços em aviônicos e armamentos e foi concebida para atender aos requisitos operacionais da Força para uma aeronave de ataque tático. Mais de 10 países já possuem o Super Tucano, entre eles, Estados Unidos, Angola, Colômbia e Chile.

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